Por Rogério Pagnan
Após duas décadas utilizando pistolas de uma mesma marca, alvo de questionamentos técnicos, a Polícia Militar de São Paulo prepara uma licitação internacional para comprar novo armamento. A previsão é adquirir 5.000 pistolas.40 para a tropa de choque, que inclui a Rota (grupo de elite da polícia).
A Polícia Militar já obteve autorização do Exército para a compra internacional e aguarda parecer final da Procuradoria Geral do Estado.
Por ser algo inédito em São Paulo, a corporação também realizou audiência pública em março para apresentar detalhes técnicos do armamento que pretende adquirir.
Segundo a gestão Geraldo Alckmin (PSDB), nove empresas mostraram interesse na disputa. Com efetivo próximo de 90 mil agentes e orçamento de R$ 14,8 bilhões por ano, a PM paulista é a principal compradora de armas do país –desembolsou R$ 29 milhões nos últimos cinco anos.
A autorização do Exército é considerada um entrave porque, pelo Estatuto do Desarmamento, de 2003, não é permitido adquirir armamento importado quando existe similar nacional, como ocorre com as pistolas.
O mercado brasileiro, porém, é considerado restrito, tendo a Taurus como principal fornecedora e contratada em São Paulo muitas vezes por dispensa de licitação.
A PM obteve a liberação do Exército para lançar uma disputa internacional porque a Taurus foi impedida de realizar novos contratos com a corporação por dois anos.
A sanção foi imposta à empresa pelo governo paulista em outubro passado, após problemas na execução de um contrato para fornecimento de 6.000 submetralhadoras.40.
A empresa não teria conseguido resolver os problemas técnicos das armas, por uma compra realizada em 2013. Procurada, a Taurus não quis comentar seu impedimento. Disse apenas, em nota, que acompanha a licitação da PM (leia abaixo).
FAVELA NAVAL
A compra de pistolas pela PM de São Paulo teve início em 1997, logo depois do episódio conhecido como “Caso da Favela Naval”, reportagem exibida pela Rede Globo que mostrou cenas de extorsão e homicídio praticados por policiais militares em favela de Diadema, no ABC paulista.
A aquisição de novo armamento fazia parte de um processo de recuperação de imagem, que também passava pela renovação de procedimentos e cor da farda. Na época, a principal arma utilizada pelos policiais eram os revólveres calibre.38.
Em 1997, um grupo de oficiais foi montado pela PM para realização de testes para escolha da melhor pistola disponível no mercado. Entre os participantes estavam Nilson Giraldi, hoje coronel da reserva, e Olímpio Gomes, que, além de major, é atualmente deputado federal pelo SD-SP.
“Das 12 pistolas avaliadas, a Taurus foi a pior delas. Um lixo. A melhor foi a Glock (austríaca), que custava U$ 800. Acabamos comprando a Taurus por US$ 1.400 sob a justificava de prestigiar a indústria nacional”, diz Olímpio.
POLÍCIA FEDERAL
Nos últimos anos, outras instituições, como a PF (Polícia Federal), foram atrás de armamento importado. O governo federal montou em 2013 um grupo de estudos para analisar as armas nacionais diante de notícias pelo país de acidentes com armas.
A partir do estudo, ao qual à Folha teve acesso, foram sugeridas, entre outras medidas, a realização de licitação internacional, já que a qualidade do produto nacional estaria em “patamares inadequados e inferiores às demandas operacionais” necessários.
OUTRO LADO
Procurada, a empresa Taurus não quis comentar os motivos que levaram a Polícia Militar de SP a impedi-la de participar de novas licitações no Estado. Em nota, disse apenas que acompanha o caso. “A Taurus procura sempre contribuir para o aparelhamento das forças policiais e, seguindo essa política, acompanha o processo de licitação da PM-SP.”
Na resposta aos questionamentos, a empresa não admite nenhum tipo de problema em suas armas. Diz que as notícias a esse respeito fazem parte de uma campanha. “A empresa é alvo de uma campanha difamatória, movida por interesses comerciais e financeiros, que lança mão de informações incorretas para atingir sua reputação.”
Ainda sobre a qualidade das armas, a nota da empresa diz que “o Exército Brasileiro fez avaliação completa do processo produtivo da Taurus e de suas armas e não encontrou falhas de projeto ou fabricação que sejam responsáveis por acidentes com armas de fogo.”
“Laudos técnicos realizados de acordo com as normas em vigor também têm confirmado a ausência de responsabilidade da Taurus por tais incidentes.”
Procurada, a Secretaria da Segurança não deu os detalhes que levaram ao impedimento da Taurus. Mandou para a reportagem trecho de um publicação do Portal da Transparência, que já havia sido enviada à Folha pelo Palácio dos Bandeirantes na última sexta (12), na qual diz que a sanção se deu “pela inexecução total ou parcial do contrato”.
O secretário da Segurança, Mágino Alves Barbosa Filho, também não quis falar sobre o assunto.
Fernando, a Taurus exporta armas legalmente, por exemplo, para lojas do Paraguai.
Contrabandistas vão ao Paraguai, compram armas legais e trazem-nas ilegalmente para o Brasil. Essa é a principal origem das armas Taurus ilegais encontradas no Brasil.
E não adianta o Brasil proibir que a Taurus venda armas para empresas do Paraguai, pois estas simplesmente suprimiriam a demanda comprando armas de outros países.
Uma vergonha para a Taurus e um lamentável desprestigio para as armas pessoais brasileiras.
Aqui no Rio de Janeiro a grande maioria das apreensões são de armamentos nacionais e em se tratando de pistolas, são 90% ou mais da Taurus e não são armas roubadas de policiais e muito menos como dizem alguns leigos, que seriam armas vendidas pelos próprio policiais, até porque ninguém é louco de vender a “arma da casa”,esse fato sim, tinha que ser investigado a fundo.
Roberto Medeiros, estou ligado nisso que vc escreveu, vc está bem antenado nessas coisas, é quase um parecer técnico, mas existem outros, isto que vc colocou pode não ser 100% seguido lá fora, no meu coment eu falei do FBI, lá eles usam 9 mm, está certo que o FBI não é uma polícia de rua, mas o importante é termos o exército ditando regras absurdas e ultrapassadas, infelizmente os coronéis de pijama fazem essas regras absurdas e o povo tem que se submeter, se o exército não tem função constitucional de polícia, e eles sempre dizem isso, então não tem que se meter em armamento das polícias, é uma bobagem sem limite, óbvio que deve se proibir lança-rojão, .50, canhão e por aí vai, mas armas de mão, cada polícia tinha que ter autonomia de escolher a sua, calibre e etc… NMHO.
Perfeito o seu reparo, Cesar Pereira.
Carlos Crispim, o calibre 9 X 19 mm é inadequado para o uso policial, principalmente urbano, Ele é muito transfixante e tem pouco stopping power. Existem casos no passado no Rio de Janeiro, de policiais militares terem atingido um elemento com até cinco tiros de 9 X 19 mm (usando uma SMT 12) e ele ter continuado a revidar. O calibre adequado para armas de porte de forças Policiais convencionais é o .40 S&W, o .357 Magnum ou o .45ACP. Para armas portáteis o .30 Carbine, o 12GAUGES e o 7,62 mm (este para policial adequadamente preparado). O 5,56 mm é inadequado pelos mesmos motivos do 9X19 mm
Bem em minha humilde opinião acredito que o protecionismo torna obsoleto qualquer setor, assim como na politica a alternancia de governos é democratica na industria a livre concorrencia estimula P&D para chegarmos ao maximo da eficiencia ou custo beneficio, o que o estado deve fazer e não o faz é disponibilizar meios e ferramentas que facilitem a industria nacional (Por Exemplo; liberando compra de armamentos fora do país o mesmo compra armas a um valor inferior ao pago atualmente, a economia se converte em melhorias ou economia do dinheiro do contribuinte podendo se tornar investimento em reaparelhamento ou capital humano), mas protegendo a taurus por exemplo ao meu ver com pistolas que nem se comparam a CZ, Glock, Walter, Jericho etc em ergonomia da empunhadura, confiabilidade e desing… e por que esse ultimo importa… por que quando saca uma arma além dela não poder falhar, ter stop power, ela tem que ter superfícies lisas para não se prender a vestimenta ou outros objetos que atrapalhe seu tempo de resposta. Muitas ou quase todas as Famae da Imbel se der um solavanco com a coronha contra a parede ela realiza disparo acidental, muitas taurus foram reprovadas e tiveram que ser retificadas, agora se diz que a CBC com munição de 5.56 e 7.65 estão recebendo meia ou menos carga de grãos que deveria nos cartuchos, não que gere algum problema pois ainda assim o projétil tem capacidade de combate urbano – curta distancia, mas como dizem, combinado não sai caro. Será que se comprarmos de empresas consolidadas e serias teriamos esses tipos de problemas… deixo aqui minha provocação… lembrando que a seriedade que me refiro da Taurus é o fato das 6000 carabinas em desacordo com contrato.
Sdds,
Não sou policial, mas estudei em escolas militares, o mecanismo de uma arma era matéria de sala de aula, atirei muito com a PT-92, e depois que deixei a carreira virei estudioso de armas de fogo, na minha opinião o que aconteceu com a Taurus é o que aconteceu no Brasil, relaxou as custas de um benefício, estamos sem competitividade. A pouco tempo conheci um oficial da PM que portava uma 24/7 que dizia estar com defeito, ele demonstrou e realmente ela não atirava, eu pedi para efetuar alguns disparos e constatei que para dar um tiro, você tinha que pressionar o gatilho 3 vezes!!! Imagina numa situação de perigo???!!!
Meu caro Carlos Crispim, faço uma ressalva ao seu comentário (17/05/17 -22:55) concordo contigo em relação a reserva de mercado que em nosso país só serve para encarecer as coisas e perpétuar o atraso tecnológico, que ponham um fim nisso, mas que as coisas se façam com lisura , quando você fala viva a Glock, você não está sendo coerente, vamos nos a ter aos dados técnicos para escolher o melhor ,de repente se tem a impressão que só existem essas duas empresas e que a Glock é a boa e a Taurus é a ruim !
Vamos deixar paixões de lado e sermos coerentes , para que haja uma licitação honesta e justa , há outros concorrentes que já estão sendo eliminados sem terem chance alguma, tamanho é o lobby pro Glock!
Concordo, mesmo tendo em vista os problemas que surgiram para as empresas brasileiras de armas, mas tanto a Taurus, e principalmente a Imbel, possuem armas que na minha opinião não têm boa ergonomia e com desing antigo, apesar de serem confiáveis. Resumindo, ou as empresas brasileiras dão um upgrade geral (design e etc) ou vão perder mais ainda pro mercado estrangeiro.
Outra coisa que esqueci e alguém perguntou, o FBI usa calibre 9 mm, a escolha da arma e modelo é livre das agentes, não é padronizado, alguns usam Glock, outros preferem a Beretta, só no Brasil os policias não podem usar 9 mm, uma besteira infinita, esse sim é o tal complexo de vira-latas que tanto falam, enquanto o exército ficar se metendo nisso, como suas doutrinas e conceitos do século retrasado, vamos ficar marcando passo, policiais morrendo e o crime vencendo. O calibre ideal é 9mm, mas uns metecaptos brasucas insistem em proibir, só no Brasil mesmo.
Vocês estão loucos????? As pistolas Taurus atiram sozinhas, já mataram e feriram policiais, é um LIXO de arma, Viva a concorrência!!!! Viva as Glocks!!!!!!!! PelamordeDeus, em tudo vocês enxergam teroria da conspiração, a notícia é um alento, é uma coisa boa!!!!!!! Nos livramos do lixo nacional, reserva de mercado é para enriquecer empresários que não investem em pesquisa, que pagam jabá para políticos, foi assim com a reserva de informática, o que adiantou, o Brasil atrasou décadas!!!!!! Finalmente uma concorrência internacional, alvíssaras!!!!!!!!!!!!
Lobby fez a vida toda a Taurus e Imbel para manter esta reserva de mercado estúpida. São Paulo será o segundo estado a equipar seus políciais com uma pistola importada. O Paraná já comprou um lote de Glock. Se um policial se acidenta operando uma Taurus ou morre em ação, quem sofre é a sociedade. A Taurus e Imbel são boas para seus donos/acionistas, para o policial que depende da disponibilidade da arma todo dia nem tanto. Parabéns a São Paulo e que se abra de vez esta reserva de mercado, oligopólio no Brasil financiado pelo Exército.
Boa noite Renato, como eu disse anteriormente essa briga de lobbys, não nos deixa saber de fato oque é verdade ou mentira,como eu tenho ”ouvido” falar muitas coisas,daí a ser verdade ou não é outra estória,também estou ciente de processos perdidos pela Taurus nos EUA que lhe custaram US$ 39.000.000 . Por fim fica difícil saber a verdade, ainda mais no BRASIL, onde até os órgãos que deveriam zelar pela fiscalização e a lisura das coisas se encontram contaminados,sem imparcialidade e a serviço dos lobbys ,impedindo muitas vezes que o melhor produto vença por seus próprios méritos ! Grande abraço !
Se o contrato sair com outra empresa (e vai) bem feito para a Taurus. Se quer vender para a PM de SP que produza produtos de qualidade e não as porcarias que vendeu. Carabinas que explodem nas mãos do atirador, carregadores que abrem e deixam cair a munição, pistolas de disparam com a trepidação (sem acionar o gatilho), e por aí vai.
E isso ocorreu em outras forças policias do Brasil, também.
Uma reportagem da BAND indicou que executivos da empresa se negaram a assumir que as armas tem defeitos e se negaram a efetuar a substituição.
Acabou amiguinhos, já era ….. Estou mudando meu nome pra Joni Bill ………….
Prezados,
O Exército emitiu laudo apontando que a pistola 24/7 não estava sendo fabricada de acordo com o projeto que ele homologou.
A PM-SP tem 6000 carabinas paradas porque elas apresentam inúmeros defeitos, com quebra do cano, travamento, rajadas involuntárias e etc. R$ 21 milhões jogados no lixo.
A Taurus fabrica armas boas para exportar e o refugo ela vende para as PMs, pois as PMs são obrigadas a comprar armas dela (salvo quando conseguem liberação do Exército, como nesse caso).
Pior, pagamos mais caro por uma arma inferior para “proteger a indústria nacional e empregos”.
Quando um PM precisa usar sua arma para defender sua vida ou de outrem, não interessa a indústria nacional ou os empregos, o que importa é a arma funcionar. Simples assim.
O exército americano selecionou a pistola Sig/Sauer para seus militares porque ela foi a melhor na concorrência. Não importa se ela é suíça e a Colt e a Smith & Wesson são americanas.
Quanto aos casos de assassinatos nos EUA, realmente eles ocorrem, mas nem se comparam com a quantidade homicídios que ocorrem no Brasil, mesmo tendo uma população muito menor. É muito mais seguro morar nos EUA do que no Brasil, mesmo com alguns adolescentes atirando a esmo.
Enfim, essa é uma excelente notícia! E em breve teremos a Caracal fabricando armas (espero que com bastante qualidade) no Brasil para aumentar a concorrência.
Tenho um PT IMBEL, aqui no Brasil são as melhores, o acabamento pode deixar um pouco a desejar mas elas não Falham! Acima tem um comentário que o FBI usa Taurus, não sei, sei que a IMBEL ganhou uma concorrência para fornecer pistolas para o FBI, tem até video no youtube, o cano da Imbel é indestrutível.
Infelizmente a realidade é essa: A pistola PT 24/7 da Taurus falha, dispara sozinha, não pode usar munição recarregada pois não é compatível com ela sem extensa alteração. Já a Glock, arma da mesma fabricante, é mundialmente conhecida por disparar até debaixo d’água, sendo praticamente infalível, independente da munição utilizada.
Se a Taurus quer ter mercado, que produza equipamentos dignos para tal, do contrário deve sim ser derrubada pela concorrência, a qual busca incessantemente estar à altura do nicho competido.
Pois é né………..
Não tinha gente metendo o pau no IA2 ,a IMBEL, etc, etc.
Olha ai a Taurus…………………….
Sabem, hoje começo a entender quando o Lula comentou sobre o completo de vira-latex do brasileiro.
O gramado do vizinho, sempre é melhor.
O Estados Unidos é o país que da certo! O problema é que olham apenas as coisas que dão certo por lá, se olhassem mais para esquerda ou direita, veriam tantos problemas que aquela sociedade tem.
Um pequeno exemplo, adolescente entrando na escola e atirando a esmo, outros se matando, etc.
Até entendo que a policia como todo órgão publico em geral procure equipamentos com a melhor qualidade possível, até porque são itens importante até mesmo para segurança pessoal. Agora é triste ver essa noticia em plena crise econômica onde muitos trabalhadores brasileiros estão desempregados, uma empresa nacional que pode sim fabricar tais modelos ser deixada de lado por motivos diversos, fico perguntando; porque não criar organismos internos de qualidade? o exercito mesmo poderia ser responsável por tal iniciativa. Infelizmente vagas de trabalho serão direcionados ao exterior……..
Essa notícia é muito triste, e nos deixa com a pulga atrás da orelha, pois não sabemos realmente se tudo isso é um lobby contra uma empresa nacional ou um descaso de uma empresa nacional para com o seu próprio país? Há anos tenho ouvido maravilhas sobre a Glock , existe um lobby imenso a seu favor, incluindo filmes de Hollywood , mas também tenho ouvido que que agentes do FBI usam Taurus e que a mesma já ganhou inúmeros prêmios de qualidade nos EUA, e todos sabem que os EUA servem de parâmetro para o mundo todo, então eu fico na dúvida.