A BHS (Brazilian Helicopter Services), subsidiária brasileira da canadense CHC Helicopter, líder global em serviços de helicópteros, e da empresa operadora do CHC Group Ltd. (NYSE: HELI), trouxe para o Brasil importantes especialistas de segurança durante a terceira edição do CHC Brazil Safety & Quality Summit, no Rio de Janeiro. O evento, realizado nos dias 22 e 23 de outubro, restrito a convidados e com um público de mais de 150 pessoas, reuniu profissionais e lideranças de setores da aviação geral, aviação offshore, óleo e gás, entre outros.
Duncan Trapp, vice-presidente de Safety Quality da CHC, abriu a sessão plenária do primeiro dia lembrando que “o mais importante para as empresas de transporte de pessoas por helicóptero é levar todos de volta para casa com segurança, e é isso que move a CHC na busca diária pela melhoria de seus processos”. O diretor regional das Américas da CHC, Tomas Salazar, falou na sequência e reforçou que o tema segurança não deve ser um diferencial competitivo no mercado, mas sim um item essencial para todas as empresas de transporte aéreo. “Meu sonho é ter zero acidentes no transporte aéreo de helicópteros nos próximos anos”, finalizou Salazar.
A primeira palestra foi ministrada pelo gerente de Qualidade Operacional da GOL Linhas Aéreas, Alexsandro José da Silva, responsável pelo gerenciamento do programa de auditoria em todas áreas operacionais da companhia. Um dos principais destaques de sua apresentação foi a integração de todos os sistemas de análise de dados da empresa. Esses dados são analisados por um Comitê de Ação de Segurança Operacional que os organiza em um sumário executivo que é enviado mensalmente a todos os diretores da GOL e trimestralmente à alta direção. “Todos os níveis hierárquicos são envolvidos na área de segurança, pois cada cargo, desde o presidente até os gerentes, tem uma meta nessa área a ser alcançada, e isso impacta diretamente nos resultados de cada um”, explicou Silva.
O diretor fundador da Baines Simmons Limited, Keven Baines, especialista em regulação na aviação, conformidade e segurança de gestão, com parcerias com organizações mundiais de aviação civil e de defesa, ressaltou a importância do envolvimento de toda empresa no processo de segurança, principalmente das lideranças. “Para alcançar uma boa performance no sistema de segurança é preciso envolver também as lideranças da corporação”, salientou Baines.
O especialista também citou as etapas que as empresas precisam seguir na busca por uma excelência operacional: compreensão do cenário; construção dos processos; operação do planejamento; aprimoramento do projeto; e excelência nos resultados. Seguir esses passos, trabalhar com uma liderança ativa e atuante, ciente de que é preciso ter capacidade de assumir e controlar os riscos da operação, e uma cultura organizacional aberta, as chances da área de segurança ter êxito são potencializadas.
No período da tarde, três dos principais operadores de aviação offshore do país compartilharam suas melhores práticas em segurança. O gerente geral de operações da CHC Brasil – BHS, Ricardo Maltez, abriu o painel onde abordou a importância cultura de reportar. Segundo Maltez, a CHC Brasil vem trabalhando para “elevar a cultura de reportes para o próximo nível”. A empresa realiza pesquisas internas para identificar os principais fatores que levam seus colaboradores a não reportarem possíveis falhas na operação e assim consegue trabalhar para melhorar seus números.
Campanhas internas de comunicação, como “Follow Procedures”, programa formal de reconhecimento da equipe, envolvimento de toda alta gestão na cadeia e o estudo de casos de outras empresas do setor são algumas das ações que a CHC Brasil realiza na busca pelo aprimoramento da segurança em todos os procedimentos.
Representando a Omini Taxi Aéreo, Virgínio Augusto Corrieri de Castro, da área de Segurança em Voo, explicou brevemente como a empresa utiliza o LOSA (Line Operations Safety Audit) e cada passo que deve ser seguido para que o processo seja bem executado. “Além de identificarmos erros e ameaças durante o voo, toda empresa que aplica o LOSA também precisa do apoio do cliente, pois é preciso analisar todo processo”, lembrou Castro.
Jorge Luiz França Alves, gerente de segurança da Líder Aviação, falou sobre o tema “Disciplina Operacional”, onde, assim como Ricardo Maltez, apresentou algumas campanhas de boas práticas realizadas pela empresa com seus colaboradores, além de campanhas de segurança e cuidado, uso correto de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), e atualização constante da TV Corporativa.
Para encerrar primeiro dia do evento, os palestrantes dos workshops do segundo dia (Scott Shappell, Stephen Ingham, Keven Baines e o Brig. Carlos Alberto) falaram brevemente sobre suas apresentações.
O primeiro workshop do dia foi um dos mais elogiados, o especialista em aviação, Keven Baines, dissertou sobre “Compliance/Conformance vs. Performance”. Para Baines, algumas premissas básicas quando se fala em aviação são extremamente necessárias para se ter uma boa performance, como seguir as regras. “Pode parecer ingênuo, mas observar a maneira que executamos determinada tarefa quando não há ninguém olhando é muito importante. As regras precisam ser seguidas sob qualquer circunstância”.
Segundo Keven Baines o reporte não basta, é preciso haver uma investigação sobre cada reporte e como resultado uma intervenção no processo, se for o caso, para que haja um constante aprimoramento dos procedimentos. O gerenciamento do sistema de riscos também é muito importante, pois a partir dele é possível gerar um feedback e promover o desenvolvimento de nova metodologia, quando preciso.
Professor e membro permanente do Departamento de Fatores e Sistemas Humanos na Universidade Aeronáutica de Embry-Riddle, Dr. Scott Shappell, também marcou presença no evento. Com 20 anos de experiência na Marinha dos Estados Unidos na área de Psicologia Experimental Aeroespacial, Shappell explanou sobre o comportamento humano e como isso interfere na área de segurança das empresas aéreas. Seu principal tema para debate foi a diferença entre erros e violações. Segundo o professor, os erros, quando não resultam da violação das regras, não devem ser punitivos.
“Todos nós erramos, seja por falta de informação, conhecimento ou experiência. Aqueles que já contam com todos esses itens também podem errar por falta de atenção, memória ou técnica. Isso é normal do ser humano. A punição só funciona quando o erro se torna algo recorrente ou quando há uma violação, seja ela rotineira (a mais grave) ou excepcional”, explicou o Dr. Scott Schappell.
A legislação brasileira, normas de voo e órgãos de fiscalização na aviação foram temas abordados durante a palestra do Brigadeiro Carlos Alberto da Conceição, gerente da McLarens Aviation no Brasil. Para o Brigadeiro, segurança de voo deve ser sempre incluída na missão de todas as empresas que atuam no setor. “Na prevenção de acidentes não deve haver segredos nem bandeiras. Informação é o maior bem para se prevenir um acidente aéreo”, salientou Carlos Alberto.
A última apresentação do evento foi do diretor de operações de Helicópteros e Aeronaves da LOSA Collaborative, Stephen Ingham. Voltada especialmente para pilotos, a palestra abordou os procedimentos do LOSA (Line Operations Safety Audits / Auditorias de Segurança das Operações). O objetivo foi mostrar a importância do procedimento de auditoria e seus reais resultados, salientando que todas as análises geradas desse processo são anônimas e não punitivas.
“Um trabalho de auditoria do LOSA leva em torno de oito meses para ser realizado, e é algo que envolve toda empresa, desde os pilotos até os técnicos de manutenção e clientes. O LOSA é um diagnóstico, ele por si só não promove soluções, não existe uma ciência exata”, ressaltou Ingham.
Tomas Salazar, diretor regional das Américas da CHC, agradeceu a presença dos participantes ao final do evento e estendeu seus agradecimentos a todos aqueles que percebem a importância da colaboração de informações para a melhoria da segurança nas operações de voo no Brasil e em todo mundo.
O 3º CHC Brazil Safety & Quality Summit foi patrocinado pela Willis, Heli-One, AgustaWestland, McLarens Aviation, Safran Turbomeca, Expeditors, Helibras Airbus Helicopters, AGS Logística, CAE, Kennedys e AIG.
Veja alguns depoimentos de participantes do evento:
François Lassale, diretor de operações da HeliOffshore
“Unir concorrentes em um único evento para compartilharem juntos experiências e conhecimento é sensacional. Pela HeliOffshore eu viajo o mundo e são raras as vezes que vejo um evento no nível do Summit da CHC. Isso é muito importante, principalmente para o mercado de Offshore brasileiro, que trabalha praticamente apenas nos segmentos de Óleo e Gás, onde qualquer acidente é de grandes proporções, ou seja, aqui é ainda mais importante a preocupação das empresas com segurança.”
Antony DiNota, presidente da Heli-One
“Desde o primeiro Summit realizado pela CHC no Canadá, em 2005, já sabíamos que a colaboratividade e a troca de experiências era uma das coisas mais valiosas que podíamos ter em busca de um serviço mais seguro dia a dia.”
“Sabemos que as pessoas podem atingir níveis cada vez mais elevados de entrega quando trabalham com alta tecnologia e inovação.”
Cristina Pinho, gerente executiva da Petrobras
“Muita informação que vemos aqui levamos para aplicar na indústria de Óleo e Gás. Quando uma empresa promove esse tipo de evento, demonstra o seu comprometimento na melhoria dos processos de segurança. E a presença da alta direção nesse Summit reforça ainda mais essa preocupação.”
FONTE: G&A Comunicação Corporativa
O intercambio de informações no âmbito da aviação civil é sempre muito bom para aperfeiçoar serviços, melhorar o treinamento da mão de obra e conhecer o que tem de mais moderno em segurança….resumindo sempre vale a pena.
O intercambio de informações no âmbito da aviação civil é sempre muito bom para aperfeiçoar serviços, melhorar o treinamento da mão de obra e conhecer o que tem de mais moderno em segurança….resumindo sempre vale a pena.