Por Tenente Wanessa Liz
Após sete meses de intensa atuação, encerrou-se nesta terça-feira (04/06) a Operação Ponte Aérea, instituída pelo decreto n.º 11.765, de 1º de novembro de 2023. No contexto da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), a operação representou um marco na estratégia de segurança nacional, por meio do emprego das Forças Armadas em ações preventivas e repressivas contra o tráfico de drogas, armas e outros ilícitos em locais estratégicos, como os aeroportos.
Durante sua vigência, a GLO contou com a colaboração e apoio de diferentes órgãos de segurança. A coordenação entre a Força Aérea Brasileira (FAB) e as agências da Receita Federal (RF), Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) permitiu a realização de ações estratégicas e o compartilhamento de recursos e informações essenciais para o combate ao crime organizado.
Ao longo de sua execução, a Operação obteve resultados significativos, com a apreensão de uma quantidade expressiva de drogas nos aeroportos internacionais do Galeão no Rio de Janeiro (RJ) e de Guarulhos em São Paulo (SP). O trabalho conjunto das Forças de Segurança contribuiu para a descoberta de rotas de tráfico internacional e para a interrupção da entrada e saída de materiais ilícitos em território nacional.
A Operação
A atuação da tropa foi conduzida de maneira discreta, com o devido respeito à integridade e aos direitos de cada funcionário ou passageiro, sem interferir no fluxo das aeronaves.
Os Batalhões de Garantia da Lei e da Ordem do Rio de Janeiro e de São Paulo realizavam as ações de Polícia da Aeronáutica, que incluíam a utilização de cães especializados para detectar drogas, armamentos e outros ilícitos provenientes da área de remessa postal internacional dos aeroportos, bem como farejar bagagens durante o embarque e desembarque.
Durante uma das ações da tropa, o Comandante do Pelotão, do Batalhão da GLO-RJ, Tenente Gabriel Alvarenga Martins, explicou sobre a atividade. “A nossa atuação visou apreender drogas, armas e outros ilícitos. Durante as ações conseguimos apreender desde pequenas até grandes quantidades de ilícitos, principalmente em voos internacionais’’, afirmou.
Além disso, a presença ostensiva da FAB nos aeroportos contribuiu para dissuadir atividades criminosas, resultando em um aumento na segurança entre os cidadãos e fortalecendo as instituições responsáveis pela defesa do país. Segundo o Diretor de Operações da concessionária RIOGaleão, Dimas Salvia, a atuação da FAB no âmbito da GLO foi fundamental. “Sem dúvidas a Operação trouxe uma percepção de segurança para os passageiros e a comunidade aeroportuária de segurança. Com o aumento do fluxo nesses seis meses, a Operação se tornou um diferencial. A parceria entre a FAB e as Forças de Segurança foi excelente e podemos dizer que foi uma experiência única. O trabalho em conjunto com as forças que já atuam no Galeão fez toda a diferença; o apoio da FAB ajudou a melhorar o trabalho que era realizado, complementando o dia a dia do aeroporto, trazendo a percepção segurança”, agradeceu.
Um dos passageiros que embarcavam para Paris, na França, falou sobre a atuação da GLO, e a importância desse tipo de ação, tornando uma grande barreira contra o tráfico de drogas. O aposentado, José Roberto Vicente Cardoso, comentou que esta é a segunda vez, neste ano, que esteve no Aeroporto, e que sentiu um ambiente mais agradável e seguro. “Uma ação muito interessante, uma forma de prevenção. Fica muito mais seguro para quem está viajando, sabendo que temos mais essa ajuda no combate ao tráfico e armas”, disse.
Legado
Com o encerramento da Operação Ponte Aérea, permanece o legado de um esforço conjunto e coordenado da FAB e das Forças de Segurança na proteção da soberania nacional e no combate ao crime organizado. Mesmo com o fim da operação, as autoridades mantêm seu compromisso em garantir a segurança e o bem-estar da população por meio de iniciativas e estratégias destinadas a manter a ordem e a tranquilidade no país.
O Chefe do Estado-Maior da Força Aérea Numerada 34, Coronel de Infantaria Michel Lima Marques, falou sobre o sucesso da Operação. “A operação foi marcada pela excelente interação com instituições externas e a cooperação da Receita Federal do Brasil, Polícia Federal e as concessionárias RIOgaleão e GRU Airport. Serviu também para a tropa terrestre da FAB empregar seus meios na tarefa de apoio às ações de estado, conforme as ações de Força Aérea previstas”, concluiu.
Durante mais de 210 dias de Operação, as atividades envolveram a atuação na área operacional dos aeroportos, nos seus canais de inspeção e de fiscalização de bagagens, em cargas suspeitas e passageiros, com o auxílio de cães farejadores. Além disso, ocorreu a patrulha dos perímetros dos aeroportos por meio de viaturas em pontos estratégicos, bem como rondas a pé nos saguões.
A FAB conduziu ações preventivas e repressivas, totalizando 2.810 missões e mais de 10.000 horas de emprego de militares e cães farejadores. Foram realizadas ações de patrulhamento ostensivo nos saguões, terminais e áreas sensíveis, resultando na interceptação de aproximadamente 400 quilos de drogas e na detenção de 66 pessoas. Sendo apoiados pela Polícia Federal (PF), Receita Federal (RF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os militares da FAB também realizaram ações em 29.182 veículos e 544 aeronaves.
Fonte: Agência Força Aérea
Fotos: CECOMSAER