Marinha do Brasil lança pedra fundamental do Reator Multipropósito Brasileiro e início dos testes de integração dos turbogeradores do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica
Por Guilherme Wiltgen
Centro Industrial Nuclear de Aramar – 08 de junho de 2018 – A Marinha do Brasil, juntamente com o Ministérios da Defesa, da Saúde, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, realizou a cerimônia de Lançamento da Pedra Fundamental do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e de início dos testes de integração dos turbogeradores do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE), localizado no Centro Industrial Nuclear de Aramar, no município de Iperó-SP.
Estiveram presentes à solenidade o presidente da República, Michel Temer, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab o ministro da Defesa, General Joaquim Silva e Luna, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Sérgio Etchegoyen, o Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Eduardo Bacellar Leal Fereira, o Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Almirante de Esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior, a chefe de Gabinete da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Cassia Helena Pereira Lima (representando o presidente da Cnen, Paulo Roberto Pertusi), o superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Wilson Aparecido Parejo Calvo, o embaixador da Ucrânia no Brasil, Rostyslav Tronenko e o prefeito de Iperó, Vanderlei Polizeli.
Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE)
Na primeira parte da cerimônia, acompanhado pelo AE Leal Ferreira e sua comitiva, o Presidente da República foi conhecer o Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE), onde foram recebidos pelo Gerente de Projetos do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), Capitão de Fragata (EN) Rodney Busquim e Silva, juntamente com os servidores civis e militares.
O Laboratório de Geração de Energia Núcleo-Elétrica (LABGENE), será uma instalação experimental em terra, em escala 1:1 da planta de propulsão nuclear do SN-BR, o primeiro submarino de propulsão nuclear da Marinha do Brasil.
O Presidente também assistiu a uma rápida apresentação sobre o Programa Nuclear da Marinha (PNM) e o LABGENE, realizada pelo o Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, AE Bento. Graças ao PNM, hoje o Brasil domina o ciclo completo do enriquecimento do Urânio, cujo combustível nuclear é fabricado a partir do urânio natural.
Encerrando a primeira parte da cerimônia e, por ocasião de sua nova visita ao Centro Industrial Nuclear de Aramar, o Presidente Michel Temer foi presenteado com uma réplica do Reator do SN-BR pelo AE Leal Ferreira.
RMB: O Brasil se torna autossuficiente na produção de radioisótopos
Em suas palavras, o Comandante da Marinha, AE Leal Ferreira, ressaltou a atuação pioneira e visionaria do Almirante Álvaro Alberto, que vai emprestar seu nome para o primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro.
A Marinha cedeu um 1,2 milhão de m2 de sua área para a construção do Reator e também participou efetivamente das negociações para a assinatura dos projetos detalhados de engenharia e dos sistemas associados do RMB. Ressaltou a importância das 300 teses de doutorados e dissertações de mestrados que foram realizadas por profissionais integrantes deste programa e que há mais de 500 engenheiros e técnicos qualificados e com conhecimento na área nuclear.
“Certamente o arrasto tecnológico decorrente do Reator Multipropósito Brasileiro e do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica será reconhecido num futuro próximo”, disse o AE Leal Ferreira. Destacando como um dos resultados deste esforço, os mais de 3 mil empregos diretos gerados nas unidades da MB localizadas no Rio de Janeiro e São Paulo, representando para o Brasil ganhos técnicos e profissionais significativos.
Logo após o descerramento da placa alusiva ao lançamento da pedra fundamental do Reator Multipropósito Brasileiro o Ministro da Defesa, General Joaquim Silva e Luna, disse que “A materialização desse projeto demonstra a maturidade com que nossas instituições tratam a questão nuclear e sinaliza que a ação conjunta e sinérgica dos atores do Setor Nuclear é capaz de transpor os desafios inerentes a obtenção de tecnologias sensíveis”.
O MD destacou que considera prioritários os investimentos em projetos tecnológicos da área de Defesa, pois esses impactam diretamente no desenvolvimento do Brasil, gerando empregos qualificados na Base industrial de Defesa.
Ressaltou que a Estratégia Nacional de Defesa (END) estabelece três setores tecnológicos como essenciais: o nuclear, o cibernético e o espacial. E que esse setores estratégicos apresentam elevada complexidade, necessidade de uma liderança para estreitar a coordenação e alinhar os esforços das diversas áreas.
Destacou também que foi atribuída à MB, a responsabilidade pelo setor nuclear na busca pelo domínio nesse setor para fins pacíficos. Concluindo, “Sr. Presidente, somos capazes!”.
Logo após acionar remotamente os turbogeradores do LABGENE, o Presidente Michel Temer iniciou seu discurso ressaltando ainda, a perseverança, o talento científico, e o compromisso com o país dos que viabilizaram a essa empreitada, destacando os dois projetos, o RMB e o LABGENE, disse que “Este é um momento que traz justificado orgulho para todos os brasileiros”.
Para o presidente, a área da saúde sai fortalecida com a construção do RMB, tendo em vista que hoje somos obrigados a importar radiofámacos para o combate a várias doenças, principalmente o câncer. E os tratamentos ficam mais complicados e naturalmente mais caros porque dependemos de fornecedores estrangeiros, que moderniza o nosso País, se sentindo privilegiado de estar presenciando de estar assistindo esse acontecimento, conclui o Presidente.
Lembrando sua primeira visita, há sete anos, o Presidente destacou os avanços extraordinários nesses projetos, destacando o compromisso de longo prazo com o País, elevando o patamar de ciência e tecnologia brasileiro. Ressaltou também a aspiração brasileira em possuir o submarino de propulsão nuclear e que tem otimismo absoluto em relação ao mesmo e que não tem dúvida que venceremos os desafios para construí-lo.
Encerrando, o Presidente anunciou um aporte de R$ 750 milhões ao projeto, via Ministério da Saúde, montante que será diluído até 2022. Destes, R$ 30 milhões serão repassados ainda neste ano.
Em coletiva de imprensa, logo após a cerimônia, o Comandante da Marinha e o Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, respectivamente AE Leal Ferreira e AE Bento, ressaltaram a importância do evento para o Programa Nuclear da Marinha (PNM) e para o Programa de Desenvolvimento de Submarinos com Propulsão Nuclear.
Segundo o AE Leal Ferreira, o lançamento ao mar do SN-BR se dará ao final da década de 2020, ressaltando que o PNM é um programa de gerações, iniciado em 1979.
Pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), participou da coletiva o Engº José Augusto Perrota, Coordenador Técnico do RMB, que explicou mais sobre as aplicações do Reator Multipropósito Brasileiro, que é a mais importante iniciativa para a pesquisa nuclear no Brasil, na atualidade.
Sob a responsabilidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o Complexo do Reator Multipropósito Brasileiro no Município de Iperó, será instalado em uma área de 2,04 milhões de m2, cedida pela Marinha do Brasil e pelo Governo do Estado de São Paulo, adjacente ao Centro Industrial Nuclear de Aramar.
Orçado em US$ 500 milhões, o reator deve ficar pronto no prazo de cinco anos. Estabelecido como meta do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o RMB está sendo desenvolvido em parceria com a Argentina e terá um índice de nacionalização de cerca de 70%.
O Complexo terá, além do reator nuclear de pesquisa, toda uma infraestrutura de laboratórios para realizar um grande e valioso conjunto de atividades. Os principais laboratórios associados são:
- Laboratório de processamento e manuseio de radioisótopos,
- Laboratório de feixe de nêutrons,
- Laboratório de análise pós-irradiação e
- Laboratório de radioquímica e análise por ativação.
Além de instalações de apoio para pesquisadores, o empreendimento RMB, da forma concebida, será o catalisador para um grande centro de pesquisa nacional de aplicação de radiação para benefício da sociedade.
Segundo José Augusto Perrotta “a função do reator, em si, é muito social. Um dos pontos de destaque é a produção de radioisótopos para a Medicina Nuclear, como o molibdênio-99, que é o principal radioisótopo usado”.
O RMB será capaz de produzir os radioisótopos que o Brasil precisa, e que hoje são importados, reduzindo os riscos de desabastecimento e diminuindo os custos para a produção dos radiofármacos, o que permitirá maior volume de exames e tratamento de doenças, em especial de diferentes tipos de câncer. Isso significará melhores condições para o investimento na área médica, com a consequente ampliação do atendimento em medicina nuclear, para um maior contingente populacional.
NOTA do EDITOR: O DAN agradece à Marinha do Brasil pelo convite, ao CCSM pelo total apoio para registrarmos esse importante marco do Programa Nuclear da Marinha, agradecemos nas pessoas do CA Valicente (Diretor), CF Fausto e CT Fabrício Costa (CCSM) e da Ten. Naiara (ComSoc 8º DN), a todos os militares envolvidos direta e indiretamente para esta cobertura.
Muito estranho o embaixador da Ucrânia estar na cerimônia. Por que o reator nuclear do SN-BR não tem nome ?
Um momento tão importante com a presença ….. Uma pena ter q registrar esse momento com essa figura alí.
o outro ladrão está preso kkkkkkk
O que é estranho é que, pelas fotos, dá para perceber que o Bloco 30 está praticamente pronto, mas os blocos 20 e 40 não foram nem iniciados…
Qual a razão do embaixador ucraniano estar presente? Tivemos ajuda da Ucrânia para isso?
Também achei estranho, mas como eles tem muita experiência nessa área, alguma ajuda eles devem estar nos dando, seria a única explicação para a presença dele
Complicado, quem não merece ganhando a Fama!!!
João Marcelo.
O que vc quer dizer? Quem fez todo o trabalho foram os cientistas, engenheiros e a Marinha do Brasil. O governo da época não importa.
Ah, mas se vc esta preocupado com isso posso te dar outra coisa muito mais importante pra vc se preocupar. tenho um amigo da Marinha que esteve engajado neste projeto. Sabe o que ele me disse? Que este projeto era apelidado pelos marinheiros de “A aposentadoria do Lula.” Isso sim vc tem que se indignar.
A o teu amigo!!! KKKK……entendo!!! Seu lambe botas dos EUA.
o mérito disso é dos pioneiros civis e militare .