Presidente diz a chefe da Agência Brasileira de Inteligência que relatório diário de duas páginas é ‘de anteontem’
Dilma comparou o órgão brasileiro com o americano: “É como um carrinho de brinquedo enfrentando um trator”
Quando as primeiras denúncias de espionagem dos EUA contra Dilma Rousseff chegaram ao conhecimento do Palácio do Planalto, a presidente foi “para cima” do general José Elito, responsável pela segurança presidencial e pelo serviço de inteligência do governo brasileiro.
Dilma não hesitou e, há duas semanas, disse ao general na presença de auxiliares: “Esses relatórios são de anteontem, Elito!”.
Quem acompanha Dilma de perto diz que o termo “de anteontem” é usado com frequência para definir a falta de agilidade da inteligência brasileira em captar e repassar informações estratégicas.
Para deixar a presidente informada, Elito faz duas reuniões, uma matinal e outra chamada de “pôr do sol”, com o comando da Agência Brasileira de Inteligência.
Resistente a repassar à presidente todos os relatórios de inteligência produzidos pela Abin, Elito exige uma síntese dos assuntos mais relevantes, que fazem parte de um mosaico de cerca de 700 diferentes cenários monitorados.
Trata-se de uma coletânea resumida de informes, dados de órgãos do governo que fazem parte do sistema de inteligência, breves análises de notícias e, às vezes, trechos de relatórios detalhados.
Normalmente, essa síntese encomendada diariamente pelo general tem duas páginas e, justamente por ser sucinta e genérica demais, é alvo de críticas não apenas de Dilma como de outros integrantes do governo.
Auxiliares lembram que, durante os protestos de junho, os documentos “secretos” da Abin, entregues todas as manhãs à presidente, traziam locais e datas dos atos. As mesmas informações, contudo, estavam publicadas em jornais e na internet.
DESDE LULA
Mas há quem acredite que parte do problema está na edição e restrição dos dados repassados a Dilma. O general filtra as informações da Abin, apresentando apenas as que considera relevante. Muito recentemente, por exemplo, dados sobre o cenário internacional passaram a ser incluídos com destaque.
Auxiliares de Dilma alegam que, no ano passado, ela não teve acesso aos documentos da Abin que mostravam o enfraquecimento político do então presidente do Paraguai, Fernando Lugo.
Apesar de os documentos terem sido entregues no dia anterior à abertura do processo impeachment, a presidente só foi informada depois.
O desgosto da chefe quanto ao serviço prestado pela inteligência brasileira não é novidade no Planalto. O ex-presidente Lula era tão ou mais queixoso que sua sucessora.
Em 2007, por exemplo, ao ser surpreendido com o motim dos controladores de voo, Lula perguntou para que servia o trabalho da Abin.
Dilma também questiona a eficiência da agência. Chamou assessores ao seu gabinete antes de decidir cancelar a visita de Estado aos EUA, marcada para 23 de outubro, diante das suspeitas de que foi vítima de espionagem da agência americana.
Segundo a Folha apurou junto a interlocutores, ela fez uma comparação entre órgão daqui e o dos EUA, dirigindo-se a José Elito: “É como um carrinho de brinquedo enfrentando um trator”.
Questionado, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República informou que “deixa de se manifestar em virtude de [as perguntas] abordarem temas voltados para a atuação da inteligência de Estado”.
FONTE: Folha de São Paulo
Sr. Luiz Geraldo,
apesar de não conhecê-lo, dou ao senhor os meus parabéns pelos relato detalhado de uma situação desconhecida pela imprensa brasileira. Informo-lhe, entretanto, – e eu já havia comentado abertamente sobre isso – que a ABIN é inútil.
Os “espiões” brasileiro estão mais preocupados em saber se o Café Três Corações ou o Café Pilão será o vencedor da licitação do cafezinho do órgão, do que com guerra cibernética, interesses de multinacionais que operam no Brasil ou com os rumos políticos do Oriente Médio.
Em suma e repetindo: a ABIN é inútil.
A quem interessar possa:
1. Em Novembro de 2008 depois de me reunir na Sedecda ABIN entreguei copia de um relatório indicando evidencias de que havia esquema de corrupcao e venda de sentencas no STF. As breves evidencias apontadas, mostravam que o então PGR ANTONIO FERNANDO SOUZA tinha tomado conhecimento destes fatos em agosto 2007 e, no entanto, silenciou. Silenciou sobre um esquema de corrupcao junto a agentes públicos ligados a Receita Federal que desde 1992/2000 havia fechado os olhos para um esquema de fraude na classificação de dois produtos importados pela multinacional KODAK que podia ter causado um dano ao erario em mais de US$2 bilhoes dólares. Mostrei a ABIN em 2008 que parte deste esquema foi levado por mim ao MPF-SF em fins de 1999/2000 e este Órgão emparedou a RECEITA FEDERAL de SAP PAULO o que redundou na aplicação de multas que hoje atualizadas estão por volta de R$1 bilhao de reais. Assimno erario vai jose recuperar este valor graças a minha coragem e iniciativa de levar estes elementos ao MPF-SP. Esta empresa esta hoje com todos os seus bens penhorados no Brasil em favor da Fazenda Nacional. Os novos elementos descobertos de 2005/2006 foram levados ao conhecimento do então PGR ANTONIO FERNANDO DE SOUZA e em agosto 2007 e nao obstante ter-se feito referencia de que se tratava de novos evidencias que podiam levar a uma recuperação de valores ligados a uma fraude fiscal de maiscde US$2 bilhoes dólares o mesmo referido PGR nao se interessou pelo assunto.
2. Foi informado também a ABIN e ao ex-PGR ANTONIO FERNANDO SOUZA que esta multinacional EASTMAN KODAK havia organizado este esquema de corrupcao e de venda de sentenças no âmbito do STF e do TJSP se valendo da especialidade da empresa de investigacao privada KROLL ASSOCIATES (BRAÇO PRIVADO DA CIA/NSA NO BRASIL). Informei que documentos que comprovavam tal fato, estava em minhas mãos e que iria entrega-lisa ABIN e ao PGR ANTONIO FERNANDO DE SOUZA. No documento entregue a ABIN em novembro de 2008, este mostrava a lista de varios juizes, desembargadores e ministros do STF que estavam sendo acusados.
3. No dia seguinte a data da reunião mantida na ABIN, estive pessoalmente no PALÁCIO DO PLANALTO e entreguei a um membro do GSI e do Gabinete do General Felix uma copia da documentação entregue a ABIN que era de interesse publico e que mostrava dano ao erario com pedido para que fosse entregue ao Ministro Chefe do GSI para que este levasse os fatos graves ao conhecimento do então Presidente da Republica Luiz Inácio Lula da Silva. Se isto foi feito ou nao, nao tive noticia apesar de varios emails terem sido trocados com a ABIN e GSI ea minha pessoa.
3. Verifiquei que durante 2011/2012 esteve no Brasil uma representante da empresa STRATFOR. Esta vende informacoes e apresenta-se como especializada em questões de inteligência e geopolitica internacional. Desnecessário dizer que esta empresa STRATFOR tem estreita relacao de interesses com a CIA/NSA. Tal pessoa alienígena foi recebida pelo ministro chefe do GSI. Com seu conhecimento e consentimento foi autorizado que esta representante da STRATFOR visitasse nossas forcas especializadas em luta na selva na Amazônia.
4. Ante o que foi exposto, defendi antes e defendo ainda hoje o seguinte:
4.1. que, em circunstancias e fatos como estes descritos acima;
4.2. ou em cenarios como estes ocultados da Presidente ounmanipuladossua importancia, quando apresentam interesse publico em jogo, são suficientes para que a Presidenta ou
Presidente da Republica que esteja no cargo, deveria demitir o Ministro Chefevdo GSI e o
Diretor da ABIM.
4.3. Somado isto ha agora a circunstancia agravante de que a atual Presidente da Republica foi vitima de uma ação direta de violação inaceitável, imperdoavel e indesculpável de suas ligações telefônicas e de emails e que isto teria sido a CIA/NSA. Em 2001 algo semelhante vasou a imprensa. E a vitima da mesmo tipo de espionagem teria sidoo ex presidente Fernando H. Cardoso e que isto teria sido feita pela empresa de investigacao Privada KROLL
ASSOCIATES(BRAÇO DA CIA/NSA NO BRASIL).
4.4. Resumo: nem a ABIN nem o GSI estão desempenhando as suas funções constitucionais e assim estão impotentes para impedir que isto ocorra. Outrossim, relatório entregue a presidenta Dilma ou qualquer outro presidente que o substituir, nao pode ser composto em singelos dados colhidos da imprensa ou destes representarem mais que 10%.
Luiz Geraldo Bresciani
Anistiado Politico Aposentado
051-99974081