Por Xavier Vavasseur
O ministro da Defesa da Romênia confirmou planos para adquirir novos submarinos da França. Qual seria o impacto na região do Mar Negro caso a mudança se concretizasse?
A Mídia de Defesa Local DefenseRomania postou na semana passada uma entrevista exclusiva com Vasile Dîncu, ministro da Defesa da Romênia, sobre o plano de compras das forças armadas romenas que inclui submarinos franceses e helicópteros franceses. O ministro acrescentou que uma carta de intenção foi assinada com o ministro da Defesa francês a esse respeito.
“Assinamos uma carta de intenção com o Ministro da Defesa francês em um projeto futuro para o qual já iniciamos as medidas para levá-lo ao Parlamento. Este é um projeto relacionado a submarinos Scorpene e helicópteros. É uma carta de intenção que fiz com o governo francês. Estamos considerando este programa no futuro, que estamos tentando substanciar“, disse o ministro da Defesa Romana Vasile Dîncu, em entrevista à Defenseromania.
O anúncio segue o LOI assinado em 15 de junho de 2022 por ambas as partes. Uma declaração do MoD francês divulgada na época disse:
“Esta carta de intenção marca o desejo de nossos dois países de cooperar no campo naval. No contexto estratégico atual, a Romênia deseja desenvolver suas capacidades navais, confiando no know-how industrial francês e na credibilidade operacional de nossa marinha”.
Contactado pela Naval News, o Naval Group, designer e produtor do submarino Scorpene, não quis comentar as novas informações.
A Marinha Romena (Forțele Navale Române) mantém uma força submarina desde a Segunda Guerra Mundial e, portanto, está familiarizada com as operações submarinas no Mar Negro. No entanto, o único submarino atualmente em sua frota, o submarino Delfinul, da classe kilo, está inativo e mantido em reserva há mais de 20 anos.
Submarinos romenos: impacto na região do Mar Negro
Para lançar luz sobre os possíveis impactos que tal compras poderiam ter na região do Mar Negro, procuramos Hugo Decis, analista de pesquisa do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos e especialista em assuntos navais e tópicos marítimos da Secutiry.
NAVAL NEWS: Que implicações um acordo submarino teria para a França, para a Romênia e para a região do Mar Negro?
Hugo Decis: Além dos laços históricos que existem entre a França e a Romênia por várias razões, a perspectiva de um acordo submarino entre os dois países confirmaria que a relação bilateral entre eles atingiu um novo nível após a invasão russa da Ucrânia.
A capacidade da França de fornecer rapidamente tropas para a defesa da Romênia o marcou como um aliado válido e confiável, que pode, em vez, o valor das ofertas da França em relação às exportações de defesa. A França, é claro, se beneficiaria de garantir mais um acordo na Europa, uma região em que historicamente lutava para exportar armamento, apesar dos recentes sucessos.
Quanto à Romênia, a perspectiva de receber ativos modernos beneficiaria amplamente as capacidades de sua Marinha depois de anos, se não décadas, de declínio nas capacidades. Por último, mas não menos importante, a perspectiva de ver mais submarinos da OTAN operando no Mar Negro beneficiaria em geral a posição da aliança na região e reduziria sua dependência da Turquia, um país que recentemente se mostrou amplamente não confiável e alienou a maioria de seus parceiros da OTAN.
NAVAL NEWS: Por que um novo submarino para a Romênia seria mais um “divisor de águas” em comparação com as Corvetas que planejam adquirir ou mísseis costeiros (por exemplo)?
Hugo Decis: Esta pergunta é difícil de responder, enquanto não temos detalhes sobre a suíte dos sensores e as armas dos submarinos. Para manter generalidades, um submarino romeno que opera no Mar Negro seria uma plataforma relevante para coletar dados e inteligência sobre operações russas na região, rastrear ativos específicos e contribuir em geral para a dissuasão convencional do país, negando a Rússia e a Turquia um completo monopólio do domínio submarino local. É claro que o equilíbrio local de poderes permaneceria firmemente a favor da Rússia, mas a presença de mais um submarino da OTAN no Mar Negro teria que ser levada em consideração ao projetar e executar operações navais locais. Isso não significa que a Romênia deve olhar para o outro lado dos mísseis anti-navio (ASHM) em base em terra (ASHM). Com efeito, a Romênia terá que equilibrar vários requisitos com os meios financeiros à sua disposição para reforçar melhor as capacidades de suas forças armadas.
NAVAL NEWS: por outro lado, não é a aquisição de um pequeno número de submarinos (um, dois talvez três), tornando-os alvos prioritários de “alto valor” para o adversário? Como a Romênia poderia abordar essa questão?
Hugo Decis: Esses ativos se tornariam alvos de alto valor na maioria dos cenários envolvendo um confronto entre a Romênia e a Rússia. Isso tornaria a principal base naval da Romênia em Constanta um local particularmente valioso para se defender de uma variedade de ameaças, a maioria delas principalmente no ar e o mar, e deveria, na minha opinião, iniciar o processo de planejamento para o pior cenário, como um confronto entre a Rússia e a OTAN, apesar de parecer improvável.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Naval News
Boa noite Padilha alguma informação sobre o Tamoio e do Mattoso Maia?
Obrigado
ABS
Vamos esquecer o Tamoio neste momento. O Mattoso Maia ia voltar. Mas com o corte de 270 milhões que a Marinha sofreu, vai atrasar.
Sr. Padilha, considerando estes cortes que acontecem todo ano, e analisando os anos anteriores, tem chance de este valor, ou parte dele, ser disponibilizado até o fim deste ano ?
Esperamos que sim. Mas não é garantido.
E quanto ao riachuelo, a incorporação se dará até o final deste mês, correto?
Não mais…
Fonte…
Reza a lenda que é melhor aguardar as informações oficiais. Dito isso, o comissionamento ocorrerá ainda este ano.