O projeto vencedor do Concurso Estação Antártica Comandante Ferraz será conhecido na próxima segunda-feira, 15 de abril. O anúncio será feito na Casa do Arquiteto Oscar Niemeyer, sede do Instituto de Arquitetos do Brasil no Rio de Janeiro (IAB-RJ), às 19h. Promovido pela Marinha do Brasil, com organização do IAB, a competição teve 109 equipes coordenadas por arquitetos inscritas e 74 trabalhos entregues.
Segundo o presidente do IAB, arquiteto Sérgio Magalhães, a ideia é que a estação brasileira se torne uma referência, principalmente em relação aos aspectos de inovação tecnológica de projeto e dos sistemas construtivos. “Acredito que estamos preparados para desenvolver um projeto moderno, tecnologicamente avançado e que atenda de forma sustentável e inovadora a todas as peculiaridades do ambiente antártico”, afirma.
Com uma área total em torno de 3,2 mil m², a estação será reconstruída no mesmo local onde se encontrava a anterior. A Marinha estima um investimento na ordem de R$ 72 milhões. As novas instalações deverão ter uma complexa infraestrutura composta por 19 laboratórios, sistemas de água potável, energia, de coleta e separação de resíduos sólidos, rede avançada de comunicações de dados e de voz, segurança, logística, instalações mecânicas e sistemas especiais, como fontes de energias renováveis. Além disso, terá biblioteca, academia de ginástica, lan house, centro cirúrgico de emergência, entre outros ambientes necessários ao seu pleno funcionamento.
De acordo com o Coordenador do Concurso, arquiteto Luiz Fernando Janot, por se tratar de um concurso aberto à participação de arquitetos brasileiros associados a empresas estrangeiras, a competição proporcionará um maior intercâmbio de conhecimentos entre profissionais de diversos países, estimulando inovações tecnológicas que se refletirão na elaboração do projeto.
No lançamento do concurso, dia 22 de janeiro, o Almirante Marcos Silva Rodrigues, Secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), afirmou que a estação representa uma política de valorização da ciência pelo governo brasileiro. “Com uma missão tão rica como esta, a seleção do projeto para a reconstrução não podia ser feita de outra maneira senão por concurso público, a forma mais democrática de avaliação”, disse.
Com capacidade estimada de 64 pessoas durante o verão e de 34 no inverno, a estação abrigará uma população formada por militares da Marinha e pesquisadores. Os civis, de maneira geral, permanecem em pesquisas por períodos de 30 dias, durante o verão antártico, que vai de novembro a março. Já os militares ficam na estação durante um ano para apoiar o desenvolvimento das atividades de pesquisa, prover a manutenção das instalações e manter, permanentemente, a presença brasileira no continente. Eventualmente, a estação também recebe visitantes brasileiros e estrangeiros.
A expectativa da Marinha é que o projeto vencedor apresente uma proposta tecnologicamente avançada e com todos os requisitos de segurança exigidos, buscando atender, com especial ênfase, às criteriosas exigências ambientais preconizadas para as edificações naquela região.
Com o suporte político e financeiro da Frente Parlamentar de Apoio ao Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) e o envolvimento direto da Marinha do Brasil e dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCATI) e do Meio Ambiente (MMA), o concurso também contou com o apoio da Universidade Federal do Espírito Santos (Ufes) e da comunidade científica antártica na elaboração do Termo de Referência e auxílio a Comissão Julgadora na escolha do projeto que melhor atende às características daquele ambiente.