Primeiramente, essa conta de que tem que ter três navios para se ter um operando não é necessariamente verdadeira… Navios somente ficam impedidos de operar quando estão passando por alguma manutenção de maior monta. Se se souber intercalar bem a utilização dos vasos de guerra, será sempre possível contar com razoável numero deles; é e possível estarem todos operacionais em algumas ocasiões.
Realmente não é incomum que a disponibilidade de uma marinha caia em tempos de paz. Normalmente, uma marinha que opera com 60% de seus vasos de guerra nessas condições, é uma marinha bem disposta. Contudo, recuperar a disponibilidade em tempos de guerra não é tão simples… Colocar os navios em estado “full” para o combate, dependendo do estado da embarcação, pode requerer considerável tempo, independente do dinheiro que se tenha.
Ainda que seja necessária considerável infraestrutura para a operação de submarinos AIP, ainda sai mais barato no longo prazo que submarinos nucleares. Não é pra menos que marinhas nucleares hoje pensam em adquirir ou manter submarinos convencionais. Contudo, é inegável que o País necessite de meios nucleares, se quiser projetar força para além da sua ZEE…
Submarinos convencionais realmente são excelentes meios defensivos, mas o serão dentro do âmbito regional. Sua capacidade de projeção de força é consideravelmente limitada. E como o alcance é limitado, é interessante que sua operação se concentre em zonas definidas a algumas centenas de milhas da costa, de modo a conseguir o melhor tempo on-station possível. Um submarino nuclear, por outro lado, não tem essa limitação…
Um outro ponto que pesa a favor da manutenção de submarinos nucleares é a velocidade. Um SSN pode alcançar velocidades superiores a 25 nós, se for necessário. Com isso, tem a possibilidade de acompanhar até mesmo um Carrier Group, sendo, evidentemente, o meio mais recomendável para perseguir e interceptar uma força naval… Um SSK, por outro lado, está normalmente limitado a velocidade máxima de mais ou menos 20 nós ( usualmente operam a velocidades de cerca de 10 nós ), sendo muito mais complexo para eles alcançar navios que normalmente estarão avançando a mais que isso. E os sistemas AIP já desenvolvidos, embora todos possam realmente dar mais fôlego a um SSK, não soluciona o problema da velocidade, posto que o rendimento ainda é inferior ao de reatores nucleares…
A coisa é simples, não temos orçamento para submarino nuclear. Vai acontecer que vamos comprar e não vamos ter como manter. E pode ser pior, pois se submarinos de grandes marinhas tem apresentado defeitos imagina na nossa!
Os EUA tem problema para achar marinheiros qualificados, o Reino Unido tem encontrado dificuldade para tripulação qualificada e especializada em manutenção deste tipo de embarcação, imagina aqui!
Oséias, mas em um ponto você há de concordar que a utilização da propulsão independente do ar tornaria nossos submarinos muito mais furtivos e difíceis de serem descobertos… Enquanto que com a utilização da propulsão diesel elétrica comum, um P-8 Poseidon por exemplo partindo da base aérea da Ilha de Ascensão (USA/UK) e reabastecido no ar pelos KC-46A da teria um tempo enorme de permanência sobre o alvo rastreando tudo a centenas de quilômetros com seu radar AN/APY-10, AAS (Advanced Airbone Sensor), e quando o nosso sub botar a ponta do snorkel para fora, já é descoberto e daí passa a ser caçado e em pouco tempo outro P-8 chega especificamente naquela posição já devidamente preparado com torpedos e sonobóias, ou seja, já era nosso submarino. Enquanto que com a utilização de AIP pelo manos daria muito mais trabalho para eles descobrirem sua localização.
Desculpe discordar, mas nossa marinha não consegue manter sequer um pequeno porta-aviões convencional vai manter uma frota de submarinos nucleares?
Nossos navios de superfície são sub armados.
Na minha opinião a marinha brasileira tem mais função de guarda-costeira em um país de costa enorme e de frente para o Oceano Atlântico.
Deveríamos ter uma frota de submarinos convencionais com AIP com maior tonelagem para nos defender a exemplo da Austrália.
O Brasil dificilmente terá mais do que no máximo 3 subs nucleares, o que significa a disponibilidade de apenas 1 em operação.
Essa baixa disponibilidade só é valida em tempos de paz. Na guerra a coisa aumenta muito. Um submarino serve pra dissuasão de forças invasoras. Logo o numero desses meios de dosa pelo tamanho das possíveis forças invasoras e não pelo tamanho do mar. Todo armamento é dosado pelo tamanho do inimigo, e não pelo tamanho do território. Uma força atacante não vai espalhar sua frota pela costa brasilera para fazer uma invasão. Alias, se o invasor tiver navios para espalhar pela costa brasileira inteira, a unica coisa que nos restara será rezar, porque uma força gigante dessa não vai ser parada por nenhuma outra. Em um ataque a força invasora vai criar uma força tarefa com todos os navios reunidos e vai desembarcar em um ponto estrategico do territorio brasileiro. Igualzinho a Inglaterra fez nas Malvinas. Se tivermos dois ou tres submarinos nucleares para atacar essa força invasora enquanto ela “desce” pelo Atlantico e depois mais uns dez submarinos a diesel para ficarem estacionados em pontos estratégicos da costa preparando uma tocaia já será suficiente para fazer uma boa defesa. Se mesmo assim os atacantes estiverem dispostos a passar por isso tudo, então o jeito é preparar para lutar no solo. Nessa estrategia AIP faria pouca diferença e obrigaria a marinha a instalar postos de reabastecimento em vários pontos estratégicos, um custo inviável e sem retorno significativo.
Alem do mais existe um fato consumado, a marinha não vai usar AIP nos próximos anos, então ficar descendo o pau nos franceses e desqualificando o scorpene não vai servir absolutamente para nada, além de politicagem.
Fala-se muita bobagem sobre esses submarinos. Primeiramente a marinha tomou a decisão estrategica de não usar AIP em seus submarinos. Os criticos vem o AIP como a maior maravilha do mundo. Grande engano, ele é bom em mares com boa infraestrutura de apoio, oque definitivamente não é o caso do teatro operacional da marinha brasileira. A marinha está construindo um submarino nuclear de 6000 toneladas de deslocamento, então a tarefa de longas distancias ficará com os nucleares. Cada força do mundo tem o seu próprio teatro de guerra, não adianta ficar querendo comparar a marinha brasileira com outras que tem contextos diferentes e ainda vir com acusações levianas contra nossos oficiais. Eles é que sabem oque enfrentam no dia a dia e oque é viável ou não, o mundo real não é um jogo de tabuleiro.
oséias, ESM,
Nem tanto céu, nem tanto terra.
Primeiramente, essa conta de que tem que ter três navios para se ter um operando não é necessariamente verdadeira… Navios somente ficam impedidos de operar quando estão passando por alguma manutenção de maior monta. Se se souber intercalar bem a utilização dos vasos de guerra, será sempre possível contar com razoável numero deles; é e possível estarem todos operacionais em algumas ocasiões.
Realmente não é incomum que a disponibilidade de uma marinha caia em tempos de paz. Normalmente, uma marinha que opera com 60% de seus vasos de guerra nessas condições, é uma marinha bem disposta. Contudo, recuperar a disponibilidade em tempos de guerra não é tão simples… Colocar os navios em estado “full” para o combate, dependendo do estado da embarcação, pode requerer considerável tempo, independente do dinheiro que se tenha.
Ainda que seja necessária considerável infraestrutura para a operação de submarinos AIP, ainda sai mais barato no longo prazo que submarinos nucleares. Não é pra menos que marinhas nucleares hoje pensam em adquirir ou manter submarinos convencionais. Contudo, é inegável que o País necessite de meios nucleares, se quiser projetar força para além da sua ZEE…
Submarinos convencionais realmente são excelentes meios defensivos, mas o serão dentro do âmbito regional. Sua capacidade de projeção de força é consideravelmente limitada. E como o alcance é limitado, é interessante que sua operação se concentre em zonas definidas a algumas centenas de milhas da costa, de modo a conseguir o melhor tempo on-station possível. Um submarino nuclear, por outro lado, não tem essa limitação…
Um outro ponto que pesa a favor da manutenção de submarinos nucleares é a velocidade. Um SSN pode alcançar velocidades superiores a 25 nós, se for necessário. Com isso, tem a possibilidade de acompanhar até mesmo um Carrier Group, sendo, evidentemente, o meio mais recomendável para perseguir e interceptar uma força naval… Um SSK, por outro lado, está normalmente limitado a velocidade máxima de mais ou menos 20 nós ( usualmente operam a velocidades de cerca de 10 nós ), sendo muito mais complexo para eles alcançar navios que normalmente estarão avançando a mais que isso. E os sistemas AIP já desenvolvidos, embora todos possam realmente dar mais fôlego a um SSK, não soluciona o problema da velocidade, posto que o rendimento ainda é inferior ao de reatores nucleares…
A coisa é simples, não temos orçamento para submarino nuclear. Vai acontecer que vamos comprar e não vamos ter como manter. E pode ser pior, pois se submarinos de grandes marinhas tem apresentado defeitos imagina na nossa!
Os EUA tem problema para achar marinheiros qualificados, o Reino Unido tem encontrado dificuldade para tripulação qualificada e especializada em manutenção deste tipo de embarcação, imagina aqui!
Oséias, mas em um ponto você há de concordar que a utilização da propulsão independente do ar tornaria nossos submarinos muito mais furtivos e difíceis de serem descobertos… Enquanto que com a utilização da propulsão diesel elétrica comum, um P-8 Poseidon por exemplo partindo da base aérea da Ilha de Ascensão (USA/UK) e reabastecido no ar pelos KC-46A da teria um tempo enorme de permanência sobre o alvo rastreando tudo a centenas de quilômetros com seu radar AN/APY-10, AAS (Advanced Airbone Sensor), e quando o nosso sub botar a ponta do snorkel para fora, já é descoberto e daí passa a ser caçado e em pouco tempo outro P-8 chega especificamente naquela posição já devidamente preparado com torpedos e sonobóias, ou seja, já era nosso submarino. Enquanto que com a utilização de AIP pelo manos daria muito mais trabalho para eles descobrirem sua localização.
Meu caro oséias m.g.,
Desculpe discordar, mas nossa marinha não consegue manter sequer um pequeno porta-aviões convencional vai manter uma frota de submarinos nucleares?
Nossos navios de superfície são sub armados.
Na minha opinião a marinha brasileira tem mais função de guarda-costeira em um país de costa enorme e de frente para o Oceano Atlântico.
Deveríamos ter uma frota de submarinos convencionais com AIP com maior tonelagem para nos defender a exemplo da Austrália.
O Brasil dificilmente terá mais do que no máximo 3 subs nucleares, o que significa a disponibilidade de apenas 1 em operação.
Essa baixa disponibilidade só é valida em tempos de paz. Na guerra a coisa aumenta muito. Um submarino serve pra dissuasão de forças invasoras. Logo o numero desses meios de dosa pelo tamanho das possíveis forças invasoras e não pelo tamanho do mar. Todo armamento é dosado pelo tamanho do inimigo, e não pelo tamanho do território. Uma força atacante não vai espalhar sua frota pela costa brasilera para fazer uma invasão. Alias, se o invasor tiver navios para espalhar pela costa brasileira inteira, a unica coisa que nos restara será rezar, porque uma força gigante dessa não vai ser parada por nenhuma outra. Em um ataque a força invasora vai criar uma força tarefa com todos os navios reunidos e vai desembarcar em um ponto estrategico do territorio brasileiro. Igualzinho a Inglaterra fez nas Malvinas. Se tivermos dois ou tres submarinos nucleares para atacar essa força invasora enquanto ela “desce” pelo Atlantico e depois mais uns dez submarinos a diesel para ficarem estacionados em pontos estratégicos da costa preparando uma tocaia já será suficiente para fazer uma boa defesa. Se mesmo assim os atacantes estiverem dispostos a passar por isso tudo, então o jeito é preparar para lutar no solo. Nessa estrategia AIP faria pouca diferença e obrigaria a marinha a instalar postos de reabastecimento em vários pontos estratégicos, um custo inviável e sem retorno significativo.
Alem do mais existe um fato consumado, a marinha não vai usar AIP nos próximos anos, então ficar descendo o pau nos franceses e desqualificando o scorpene não vai servir absolutamente para nada, além de politicagem.
Fala-se muita bobagem sobre esses submarinos. Primeiramente a marinha tomou a decisão estrategica de não usar AIP em seus submarinos. Os criticos vem o AIP como a maior maravilha do mundo. Grande engano, ele é bom em mares com boa infraestrutura de apoio, oque definitivamente não é o caso do teatro operacional da marinha brasileira. A marinha está construindo um submarino nuclear de 6000 toneladas de deslocamento, então a tarefa de longas distancias ficará com os nucleares. Cada força do mundo tem o seu próprio teatro de guerra, não adianta ficar querendo comparar a marinha brasileira com outras que tem contextos diferentes e ainda vir com acusações levianas contra nossos oficiais. Eles é que sabem oque enfrentam no dia a dia e oque é viável ou não, o mundo real não é um jogo de tabuleiro.
Acho os projetos de submarinos das marinhas da Alemanha e do Japão mais interessantes.