Brasília (DF) – A preparação e participação de militares brasileiras em missões de paz da Organização das Nações Unidas estiveram em foco durante evento no Quartel-General do Exército, em Brasília. Peacekeepers brasileiras: destaques do Brasil na implementação da agenda sobre mulheres, paz e segurança foi o tema de seminário organizado pelo Comando de Operações Terrestres e a Rede Brasileira de Operações de Paz do Brasil (REBRAPAZ). Realizada no dia 21 de março, a atividade contou com dois painéis, trazendo militares que já atuaram em operações de paz.
O Comandante do Exército, General de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, procedeu à abertura do evento, que contou com a presença do Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, representantes da ONU, do Ministério das Relações Exteriores, oficiais-generais do Alto-Comando do Exército e outras autoridades civis e militares.
O General Tomás ressaltou o compromisso institucional com o incremento da presença feminina em missões de paz e na Força como um todo, pontuando que “entre 2018 e 2024, o número de mulheres no Exército saltou de 8 mil para cerca de 13 mil militares, e todos podemos testemunhar o quanto elas agregaram em qualidade de trabalho para a Instituição”.
A Coordenadora-Geral da REBRAPAZ, Eduarda Hamann, declarou que um dos indicadores mais visíveis do engajamento do Brasil na implementação da agenda Mulheres, paz e segurança é a participação crescente de mulheres brasileiras nas operações de paz da ONU. “Em nossas pesquisas, verificamos que há uma linha crescente do número de mulheres nessas missões a partir de 2018. Procuramos contribuir, produzindo conhecimento técnico sobre o assunto e fortalecendo as capacidades sobre a participação em operações de paz entre as militares e civis”.
A Coordenadora Residente do Sistema ONU no Brasil, Silvia Rucks, ponderou que alguns desafios específicos não respondidos de modo satisfatório somente com a presença masculina em missões de paz requerem uma maior participação das mulheres no terreno. “Em determinados países onde ocorrem operações de paz, pela própria cultura local, a mulher tem sido muito mais efetiva no contato com o público mais vulnerável. Ao mesmo tempo, elas estão ganhando funções mais substantivas, operativas e até chefias de missões de paz, o que nos enche de orgulho”.
O Comandante de Operações Terrestres, General de Exército André Luís Novaes Miranda, afirmou que o seminário buscou apresentar de que modo o Exército está agindo para cumprir as metas estabelecidas pela ONU não só em termos quantitativos como qualitativos. “Entendemos que a mulher pode agregar muito aos nossos processos nas operações de paz, por isso temos militares femininas em funções de destaque. Os pelotões de engajamento são um bom exemplo dessa atuação, pois as mulheres são colocadas em posições nas quais podem empregar todas as suas competências e, ao mesmo tempo, proteger as pessoas mais vulneráveis em áreas de conflito, que são mulheres e crianças”.
Diferencial feminino
Uma das painelistas do seminário foi a Capitão Camila Paiva, que esteve na Missão de Paz no Haiti e hoje é instrutora do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), estabelecimento responsável pelo preparo de militares para missões dessa natureza. Ela destaca que “a participação feminina em operações de paz, especificamente nos pelotões de engajamento, é uma demanda operacional, pois existem situações nas quais a cultura local não permite a presença de homens. Nesse sentido as mulheres colaboram para aumentar a cooperação da população e contribuem para a maior efetividade da missão”.
Quem também sinalizou o diferencial da presença de mulheres em operações de paz foi a Tenente-Coronel Renata Monteiro. A militar está desdobrada em missão de paz no Sudão do Sul e obteve reconhecimento internacional por sua atuação, sendo indicada pela ONU ao prêmio de Defensora Militar da Igualdade de Gênero das Nações Unidas 2023. “As mulheres vítimas dos conflitos armados sentem-se mais à vontade em procurar a ajuda de outras mulheres nessas situações. Procurei fazer além do básico previsto para a missão, tentando colaborar para amenizar o sofrimento das pessoas de alguma forma. Sinto-me verdadeiramente honrada com a indicação, que é um reconhecimento do trabalho de todos os militares que estão na missão”, ressaltou a oficial, que retorna ao Sudão do Sul em abril, permanecendo até junho desse ano.
FONTE: EB
FOTOS: CCOMSEx
As pessoas não percebem que essa ideia de igualar gênero coloca uma responsabilidade muito cruel nas costas das mulheres porque parte do princípio de que elas tem que ter o mesmo rendimento. Ora, para ter o mesmo rendimento quer dizer que tem que ter o mesmo condicionamento físico colocando o corpo da mulher em nível de estresse superior a sua capacidade natural. O lado psicológico vem por consequência. Para variar: um grande desserviço da ONU em relação ás mulheres.
Parabéns ao mais poderoso Exército de Operações de Paz do mundo.