Boa Vista (RR) – O Exército Brasileiro reforça o combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami nos estados do Amazonas e de Roraima. Cerca de 800 militares das três Forças Armadas estão sendo mobilizados, além de meios fluviais, terrestres e aéreos. As medidas fazem parte da segunda fase da Operação Catrimani, ação coordenada pelo Ministério da Defesa e iniciada em abril.
Nesta segunda etapa, Marinha, Exército e Força Aérea realizam operações conjuntas para inutilizar a infraestrutura de suporte ao garimpo ilegal e atuam no apoio logístico às atividades governamentais de emergência. As ações acontecem em articulação com agências e órgãos de segurança e com a Casa de Governo, vinculada à Casa Civil da Presidência da República.
A Operação Catrimani II já obteve os primeiros resultados. Um helicóptero foi apreendido e destruído durante ação na Terra Indígena Yanomami nos dias 7 e 8 de abril. Em coordenação com o IBAMA, os militares também inutilizaram equipamentos e desmontaram cinco acampamentos de garimpo ilegal nas regiões de Rangel, Xitei Pupunha e Homoxi.
Já na região do Rio Couto Magalhães, localizado em Rangel, foram inutilizados dois acampamentos de garimpo ilegal, além da apreensão de motores, geradores e celulares via satélite.
Cerca de 27 mil indígenas vivem na Terra Indígena Yanomami, região com área maior que Portugal, caracterizada pelo difícil acesso, ausência de estradas e escassez de rios navegáveis durante a seca.
Catrimani I
Na primeira fase da Operação Catrimani, ocorrida de janeiro a março deste ano, as Forças Armadas prestaram atendimento humanitário a 236 comunidades da Terra Indígena Yanomami, transportando suprimentos, combustível e realizando evacuações aeromédicas, além de apoiar operações da Polícia Federal e da Polícia Civil do Estado de Roraima.
O esforço logístico teve a participação de 374 militares, que entregaram 15 mil cestas de alimentos (330 toneladas), totalizando 2,4 mil horas de voo e 680 mil quilômetros percorridos. A partir de abril, a entrega de cestas de alimentos aos indígenas passou a ser feita pelo Governo Federal por meio da contratação de transporte civil, ficando a cargo do Ministério dos Povos Indígenas.
Força-Tarefa
Desde janeiro de 2023, o Ministério da Defesa integra a força-tarefa do Governo Federal para a proteção aos indígenas em território Yanomami. Em cooperação interministerial, ao longo do ano passado, as Forças Armadas transportaram, por meio aéreo, mais de 760 toneladas de suprimentos e três mil pacientes para tratamento de saúde especializado; efetuaram a detenção de 165 garimpeiros e a entrega de 36 mil cestas de alimentos.
Nessas ações, foram empregados 1,5 mil militares e 18 tipos de aeronaves da Marinha, do Exército e da Força Aérea, totalizando 7,4 mil horas de voo e 1,6 milhão de quilômetros percorridos.
FONTE: EB