A NUCLEP entregou, na manhã desta terça-feira (30/05), a Seção S1 e o Conjunto TR3 + TR4 do S-BR3 – Submarino Tonelero (S 42), fabricados em parceria com a Itaguaí Construções Navais (ICN).
A cerimônia aconteceu no Galpão Principal, com a presença do presidente interino e diretor Administrativo, Carlos Henrique Seixas, o diretor Industrial, Rogério Borges, o diretor Comercial, Ricardo Corrêa, e colaboradores da empresa.
O diretor Industrial da ICN, Carlos Adolpho Friedheim, também compareceu ao evento, juntamente com o gerente do Empreendimento Modular de Obtenção dos Submarinos Convencionais do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), Capitão de Mar-e-Gerra (EN) Celso Mizutani Koga.
A parceria com a ICN se propõe a fornecer seções de cascos resistentes para quatro submarinos convencionais e já entregou todas as Seções do SBR-1 e SBR-2, nos anos de 2015 e 2016, respectivamente.
A previsão é que todas as Seções do SBR-3 sejam entregues até agosto deste ano e as do SBR-4 até agosto de 2018.
Essas etapas habilitam as empresas para a construção do primeiro Submarino de Propulsão Nuclear construído no Brasil, cujo inicio está previsto no ano de 2018.
FONTE e FOTOS: NUCLEP
Caros, para ajudar:
Muitas palavras perdem, ou ganham novos significados a partir da necessidade linguística. São terminologias que são reduzidas, adaptadas e/ou transformadas de acordo com a evolução cultural e da língua, neste caso a portuguesa. Não é errado dizer combustível nuclear apesar do incomodo que me traz pela etimologia da palavra. Podemos citar varios exemplos de palavras que pela necessidade ou adaptação ampliaram seu conceito e negam a etimologia. Isto no português chama-se polissemia, isto porque além da etimologia temos a acepção da palavra. Precisamos compreender o processo radioativo e não de combustão (denotação), mas ao mesmo tempo aceitar que a palavra combustível tem significado conotativo, da subjetividade e que ao longo do tempo foi adotado para o princípio de geração de energia dos geradores de energia nuclear a partir do processo de fissão.
Caro Leonardo não disse que você é um desinformado, mas para defender minha tese tive que usar argumentos. Também sou um leigo em ciência, mas sempre gostei de submarinos nucleares e por isso soube que estratégicamente usar fontes de energia que emitam fumaça é perigoso para essa categoria de navio militar. Daí o desenvolvimento do submarino atômico para eliminar essa deficiência.
Mas enfim, obrigado pelo debate.
Tanto Leonardo como André estão corretos no que se refere ao “combustível” nuclear. Obviamente que o elemento radioativo não entra em combustão, não é queimado. Portanto, André tem razão. Mas o elemento radioativo é considerado combustível por ser a fonte da energia, e combustível, em sistemas de propulsão, é aquele que é a fonte da energia. Portanto, também Leonardo tem razão. Mas se formos nos apegar à origem do termo, combustível é aquele que sofre combustão,o que não aocntece com o elemento radioativo. Mas no final, é apenas uma questão de semântica.
Olá André,
Boa noite. Não vou discutir com você a questão do “combustíve nuclear”. Sugiro apenas que informe a Agencia Internacional de Energia Nuclear e Comissão Nacional de Energia Nuclear, que não existe combustível nuclear. Ao que tudo indica eles ainda não sabem disso pois usam o termo Combustível em portugues e Fuel em ingles.
Tenho cópias de algumas teses de mestrado e doutorado sobre temas relacionados ao reator do submarino nuclear brasileiro e acompanho seu desenvolvimento desde há mais de 30 anos. Já tive a oportunidade de ver e tocar as nossas famosas ultracentrífugas. Sou apenas um leigo. Mas não um desinformado.
Voltando ao tema da construção naval, operar é bem diferente de projetar, desenvolver e produzir. Quase todos os países possuem companhias aereas e operam grandes aviões comerciais. Poucos reunem as condições necessárias para projetá-los, desenvolve-lo e produzi-los comercialmente. É o mesmo caso dos submarinos.
Leonardo ainda faltou mencionar o Japão com o famoso Soryu e a China. O fato de existir problemas com esses países não quer dizer que eles dependam de um parceiro para lhe dar com tais problemas, e sim por desafios naturais por causa de tecnologias novas ou uma manutenção mais complexa. A dificuldade faz parte do processo. O Brasil opera submarinos a mais de cem anos, inclusive de nacionalidades diferentes portanto com experiências doutrinárias diferentes. Temos um navio de apoio submarino, o que coloca o país em uma capacidade técnica entre os mais “tradicionais”.
Não existe combustível nuclear Leonardo, justamente por que não há uma combustão ou queima de material, como acontece com a gasolina. Prova disso é que os navios equipados com essa tecnologia não possuem chaminés. Procure uma chaminé na classe Nimits! O fato das pastilhas serem encapsuladas não quer dizer que haja uma combustão. A mídia usa essa palavra combustível para associar a energia nuclear á queima de material nocivo ao meio ambiente, (esta aí a ONU choramingando porque os Estados Unidos saiu do acordo de Paris!) a fim de criar uma polêmica em cima dessa fonte energética. Não estou dizendo que a energia nuclear seja inofensiva ao meio ambiente ou aos humanos e animais, porque todos sabemos muito bem que tem, e sim que a forma como as informações chegam ao leitor é manipulada.
Não existe “elemento combustível” e sim elemento radiativo, que é aquilo que emite radiação. O reato produz energia térmica.
O processo de obtenção de energia térmica da reação nuclear é chamada de FISSÃO nuclear e não combustão nuclear. Não há uma combustão de material (gasolina, carvão, gaz etc) e sim uma geração térmica de energia. Fissão nuclear é uma reação em cadeia onde os átomos são quebrados em partículas menores gerando caloria. É a divisão do núcleo do átomo. Sob pressão, essa caloria aquece a água do vaso do reator liberando vapor, que coloca um gerador em funcionamento. O vapor usado no processo é condensado e retorna para o reator, portanto não há uma fuga de gás.
Vê Leonardo, nem sempre onde á fumaça há fogo, ou faísca como acontece nos motores de combustão interna.
Ola André,
Reatores nucleares usam combustível nuclear. No caso do SBN, urânio enriquecido a 5%, na forma de pastilhas encapsuladas em cilindros. Há vários anos o CTMSP, junto com outras instituições, já estudaram o que seria a segunda versão do núcleo do reator do SBN que teria o “combustível” na forma de placas. Há literatura já publicada sobre o tema. Procure na internet.
Mesmo com todos os problemas, a Navantia tem muito mais experiência que o Brasil no projeto e construção de navios de guerra. Basicamente o único projeto que nós temos foram as corvetas Inhaúma e sua última versão (Barroso). Ao que tudo indica, pelo depoimento de várias colegas que já navegaram nos navios, é uma classe problemática! Para não dizer que é um desastre.
Em outras palavras a chance de termos problema com um projeto próprio de um submarino convencional é enorme. Embora, o aprendizado com o projeto do SBN possa servir como escola para futuros projetos.
Os cinco países que você citou tem uma enorme tradição no projeto e construção naval de vasos de guerra. Ainda assim, vez por outra cometem erros graves (veja os problemas enfrentados pelos submarinos nucleares ingleses). Mesmo que um país tenha uma grande tradição, a falta de continuidade dos projetos faz com que as equipes de projeto e construção se dispersem e o know how aprendido, é perdido ou não evolui na velocidade necessária.
Leonardo, permita-me discordar. Os Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha são exemplos que deram certo em se construir submarinos por conta (e risco) própria. Usar um mau exemplo de gestão de projeto como uma Navantia da vida para justificar a inviabilidade em se construir submarinos não convence, é claro que não vai dar certo mesmo!
Os espanhões se aventuraram em navios de apoio, então a incapacidade técnica da Espanha em projetos navais não se limita a submarinos: os australianos não me deixam mentir! O Osório era um risco bem sucedido para o Brasil, o problema foi a incompetência do governo em não dar continuidade no projeto. É claro que dada as devidas proporções, um submarino é muito mais complexo de se lidar do que um carro de combate, mas o ponto é o risco administrativo do país (o governo) e não apenas as condições técnicas do que se está desenvolvendo. Então o maior risco para uma tecnologia em desenvolvimento pode não ser outro se não o próprio governo. Reatores nucleares não usam combustível.
esses submarino irão lançar torpedos americanos ou franceses??? e terá capacidade de lançamento de missel somente pelo lançador de torpedo ou terá lançador vertical tbm, e desculpe a ignorancia, eles serão de ataque ou multmissão ???
Luiz Gabriel, suas respostas estão no artigo sobre o SBR que se encontra em nossa página de artigos.
Passe lá e mate todas as suas dúvidas.
mas e os SBR-1 E SBR2 quando vão para a água ?
Veja na nossa página de Artigos a matéria sobre eles.
Padilha,
Acho bastante difícil a MB se aventurar a fazer um projeto próprio de submarino convencional. Primeiro porque, muito provavelmente, ela estará mais focada no desenvolvimento de novas versões so SBN. Por exemplo, com o reator de segunda geração, com o combustível a base de placas. Segundo, o exemplo dos problemas da Navantia no desenvolvimento do S-80, abandonando a parceria com os franceses, mostra um grande risco quando se tenta projetar algo novo por equipes com pouca experiencia em projetos e construções complexas como um submarino.
Parece-me que o mais natural seria manter a parceria com os franceses e projetar novos submarinos em conjunto com eles para minimizar os nossos riscos de desenvolvimento de projetos e aproveitar oportunidades comerciais em conjunto. Algo como a parceria entre a DCNS e Navantia, antes do rompimento dos espanhois.
Leonardo,foi o que me passaram. É desejo que depois dos 4 SBRs, os próximos sejam nacionais. Com o know-how dos 4 SBRs mais o nuclear, a MB poderá sim, fazer o seu projeto, que para não pagar royalties, bastará não ser cópia fiel do SBR.
No Total serão 15 SBR , e mais 5 SNBR , totalizando 20 Unidades.
Filipe isso pode mudar. Vai depender das condições econômicas do pais. O que se tem hoje são 4 submarinos SBR.
O nuclear terá sua construção iniciada ainda com o SBR-4 na UFEN.
Depois, vai depender de um novo desenvolvimento, muito provavelmente um novo modelo brasileiro de submarinos convencional. Projeto nacional para não pagarmos mais royalties.
Pelo que parece vai ficar nesses mesmo .
Com esta nova linha de financiamento pelo BNDES, talvez seja a hora de começar a prospecção de clientes externos, para manter a capacidade de produção ativa. O impulso para isto, será quando o S-BR Riachuelo estiver sendo entregue à MB.
Tem como iniciar a construção de mais 3 ou 4 SBR? Qual será o nome da classe desse SBR? e qual o nome da classe do SNBR?
Após o 4º será a vez do SN-BR. A classe do CBR é Riachuelo, nome do 1º. Capacidade agora temos, o que será preciso é de novas encomendas = Grana, Verba.