Como pode o jovem escolher a sua pátria sabendo que não terá apoio para suas pesquisas e perecerá na luta pela própria sobrevivência intelectual?
Por Rogério Cezar de Cerqueira Leite
Eu sabia que ia ficar embaraçado. Mas não sei dizer não a jovens pesquisadores. Principalmente se são brilhantes. Recebi-o, portanto. Faz pouco mais que um mês. Seu problema era o mesmo que vem afligindo centenas, se não milhares, de outros jovens pesquisadores. Sabem que são promissores, sabem que chegou a sua vez. Mas também sabem que o período em que consolidam suas posições no cenário científico internacional é curto. Que, se não o aproveitarem, serão para sempre condenados à vala comum dos inconsequentes.Têm pressa. Se não houver mudanças, não sobrevivem como pesquisadores.
Por outro lado, se o Brasil os perde, seja porque migraram, seja porque desistiram, o prejuízo é imenso, irrecuperável, pois a ciência progride a passos largos, não espera por retardatários. Perder uma geração enquanto o resto do mundo progride, e principalmente agora que o Brasil começava a se recompor quanto à produção de conhecimento, é indesculpável. O meu jovem interlocutor tem uma proposta de uma prestigiosa universidade no exterior.
O que posso dizer? Poderia eu, em nome de uma certa lealdade ao Brasil, dizer o que espero desse pasticho que detém o poder sobre os destinos do país em Brasília?
O que esperar quando o governo federal reduz o orçamento de ciência e tecnologia a um terço de seu valor anterior? E os congressistas ainda mordiscam o pouco que restou para emendas que beneficiam seus redutos eleitorais.
E é bom lembrar que nenhum outro ministério, além do da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, teve corte de verba semelhante. Será que os economistas da Fazenda e do Planejamento são contra a ciência e a tecnologia? Que não acreditam em sua inequívoca importância para o desenvolvimento nacional? Como pode o jovem cientista escolher a sua pátria sabendo que não terá aqui apoio para suas pesquisas e perecerá em sua luta pela própria sobrevivência intelectual? Por que persistir se seu trabalho não é reconhecido em seu próprio país?
Este governo está demolindo o entusiasmo do jovem pesquisador brasileiro. E, com isso, comprometendo o futuro do país, pois não percebe que, sem pesquisas, não há progresso científico e tecnológico. E sem este não há inovação e competitividade, seja na indústria, seja em serviços, seja na agricultura. Não percebem os dirigentes do país que estão aniquilando a juventude criadora do Brasil ao sufocar a atividade científica no Brasil.
Pois bem, o que digo para meu jovem interlocutor? Desista do Brasil? Vá se realizar em ambiente mais propício.
Não seja tão patriota a ponto de comprometer o seu futuro. É isso que devo ensinar aos jovens promissores cientistas brasileiros? Devo-lhes dizer que o Brasil não vale a pena? Ou que se limite intelectualmente, e fique neste país que não o valoriza? Digam-me, é isso que devo fazer?
FONTE: Folha de São Paulo
Ué?! Depois do desastre promovido durante a ‘Era PT’, esperavam o quê?
E tudo iria melhorar com a saída da ex-presidenta… e os “valentes patriotas” não iam sair das ruas enquanto a corrupção não acabasse…
Seja como for parabéns ao DAN por ter coragem de fazer esse tipo de denúncia. Lembro que muitos blogs do gênero (inclusive um que eu gostava muito) atacavam diariamente o antigo governo, mas hoje ficam em quase total silêncio. Ao denunciar o que está acontecendo no Brasil independente de suas preferencias partidárias mostra que vocês têm algo chamado caráter, infelizmente não posso fala o mesmo de outros blogs…
O DAN tem o compromisso de trazer as notícias para que os leitores se mantenham informados.
Já recebemos muitas críticas infundadas de leitores que não conseguem separar as coisas.
Mas faz parte. O importante é o debate e não comentários que não agregam nenhum valor.
O Brasil está falido, não são só os pesquisadores que estão indo embora, mas sim todos que podem, profissionais das mais diversas áreas, a verdade e que a conta do Brasil ficou muito alta para ser paga, não há oportunidades para quem estuda, e com a crise financeira, o jogo tende a ser ainda mais sujo, um engenheiro que não tenha um grande QI e desprezado, e colocam um gari com QI na vaga que necessitava de um engenheiro, e por aí vai, as pessoas que estudaram e acreditaram no país agora saem da faculdade com uma dívida enorme para pagar e sem nenhuma perspectiva de ter oportunidade, a quem pode, cabe ir onde a oportunidade está, amor a pátria não paga as dívidas nem o sustento de ninguém, e muito menos realiza as premissas de quem estudou para realizar um grande sonho.
Pátria é uma coisa, governo é outra! Não devemos abandonar a pátria, ainda mais num momento como esse, a intelectualidade brasileira, seja jovem ou não deve se fazer presente e lutar contra esse estado de coisas que aí está chega de covardia!
Quem está pensando em anular voto em 2018 ,deve mudar de idéia e votar da melhor maneira possível é ora de separar o joio do trigo é ora de mostrar que os covardes não somos nós mas sim esses que agridem nossa pátria, não vamos mais fazer o jogo dos vilões!