O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e o Centro Tecnológico da Marinha (CTMSP) prontificaram o primeiro combustível nuclear para o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Este marco confirma a capacitação tecnológica do Brasil na área nuclear, produzindo combustível metálico com urânio enriquecido a 19,9% a ser testado dentro do reator do IPEN/MB-01 dentro das etapas de qualificação exigidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
O primeiro combustível nuclear tipo placa a ser testado no Reator Nuclear de Pesquisas IPEN/MB-01 foi lançado durante a celebração do 61º aniversário do IPEN no dia 31 de agosto de 2017. É o primeiro de uma série de 19 elementos combustíveis que comporão o núcleo do Reator Multipropósito Brasileiro (RBM), importante iniciativa civil para a pesquisa nuclear no País no momento.
O IPEN/MB-01 permite simulação de todas as características nucleares de um reator de grande porte, em escala reduzida, além de possibilitar pesquisa na área de física de reatores. É utilizado, ainda, para a formação de operadores de reatores da Eletrobras Eletronuclear e do Centro de Instrução e Adestramento Nuclear de ARAMAR (CIANA).
O RMB destina-se a dar autonomia ao País na produção de radioisótopos e ampliar a capacidade nacional em pesquisa de técnicas nucleares. Será construído no setor norte do Centro Industrial Nuclear de Aramar (CINA), dentro de parceria entre a CNEN a Marinha do Brasil, para ampliar o uso de medicina nuclear aos brasileiros, além de testes com materiais nucleares para o PNM/PROSUB.
Não existe combustível nuclear ou elemento combustível, é fissão nuclear! Trata-se de uma reação em cadeia onde os nêutrons se colidem uns contra os outros desencadeando uma fonte de energia térmica. Por ser uma reação controlada não há uma explosão atômica, daí a função do reator: produzir e domesticar a energia atômica.
Ora, o reator não é um motor! Ninguém percebeu isso ainda? Além de que nem todo motor depende de combustível. Ele é incumbido de fornecer energia para o gerador e, consequentemente, para o motor. Portanto o motor dos submarinos são totalmente elétricos, mas isso é só um detalhe. A reação química de um motor á combustão é usar o combustível para movimentar um pistão sequenciadamente, diferente de um reator nuclear que é basicamente produzir calor sem o uso de material queimável.
Em toda pesquisa científica que fizerem sobre energia atômica, nunca encontrarão a palavra combustível.
Enquanto eu continuar lendo a palavra combustível em temas nucleares, continuarei contrariando essa ideia errônea do tema. Quanto á matéria, não deixa de ser um importante progresso diante do histórico desse projeto. No final do texto acredito que a ordem como é apresentado o uso da tecnologia é o contrário: primeiro se usa na aplicação militar e depois na civil já que o resultado fim de todo esse trabalho é o submarino nuclear.
Uma dúvida: ele é uma escala reduzida ‘exata’ do protótipo do reator que será utilizado no SN-BR ou o desenho deste será outro?