Um novo e importante passo para que Santa Maria e região sejam cada vez mais reconhecidas como polo de defesa e de simulação foi dado ontem. A direção do Centro de Tecnologia (CT) da Universidade Federal de Santa Maria divulgou o contrato milionário firmado há cerca de duas semanas com o Exército, para que pesquisadores, para que alunos e profissionais contratados pela UFSM desenvolvam um simulador para o sistema de lançamento de foguetes e mísseis Astros do Exército, que será usado no Forte Santa Bárbara, em Formosa, Goiás.
— Este projeto é bem específico para defesa. Mas as aplicações desse conhecimento que será gerado aqui são infinitas. Já temos empresas que trabalham com simulação aqui e com isso geraremos um círculo virtuoso de desenvolvimento — comemora o diretor do CT, Luciano Schuch.
A cidade já tem empresas da área: a Rota desenvolveu aqui simuladores de direção veicular, a Defii desenvolve sistemas para simulação militar, a KMW, que fabrica blindados, também tem a intenção de trabalhar a simulação por aqui. E o conhecimento que será gerado na UFSM terá múltiplas aplicações: saúde, games, carros, entre outros.
Pelo contrato com a UFSM, o Exército repassará R$ 9 milhões à UFSM para que, durante quatro anos, seja desenvolvido um protótipo do simulador. Esse equipamento e, principalmente, o seu software, poderão repetir com exatidão o processo de lançamento dos mísseis e foguetes das viaturas Astros, também de tecnologia nacional. Os blindados, foguetes e mísseis fazem parte do projeto estratégico Astros 2020 estão sendo desenvolvidos e fabricados pela empresa Avibras, em São José dos Campos.
— Nosso trabalho é fazer a especificação do sistema da simulação e integrar os diferentes equipamentos. Além da viatura que lança os mísseis, faremos também uma mesa sensível ao toque, para ser usada na simulação construtiva, que é a dos generais — explica a coordenadora do projeto, Lisandra Manzoni Fontoura.
Participarão do projeto 11 professores dos departamentos de Eletrônica da Computação (Delc) e de Computação Aplicada (DCom), e também do Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (CTism). Estão previstas bolsas para 11 mestrandos, além de outros estudantes de graduação que poderão participar.
— Para o estudante, o benefício é poder se integrar em um projeto que tem uma aplicação real e é altamente inovador. Cada um trabalhará em uma área específica, e verá infinitas possibilidades de aplicar o conhecimento necessário para fazer aquela pecinha do quebra-cabeça — diz o diretor substituto do Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia da UFSM (NIT), Tiago Bandeira Marquesan.
O PROJETO
– Valor: R$ 9 milhões
– Prazo: 4 anos
– Envolvidos: 30 pessoas, sendo 11 professores e 11 mestrandos, estudantes de graduação e profissionais contratados
– Objetivo: Criar um simulador para o sistema de lançamento de foguetes e mísseis Astros, do Exército Brasileiro
– Propriedade intelectual: 70% do Exército Brasileiro e 30% da UFSM
– Consequências: Santa Maria se fortalece como polo de defesa e simulação, a UFSM torna-se um centro de referência em pesquisa de simulação e os treinamentos do Exército tornam-se mais econômicos e ecológicos
– Professores participantes: Lisandra Manzoni (coordenadora geral), Andrei Legg, João Baptista dos Santos Martins, Luis Alvaro Lima Silva, Mateus Beck Rutzig, Osmar Marchi dos Santos, Raul Ceretta Nunes, Simone Ceolin, Edson Pignaton, Renato Machado e Cesar Pozzer.
FONTE: Diário de Santa Maria – Juliana Gelatti
Muito bom este modelo de projeto conjunto entre entidades civís e as instituições militares, especialmente na área de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, gera uma sinergia, um multiplicação de efeitos benéficos para a sociedade e o país.
Neste caso é uma “via de vai e vem”: Exercito e universidade. Más pode ser também um triângulo, envolvendo empresas privadas, universidade e F.A.