Apontada por todos os especialistas do setor como um dos maiores obstáculos para ampliar a sua adoção no Brasil, a comunicação ineficiente entre os profissionais da energia nuclear e o público foi o tema do 6º Encontro de Comunicação do Setor Nuclear (Encom Nuclear), que fez parte do último dia de discussões do Seminário Internacional de Energia Nuclear (SIEN), na quinta-feira (23/11). Leonam Guimarães (coordenador do Comitê de Acompanhamento de Angra 3, da Eletronuclear e coordenador do Comitê de Ciência e Tecnologia da Amazul) afirma que a França, com 80% de sua energia produzida por usinas nucleares, é um exemplo.
– O trabalho deles se apoia em transparência, educação e acesso à informação, principalmente sobre segurança. A estratégia de comunicação não pode se restringir à aceitação de uma única usina, mas de um programa de longo prazo. E comunicar os resultados, explicou.
A Alemanha, que chegou a ter 19 reatores (que supriam 30% da demanda energética), cometeu suicídio tecnológico, na avaliação de Leonam, ao decidir fechar suas usinas. Uma guerra de comunicação vencida pela tropa dos ambientalistas. Leonam disse que a repulsa do povo alemão por essa fonte de energia tem origem nos movimentos pacifistas dos anos 1960, que optaram por fazer protestos em frente às usinas. Foi o único país a decidir abandonar essa opção de suprimento e a manteve.
– Mas ninguém fala das armas nucleares da OTAN no território alemão. Hoje, com o custo de energia crescente, eles estão correndo risco até de desindustrialização, analisou.
Por que a comunicação nuclear não avança? Para Marco Antonio Torres Alves (gerente de Comunicação Institucional da Eletronuclear e representante do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear – CDTN) é porque o setor luta para ter “aceitação social” quando deveria trabalhar para “ser amado”. Para ele não há muito mais tempo para chegar a esse objetivo, com os piores cenários do aquecimento global batendo à nossa porta. Urge convencer a sociedade a adotar essa fonte energética, caso queiramos manter o mesmo padrão de consumo.
– Os dados a favor da energia nuclear são evidentes. Por que não conseguimos convencer a sociedade? Precisamos nos adaptar para ganhar escala na nossa comunicação. Temos que falar para milhões de pessoas e não apenas para convertidos, sugeriu.
Em 2021, Cibele Bugno Zamboni (pesquisadora do Laboratório de Espectroscopia Espectrometria das Radiações – LEER-IPEN/CNEN) veio ao ENCOM apresentar o programa Jovem Cientista, criado em 2019. Ela voltou nesta edição para mostrar os resultados alcançados com o trabalho, criado pelos alunos de graduação, e cujo objetivo é divulgar ciência, com ênfase na nuclear, usando redes sociais. O primeiro passo foi construir um site para reunir todo o trabalho de divulgação produzido.
– O site tem cinco menus, 40% dele é dedicado à divulgação de energia nuclear, mas na verdade chega a muito mais, 80%, porque na parte de curiosidades fazemos o diálogo com todas as áreas: meio ambiente, medicina e na área nuclear. Notamos que conversar com diversas áreas ao mesmo tempo traz um retorno positivo para o conhecimento da energia nuclear. Pessoas que a princípio não fariam consultas sobre energia nuclear não apenas as fazem como também escrevem para a gente, contou.
O SIEN fecha nesta sexta-feira, dia 24, com uma visita técnica à Central Nuclear de Angra dos Reis.
FOTOS: Diego Rodrigues
FONTE: Primeira Linha Comunicações
Quando o gerente falou de aquecimento global já desisti de ler o texto. O certo é a sociedade se interessar por esse tema: é por isso que a Marinha inventou a classificação de … “convencionalmente armado de propulsão nuclear”. Isso é horrível!! É óbvio que a arma dele tem que ser comum! Se essa mesma sociedade soubesse que para se ter um submarino “efetivamente” armado com míssil atômico (as pessoas esquecem dessa palavra) deveria antes ter recursos caros como satélites independentes que guiem esses artefatos. Pois bem: nem Programa Espacial temos, quanto mais submarinos ainda mais caros de propulsão atômica capaz de disparar tais mísseis. Além, é claro, de mudança na Constituição para obter esse arsenal de destruição em massa. Eu poderia falar de contingenciamento de verba? Melhor não, “abafa o caso”. Quem tem esse poderio permitiria a entrada de mais um membro? Um sonoro NÃO!
Moral da História: quem os brasileiros pensam que são para ter acesso a um poder dissuasório desse porte? Com esses argumentos a sociedade seria sanada da ideia de que não temos nem de longe a capacidade de tão grande poder nuclear. Mas o tema é energia nuclear e não bomba nuclear? Energia é uma coisa, bomba é outra!
O combate à energia nuclear por ecologistas sempre foi financiado e manipulado por concorrência internacional.
Hoje em dia, devido aos veículos elétricos, os ecologistas já começaram a aceitar a energia nuclear para carregar as baterias, pois tem receio de que os geradores eólicos e solares não dêem conta.