No período de 14 a 16 de outubro, o Navio Polar (NPo) “Almirante Maximiano” navegou pela região conhecida como Confluência Brasil-Malvinas, em que se encontram as duas principais correntes marítimas de contorno do Atlântico Sudoeste: as correntes do Brasil e das Malvinas. Naquele local, ocorre, esporadicamente, o desprendimento de vórtices, que podem ser tanto quentes, quanto frios, dependendo da sua origem.
Na ocasião, os pesquisadores do Programa INTERCONF (Estudo da Interação Oceano-Atmosfera na Região da Confluência Brasil-Malvinas) embarcados no NPo “Almirante Maximiano” tiveram a oportunidade de presenciar a ocorrência de um sistema chamado de dipolo, com o acoplamento de dois vórtices, ou seja, redemoinhos, um quente e um frio, girando de forma simultânea, em um movimento de translação.
Para descrever a resposta da atmosfera à presença desse sistema oceânico, os pesquisadores fizeram cinco estações oceanográficas de 1.000 metros de profundidade e 12 lançamentos de sondas, possibilitando a medição do perfil de temperatura da água do mar. Eles ainda realizaram 17 radiossondagens, a fim de aferir parâmetros meteorológicos.
Para o pesquisador e coordenador do Programa no NPo “Almirante Maximiano”, Marcelo Santini, a passagem pela região da confluência foi muito importante para os estudos. “Conseguimos observar a resposta da atmosfera frente as alterações da temperatura da superfície do mar, servindo como ferramenta para melhoria dos sistemas de previsão do tempo e, ainda, tivemos a possibilidade de amostrar, pela primeira vez, por meio de dados in situ, esse tipo de fenômeno naquela região” disse.
FONTE: Nomar