O capitão-de-fragata Alexandre Amendoeira Nunes recebeu o prêmio ‘FAZ DIFERENÇA’ na Categoria Mundo, promovido pelo jornal O Globo.
O ingresso na Escola Naval do Rio foi um caminho natural para Alexandre Amendoeira Nunes. Filho e sobrinho de militares que exerciam funções administrativas na Marinha, ele preferiu ir além e levantar âncora, conseguindo realizar o sonho de ser comandante. E, à frente de um navio, o oficial viveu a sua maior odisseia: o resgate de mais de 200 refugiados no Mar Mediterrâneo, uma operação inédita para a Marinha brasileira.
— Até então, não tinha vivenciado um desafio dessa magnitude. Foi uma grande responsabilidade. Lidamos com seres humanos muito fragilizados, que demandavam um cuidado ainda maior para que não houvesse nenhum erro. Vidas estavam em jogo. Tivemos a sorte de estar no local e no momento certos para ajudá-los, recorda Amendoeira, que nasceu em Belém e se mudou para o Rio ainda criança, aos 3 anos.
Sob o comando do brasileiro, a corveta Barroso navegava em águas calmas a caminho de uma missão de paz da ONU, no Líbano, quando recebeu um pedido de socorro da Itália, no dia 4 de setembro do ano passado. Uma embarcação lotada de imigrantes, sírios em sua maioria, apresentara problemas mecânicos e tinha pouco combustível. Num trabalho bem-sucedido, de 21 horas, o navio brasileiro mudou de rota e salvou todos os refugiados. Após sete dias no mar, eles estavam esgotados, com desidratação e assaduras.
— Todos nós, tanto eu quanto a tripulação, nos sentimos úteis por termos contribuído para diminuir o sofrimento de pessoas que fogem de guerras, pobreza e perseguição. Demos um alento para iniciarem uma nova vida, celebra.
O desejo de ser comandante foi despertado logo no início da carreira. Antes de partir para o Líbano, Amendoeira comandou, entre 2008 e 2009, um navio de pequeno porte no Pantanal, que dava assistência médica à população ribeirinha.
Apesar das adversidades e de considerar o mar traiçoeiro, o comandante não tem dúvidas: prefere trabalhar embarcado.
— Gosto de navegar, mesmo com as dificuldades, contratempos e tempestades , conta. É bom saber reconhecer o mar, até onde posso ir, o que eu posso enfrentar e analisar as condições climáticas.
Nunes cresceu em Copacabana e vive atualmente no Méier com a mulher e a filha de 9 anos. Com retorno previso ao Brasil para 24 de abril, Amendoeira já se prepara para uma nova missão. Segundo ele, uma das possibilidades é integrar a equipe de segurança das Olimpíadas, com apoio no mar e nos portos. E sem temor.
— O mar me tranquiliza. É algo que me fascina.
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Tiver o prazer de servir com ele quando ainda era tenente, além de ser um militar exemplar e um ótimo lider, é um excelente ser humano
Bravo Zulu Comandante Amendoeira