MARINHA DO BRASIL
FRAGATA “UNIÃO”
01/910
Niterói, RJ, 12 de setembro de 2020.
ORDEM DO DIA Nº 1/2020
Assunto: 40º Aniversário de Incorporação da Fragata “União”.
Há 40 anos, em 12 de setembro de 1980, era concluído o mais ambicioso projeto de construção naval da Marinha do Brasil, com a incorporação à Armada da Fragata União, a sexta e última Fragata Classe Niterói.
Aprovado em 1967, o Programa Decenal de Renovação e Ampliação de Meios Flutuantes da Marinha refletia a preocupação da Marinha do Brasil com a guerra antissubmarino e com a proteção do tráfego marítimo brasileiro, devido à dependência do Brasil na importação de petróleo e na distribuição dos derivados ao longo da costa.
O Programa determinava a construção de Fragatas com grande autonomia operacional e capazes de manter velocidades que as habilitassem à escolta de comboios rápidos, assim como, quando necessário, desenvolver altas velocidades.
Assim surgiu o Projeto de Construção das Fragatas Classe Niterói, cujo contrato foi assinado em 20 de setembro de 1970, com o estaleiro britânico Vosper Thornycroft. O Modelo escolhido foi o Mk10, de cerca de 3.700 toneladas, concebido como uma plataforma multifuncional com alguma ênfase em guerra antissubmarino, inspirado no modelo Mk 21, utilizado na Marinha do Reino Unido.
Uma diretriz fundamental do Programa Decenal era a nacionalização dos meios ou a diminuição do nível de dependência na manutenção e reparos, através da fabricação local de componentes e sobressalentes e, com base nessa diretriz, optou-se por construir as duas últimas Fragatas no Brasil. Dessa forma, as Fragatas Independência e União foram inteiramente construídas no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, após a transferência de tecnologia.
As Fragatas inauguraram a computação em tempo real no Brasil e foram responsáveis pela introdução de várias inovações tecnológicas que exigiram capacitações até então inexistentes em nossa Força Naval.
A decisão de sua construção não podia ser mais acertada. As Fragatas, efetivamente, revolucionaram a Força Naval e constituem, há muitos anos, sua espinha dorsal, a ponta da lança, e contribuem decisivamente para capacitar a Marinha do Brasil a desempenhar todas suas tarefas básicas.
Compreendendo o valor desta Classe, a Marinha do Brasil resolveu, na década de 1990 modernizá-los, substituindo sensores, máquinas e armamentos, a fim de estender as vidas úteis dos Navios e reposicioná-los em um patamar mais condizente com as demandas exigidas pelo cenário mundial.
Desde sua incorporação, há quarenta anos, a União é motivo de orgulho para a Marinha do Brasil. Seja na função clássica de um navio-escolta, caracterizada pela proteção de áreas de interesse ou de navios de maior valor, ou em quaisquer outras funções que sua grande flexibilidade permite realizar, o Navio sempre se apresentou com destacado desempenho, cumprindo com brilhantismo todas as missões que lhe foram atribuídas, no Brasil e no exterior.
Em seus conveses, inúmeras gerações de nobres e valentes marinheiros foram e seguem sendo forjadas, cujos desempenhos virtuosos fomentaram o estabelecimento de valores que permanecem lavrados nos conveses de aço deste Navio. Os ensinamentos transmitidos capacitaram oficiais e praças para a condução segura do Navio nos momentos de paz, e os habilitou para desempenhar, se necessário for, a guerra no mar.
O nome “União” foi plenamente incorporado pela “alma” do Navio, estabelecendo um padrão de conduta que privilegia a harmonia, a coesão e a cooperação, gerando um ambiente de trabalho saudável, amistoso e com elevados graus de produtividade. E essa harmonia não fica restritas às anteparas desse valente barco, propagando-se no relacionamento com os navios irmãos, comandos superiores e órgãos de apoio.
O resultado dessa filosofia de trabalho pode ser facilmente percebido. Após haver cortado, por diversas vezes, não só “os mares verdes do Brasil”, mas também muitos outros mares e oceanos do planeta, ostentando orgulhosamente nosso sagrado pavilhão nacional, a União atingiu a expressiva marca de 680 mil milhas navegadas em mais de 3.000 dias de mar mostrando a elevada disponibilidade e comprometimento com a missão ao longo de sua história. Entretanto, é ainda mais relevante constatar que o Navio atinge seus quarenta anos plenamente operacional, apresentando todos seus sistemas disponíveis e alinhados.
Ao celebrar o 40° aniversário de incorporação da Fragata União à Marinha do Brasil, é por dever de justiça que reverenciamos essa história de sucesso, homenageando esse incrível Navio, mas também agradecendo e exaltando os homens e mulheres, civis e militares que, direta ou indiretamente, auxiliaram na construção, operação e manutenção deste Navio e permitiram, com trabalho e dedicação, que essa efeméride fosse alcançada.
“A UNIÃO FAZ A FORÇA!”
ANDRÉ RODRIGUES SILVA SELLES
Capitão de Fragata
Comandante
Li com emoção a OD em que o comandante da Fragata UNIAO comemora a incorporação desse belo navio à nossa Marinha.
Como terceiro comandante da UNIÃO, parabenizo a atual tripulação pelo esforço em manter operativa uma fragata de 40 anos!
Fui muito feliz no meu comando,participando de várias comissões e sempre nossa fragata se saindo muito bem.
Bons ventos e mares tranquilos UNIAO,você que é o meu orgulho,minha fe,minha vaidade.
Comandante infelizmente nosso pais ainda tem muito a navegar, para chegarmos a um patamar de uma Força Naval, aceitável, eu acompanho a Marinha desde a minha infância e nos anos 80 tivemos uma força de respeito com as Fragatas, ainda que com os DDs provenientes da 2ª GM na ativa naquela década. Hoje temos conhecimento suficiente na Construção Naval, mas em relação aos outros países estamos muito atrasados, demora nos projetos entre outros, eramos no mínimo para ter 2 Porta-aviões leves, 2 porta-helicopteros, na minha visão leiga, eramos para ter 2 frotas, umas responsável pela área abaixo do equador e outra acima, a Força de Submarinos vai impor respeito com as novos modelos em construção, mas ainda resta muito que fazer, para termos uma Força Naval que faça impor mais respeito. Lembro de ouvir falar do sub nuclear, nos primórdios do anos 80, já eramos para ter no minimo 2. Não precisamos de uma super Marinha como a dos EUA, pois as responsabilidades deles são globais, a nossa é regional, claro atender as demandas em outros teatros quando somos solicitados. Hoje até a India tem mais recursos navais que o Brasil. Nossa Marinha ao qual tenho muito orgulho e carinho, pois moro ao lado do 5º Distrito Naval, era para ser do porte de uma Marinha Britanica ou Francesa. Eu tinha 9 anos quando acompanhei a Guerra das Malvinas e vi o que os aviadores argentinos fizeram a Armada Inglesa, quase deixando ela de joelhos, se tivessem afundado mais alguns navios, provavelmente os Ingleses iriam recuar, pois estavam muito longe, o diferencial foi submarino nuclear, que afundou o cruzador Belgrano, na minha opinião. Vejo comentários que seriamos vulneráveis a invasões, no nosso caso temos que nos preocupar com nosso teatro de operações regionais, uma guerra com a França ou Inglaterra em um cenário hipotético, seria muito custoso para eles visto a distância. E para finalizar, sempre tive um carinho especial pelas Fragatas, pois são parte da minha infância, visitei todas quando vieram a Rio Grande.
Prezado Almirante,
É uma honra poder sustentar esse legado de glórias e sucessos, honrando o valoroso trabalho das gerações que nos antecederam.
Agradeço em meu nome e de minha tripulação pelos parabéns.
Isso é pra comemorar ou para chorar?
Que por sinal já está muito obsoleta e precisa urgentemente ser substituída.
04 Fragatas Tamandaré que estão em construção, não são suficientes para proteger a nossa costa marítima, o ideal seria termos 20 Fragatas.