GEORGETOWN – Um navio de exploração petrolífera que transportava cinco americanos foi interceptado pela Marinha venezuelana, nas disputadas águas da Costa da Guiana. O fato ameaça reviver uma velha disputa entre o maior produtor de petróleo da América do Sul e um dos países mais pobres da região.
O número total de membros da tripulação é desconhecido. Entres os americanos havia empreiteiros e funcionários da empresa Anadarko Petroleum TDI Brooks International, com sede no Texas.
A embarcação de 87 metros de comprimento tem bandeira panamenha, e vinha realizando um levantamento sísmico sob contrato com a Anadarko na quinta-feira, quando teve as atividades interrompidas por um navio da Marinha venezuelana, que ordenou à tripulação que retornasse, sob escolta, até a ilha Margarita.
A Guiana, por sua vez, disse que o navio estava dentro de suas águas, mas a Marinha da Venezuela disse que a tripulação estava operando na zona econômica exclusiva do país e ordenou a suspensão imediata do estudo.
Anadarko, com sede em Houston, disse que trabalha com o Governo da Guiana e dos Estados Unidos para garantir a libertação da tripulação e do navio, o que é esperado para este domingo. O Departamento de Estado dos EUA disse que estava ciente da situação, mas se recusou a comentar.
O Ministério das Relações Exteriores da Guiana disse neste sábado que solicitou uma reunião na próxima semana para discutir os últimos acontecimentos, que ameaçam afugentar investimentos estrangeiros.
“Está claro que o navio e sua tripulação não estavam apenas sendo escoltados para fora das águas da Guiana. Os tripulantes foram presos” disse o Ministério das Relações Exteriores da Guiana na sexta-feira em um comunicado exigiu a libertação imediata do navio e sua tripulação . “Estas ações da marinha venezuelana não têm precedentes nas relações entre Guiana e Venezuela . “
Durante décadas, a Venezuela assumiu a dois terços do território da Guiana como seu, argumentando que a região a oeste do Rio Essequibo, rica em ouro, foi roubada por um acordo de 1899 com a Grã-Bretanha e sua então colônia. A área aparece em mapas da Grande Colômbia, a república de curta duração reverenciada pelo falecido presidente Hugo Chávez.
FONTE: O GLOBO