Por Marcos Ommati
Os Treinamentos de Intercâmbio Conjunto Combinado (JCET, em inglês) são exercícios projetados para fornecer oportunidades de treinamento aos operadores especiais dos Estados Unidos e de nações parceiras. Os JCET são sempre realizados em países com os quais as Forças Especiais dos EUA poderão ter que atuar algum dia, bem como para ampliar a gama de treinamento das forças armadas das nações anfitriãs. Normalmente, cada programa JCET inclui de 10 a 40 membros das forças especiais americanas, embora possa eventualmente contar com até 100.
De 16 de abril a 16 de maio de 2019, um JCET foi realizado em instalações militares da Marinha do Brasil no Rio de Janeiro e teve um fator incomum para este tipo de exercício: reuniu ao mesmo tempo membros do Grupamento de Mergulhadores de Combate (GRUMEC), do Batalhão de Operações Especiais dos Fuzileiros Navais (Tonelero) e das Equipes de Operação em Terra, Ar e Mar da Marinha dos EUA, popularmente chamados de Navy SEALs. Participaram também membros dos Tripulantes de Equipes Especiais Combatentes de Guerra Naval, que operam e mantêm um inventário de pequenas embarcações utilizadas para conduzir missões de operações especiais, particularmente dos Navy SEALs. “Talvez esta seja a primeira vez que esse treinamento é realizado com pessoal dessas quatro unidades de operações especiais juntas. Em edições anteriores desse intercâmbio, equipes SEAL realizaram treinamentos, isoladamente, com o GRUMEC ou com o Tonelero”, disse à Diálogo o 1º Tenente Auxiliar do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) Armindo Melo Peixoto, integrante do Batalhão Tonelero e participante do JCET deste ano.
Oportunidade de interagir e aprender
“Treinamentos dessa natureza são uma excelente oportunidade para nossas marinhas estreitarem os laços de amizade e cooperação há muito estabelecidos. A interação e o intercâmbio de conhecimentos e experiências possibilitam o aprimoramento das capacidades de nossos operadores. Com isso, ampliamos a interoperabilidade e aumentamos as chances de sucesso em futuras operações e exercícios nos quais Brasil e EUA venham a integrar forças em busca de objetivos comuns”, afirmou o Capitão de Mar e Guerra do CFN do Brasil Stewart da Paixão Gomes, Comandante do Batalhão Tonelero, onde grande parte do JCET deste ano foi realizada.
Treinamento especializado
O treinamento permite às unidades participantes refinar suas habilidades nas áreas de tiro com fuzis de curto e médio alcance e inclui a instrução e o treinamento em técnicas de sniper a média e longa distâncias, para assegurar eficiência máxima com risco mínimo. O JCET inclui ainda treinamentos em técnicas de tiro estático e dinâmico com pistola e fuzil a curta distância, técnicas de operação de embarcações de combate (modelo Hurricane), entrada e saída de arrebentação com embarcações pneumáticas, técnicas de combate em área urbana e em ambiente confinado, técnicas de ação imediata, tiro de cobertura a partir de helicópteros e salto livre operacional.
Os operadores especiais realizam treinamento de pontaria durante o dia e em condições de visibilidade próxima a zero à noite, durante simulações complexas de possíveis ações da vida real, permitindo que estes militares ampliem suas perspectivas na hora de tomar uma decisão, além de aumentar sua confiança em situações de alto estresse. “O treinamento inclui a integração de melhores práticas e treinamento e consultoria em nível tático e operacional, intercâmbio de táticas, técnicas e procedimentos de planejamento para incluir as lições aprendidas”, disse um sargento operador especial da equipe de Navy SEALs que participou do JCET no Brasil, mas que prefere manter o anonimato por questões de segurança.
Fortalecer relacionamentos estabelecidos
“Intercâmbios como o JCET são sempre muito bem recebidos pela Marinha do Brasil. Desde os primeiros contatos efetuados entre os representantes do Comando de Operações Especiais, Sul dos EUA (SOCSOUTH, em inglês) conosco [Batalhão Tonelero] e com o GRUMEC, o Comando de Operações Navais empenhou meios da Esquadra e da Força de Fuzileiros da Esquadra no apoio ao treinamento. Foram planejadas cinco semanas de trabalhos intensos ininterruptos – dias, noites, finais de semana e feriados. O comprometimento de todas as partes foi total e os objetivos de treinamento planejados foram alcançados”, comentou o CMG (FN) Stewart.
Esse treinamento faz parte de uma série de engajamentos planejados ao longo do ano passado, o que dá oportunidades às unidades de elite dos EUA e do Brasil de trabalharem juntas, de aprenderem umas com as outras e de fortalecerem os relacionamentos previamente estabelecidos. “O JCET demonstra a forte parceria entre os EUA e o Brasil, com base no respeito mútuo e nos interesses compartilhados na região. O intercâmbio de treinamento, realizado por operadores especiais dos EUA e brasileiros, dá aos participantes uma oportunidade de construir parcerias fortes e duradouras”, disse o Major do Exército dos EUA Cesar Santiago, que viajou ao Brasil representando o SOCSOUTH, onde exerce a função de chefe do Departamento de Relações Públicas.
O Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil mantém um intenso programa de intercâmbio com o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, com a realização de reuniões bilaterais periódicas para alinhar objetivos e planejar programas que permitam atingir propósitos comuns. “No futuro, espero que também as Operações Especiais da Marinha do Brasil tenham uma maior interação com as unidades do USSOCOM [Comando de Operações Especiais dos EUA] e que possamos estabelecer projetos de médio e longo prazo que viabilizem o aprimoramento mútuo de nosso pessoal. Na minha opinião, esse é o caminho que ampliará a integração de nossas forças armadas e aumentará a capacidade de resposta às ameaças regionais, garantindo a segurança de nossas nações”, concluiu o CMG Stewart.
FONTE: Diálogo Américas
Muito bom! Fico feliz em saber que possuímos unidades especializadas para as grandes ameaças do mundo moderno!
Padilha eu escutei um boato que não sei se é verdade ou mito, mas parece que o Tonelero desde a sua criação os seus membros em especial os Comandos Anfíbios possuem uma espécie de organização fechada dentro da unidade nos mesmos moldes da Maçonaria, em que os militares realizam atividades de caráter quase “religioso”, isso é verdade?
Nos anos 80 até inicio dos 90 existia algo do tipo dentro do tonelero… mas não sei se ainda existe! era uma fraternidade de cavalheiros que prestigiavam a morte e o caos, bem, é o que falavam na época.
DAN, vocês que vivem no Brasil e provavelmnte no Rio seria possível realizarem uma visita com entrevistas e fotos aos Comandos Anfíbios? a unidade é envolto por um secretismo desde os anos de 1960 quando na época era chamada de “CONGUE”, eles por natureza possuem uma política de baixa visibilidade para as midias, não as procurando ou tão pouco se importam em aparecer para as mesmas, como tudo relacionado a eles é muito oculto seria interessante na medida do possível e da disponibilidade visitarem a unidade, até para atualizar as informações que se encontram disponíveis sobre eles.
Está na pauta.
Grande BtlOpEspFuzNav! Unidade Tier 1 das Operações Especiais da MB, além de ser um laboratório de inovações.
Eu moro em campo grande próximo aos comandos anfíbios… Todos os dias é muito comum ouvir barulhos de tiros e explosões, além da movimentação de paraquedistas saltando dentro do terreno do Batalhão… Mas nesses últimos dias os barulhos de disparos e movimentação de helicópteros estava mais intenso do que o habitual
Batalhão Tonelero é PI.. DA NASA!! Só maluco brabo ?