Desde as primeiras gerações de submarinos suecos, estes já eram únicos graças a, entre outras coisas, uma antiga descoberta de 200 anos, o motor Stirling. Esse motor tem seu desenvolvimento contínuo desde a sua concepção, e é um dos principais motivos dos submarinos fabricados pela Saab kockums serem hoje extremamentes silenciosos e livres de vibrações.
O motor de Stirling foi inventado em 1816 e batizado em homenagem ao escocês Robert Stirling, que inventou o primeiro motor a ar de circuito fechado. O motor é também conhecido como um motor de ar quente, pois é alimentado pela diferença de pressão no fluido de trabalho em diferentes temperaturas. O calor pode ser alcançado a partir de uma gama de fontes, e o motor Stirling é usado em projetos civis de energia solar, além de outras aplicações.
Nos submarinos suecos, o calor é derivado do diesel de baixo teor de enxofre que é queimado, usando oxigênio líquido armazenado em tanques a bordo. Os motores Stirling são integrados em módulos completos, que também contêm oxigênio e sistemas de combustível, juntamente com um gerador.
O AIP (Air-Independent Propulsion) permite que os submarinos suecos tenham um longo tempo de operação submerso, ou seja, permanecem mais tempo sem precisarem vir à superfície, não revelando a sua localização ao inimigo. Os submarinos equipados exclusivamente com sistemas de propulsão diesel-elétricos são capazes de permanecerem submersos por alguns dias, antes que sejam obrigados a recarregar as baterias e renovar o ar ambiente na superfície ou utilizarem o snorkel. O motor Stirling aumenta o período submerso para várias semanas.
A tecnologia é vantajosa em comparação com outras tecnologias, como células de combustível e energia nuclear, que são altamente complexas.
Todos os submarinos suecos estão equipados com motores Stirling. O primeiro motor foi instalado no submarino HMS Näcken (modelo A14) , em 1988 e, nos anos seguintes, o sistema evoluiu e muita experiência operacional foi adquirida. O sistema está agora em sua terceira geração. O Stirling Mk3 possui maior eficiência e densidade de potência, bem como um novo sistema de controle e HMI (Human Machine Inteface).
Dois submarinos da classe Gotland serão equipados com o novo Stirling Mk3, em paralelo com outras modificações a médio prazo.
FONTE e FOTOS: Saab kockums
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
É aquela pergunta que não quer calar:
Porquê efetivamente os nossos não terão AIP?
Sei que o DAN já postou várias informações, mas confesso que os argumentos (da marinha) não batem com as afirmações de outras marinhas. Se nosso litoral é maior que o dos suecos, por exemplo, não deveríamos nós priorizarmos mais ainda pela dimensão costeira?
Bem deixo as dúvidas aqui pros colegas foristas.