No dia 22 de julho, o Navio-Escola Brasil (U 27) desatracará da Base Naval do Rio de Janeiro para realizar a XXXII Viagem de Instrução de Guardas-Marinha (VIGM).
A comissão tem o propósito de complementar, com ênfase na experiência prática, os conhecimentos teóricos adquiridos pelos militares na Escola Naval durante o ciclo escolar, aprimorar a formação cultural dos futuros Oficiais da Marinha do Brasil (MB) e representar o País e a Marinha nos portos visitados, promovendo o estreitamento dos laços de amizade com as nações amigas.
Durante a VIGM, serão ministradas aulas práticas de navegação, meteorologia, marinharia, operações navais, controle de avarias e administração naval, realizando, dessa forma, uma importante fase de adaptação à vida de bordo.
Ao término da viagem, os Guardas-Marinha (GM) serão nomeados Segundos-Tenentes e serão distribuídos pelas diversas Organizações Militares da Marinha no território nacional, respeitando as especificidades de suas qualificações.
Aqueles pertencentes ao Corpo da Armada embarcarão nos navios da Marinha; os integrantes do Corpo de Fuzileiros Navais serão designados para os diversos Batalhões e Companhias Independentes; e os componentes do Corpo de Intendentes da Marinha serão designados para servir a bordo de navios ou unidades de Fuzileiros Navais.
Dos 208 Guardas-Marinha integrantes da Turma “Almirante Gastão Motta”, doze são militares do sexo feminino, todas do Corpo de Intendentes da Marinha e primeiras mulheres a concluir o ciclo escolar, e sete são estrangeiros, representantes de Angola, Líbano, Namíbia, Nigéria e Senegal, que cursaram a Escola Naval.
Também realizarão a viagem jovens oficiais convidados das Marinhas amigas da Argentina, Bolívia, Chile, Estados Unidos da América, França, México, Paraguai, Portugal e Reino Unido, além de representantes do Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira e da Marinha Mercante Brasileira.
O roteiro da XXXII VIGM contempla quinze portos em dez países, com regresso ao Brasil planejado para dezembro de 2018.
Serão visitadas as cidades de Natal, Belém e Fortaleza (Brasil), Las Palmas e Valência (Espanha), Toulon e Rouen (França), Pireu (Grécia), Gênova (Itália), Lisboa (Portugual), Londres (Inglaterra), Hamburgo (Alemanha), Baltimore e Miami (Estados Unidos da América) e Cartagena (Colômbia).
O Navio-Escola Brasil foi construído pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, a partir do projeto desenvolvido pela Diretoria de Engenharia Naval, ambos órgãos da MB.
Sua construção foi iniciada em setembro de 1981 e, após dois anos, no dia 23 de setembro de 1983, o navio foi lançado ao mar. Foi incorporado à Marinha em 21 de agosto de 1986, substituindo o Navio-Escola Custódio de Mello.
O Navio-Escola Brasil é equipado com modernos sistemas, a maioria deles desenvolvidos pela MB e por empresas nacionais, destacando-se o Sistema de Simulação Tática e Treinamento (SSTT), importante recurso instrucional de operações navais para os GM; o Centro de Integração de Sensores para Navegação Eletrônica (CISNE); o Sistema de Controle de Avarias (SCAv) e o Sistema de Controle e Monitoramento da Propulsão (SCMP).
Um pouco de História Naval
“Durante o século XIX, diversos navios de guerra foram eventualmente utilizados para instrução de futuros Oficiais, os Guardas-Marinha. Desde pequenos navios que realizavam cruzeiros de poucos dias no litoral brasileiro, como o Patacho Aprendiz-Marinheiro, até grandes veleiros equipados com máquinas a vapor que chegaram a realizar viagens de circunavegação, como a Corveta Vital de Oliveira, em 1879, e o Cruzador Almirante Barroso, em 1888.
O primeiro concebido, desde o início, como um navio-escola foi o Cruzador Benjamim Constant, um navio equipado como ferramenta de ensino prático para realizar longas viagens oceânicas com os Guardas-Marinha, que terminavam o aprendizado teórico na Escola Naval.
Construído pelo estaleiro francês Société Nouvelle des Forges et Chantiers de la Méditerranée, entre 1891 e 1894, esse grande veleiro de três mastros, com 74 metros de comprimento e quase três mil toneladas de deslocamento, conduziu inúmeras turmas de Guardas-Marinha e Aprendizes-Marinheiros em cruzeiros de instrução pelo litoral brasileiro e por águas internacionais a partir de 1895.
FONTE: Comando da Força de Superfície/CCSM/MB