Por Guilherme Wiltgen
Hoje (15), marca uma nova etapa na reconstrução da Estação Antártica Comte. Ferraz (EACF), com a chegada, a poucos minutos, do navio mercante Yong Sheng a Enseada Martel, trazendo os primeiros materiais para dar início a reconstrução da base brasileira, como mostram as foto abaixo.
Nessa primeira fase, a ser realizada durante o inverno 2016/2017, estão previstas as obras de execução das fundações, retirada do “Garajão” (instalação remanescente da antiga EACF onde se guarda desde veículos a materiais utilizados na Estação) e a construção de um pier, para o desembarque dos materiais na praia.
Como a área no entorno da EACF é protegida, devido a presença de flora (musgos) e fauna (Pinguins, Focas e Skuas), o local para a construção se torna ainda mais difícil, pois não sobra muito espaço para a acomodação dos materiais necessários para a obra de reconstrução, por isso a retirada do Garajão se faz necessária.
A nova Estação Antártica Comandante Ferraz
A construção da parte habitável da Estação, cujo projeto prevê 4.500 m2 de área construída onde se vai abrigar 17 laboratórios, biblioteca, ambulatório, área de convivência e acomodações para 64 pessoas, incluindo pesquisadores e o pessoal do Grupo Base (GB) da Marinha, sendo este último o responsável pela estação, e que permanece o ano todo na Antártica.
Para os brasileiros que trabalham no continente gelado, o início das obras é motivo de comemoração, gerando uma ansiedade natural em poder ver pronto o belo projeto arquitetônico criado pelo Estúdio 41, e que vai ser concretizado pela empresa chinesa CEIEC (China Electronics Import and Export Corporation).
O projeto da EACF prevê a implantação dos prédios, cujo projeto levou em consideração as características geográficas e topográficas da Península Keller, bem como as necessidades de preservação das áreas de vida animal e vegetal do entorno, respeitando as diversas condições previstas pelo Zoneamento Ambiental de Uso, visando minimizar ao máximo os impactos na natureza.
Desde o incêndio ocorrido em 2012, a Marinha vem se desdobrando para continuar dando suporte às pesquisas e instalou a Estação, temporariamente, nos Módulos Antárticos Emergenciais (MAE) sobre o antigo heliponto da EACF, e que vem atendendo de forma bastante satisfatória os pesquisadores e os militares do “GB”.
Fabrício,
O Refúgio Antártico Eng. Wiltgen é em homenagem ao meu tio-avô, um pioneiro nos estudos antárticos no Brasil.
Infelizmente a Ilha Elegante é bem longe da EACF e eu não consegui ir até lá, e também não tenho fotos dele.
Abs,
Mais uma vez, obrigado ao DAN por nos manter atualizados quanto à construção da EACF (e esta matéria parece ser exclusiva). Sobre o píer referido, sei que não estava no projeto original (embora seja extremamente necessário), e por isso me pergunto se terá caráter permanente ou se será desmontado depois do desembarque dos materiais…
P.S.: Ocorreu-me agora que entre 1985 e 1988 existiu uma construção na ilha Elefante, não muito longe da EACF, chamado refúgio Engenheiro Wiltgen. Substituído pelo refúgio Emílio Goeldi, dele só sobraram as fundações – infelizmente, nunca encontrei fotografias do mesmo.