A arquitetura de segurança, as ameaças cibernéticas globais, o combate ao tráfico internacional de drogas e os desafios da nova ordem mundial entraram em debate, nesta sexta-feira (29), no Rio de Janeiro, durante a XIV Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, proferiu o discurso de abertura, juntamente com o presidente do Parlamento Federal Alemão (Bundestag) e vice-presidente da Fundação Konrad Adenauer (KAS), Norbert Lammert, responsável pela organização do evento.
A edição 2017 da conferência, também sob coordenação do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e da Delegação da União Europeia no Brasil, teve como tema central “Arquitetura de Segurança: um intercâmbio entre América do Sul e Europa”.
“Para o Brasil, o objetivo central de sua política de defesa é assegurar um ambiente de paz, cooperação e desenvolvimento em seu entorno estratégico: América do Sul, Atlântico Sul, costa oeste da África, Antártida, América Central e Caribe. Nesse contexto, e com base nos elementos da arquitetura regional de segurança, há um movimento de aproximação de doutrinas e comparação de cenários, e surgiram projetos de integração regional de cadeias produtivas de defesa nos segmentos de aeronaves e navios fluviais e de patrulha costeira, além da assistência técnica em blindados”, ressaltou Jungmann em seu discurso.
O objetivo da XIV Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana foi aprofundar e difundir o debate nos temas de segurança e de defesa internacional, com o intuito de oferecer perspectivas sobre as principais questões da política de segurança internacional.
“Me permitam que utilize a língua desse País para transmitir uma mensagem de amizade, de conforto e de confiança. Nós sabemos bem que essa cidade vive hoje um momento de crise grave e que se manifesta em matéria de segurança. O tema dessa conferência é pertinente para muitas partes do nosso planeta nesses tempos que decorrem e, especificamente para o Rio de Janeiro, mas eu quero que saibam que nós confiamos que o Brasil e que o Rio de Janeiro vão superar este momento complexo e que encontrarão um caminho para um futuro de paz e tranquilidade”, declarou Norbert Lammert.
América do Sul
O ministro da Defesa também destacou que a nova Estratégia Global para a Política Comum de Segurança e Defesa da União Europeia abre convergências e oportunidades de cooperação com a América do Sul. Em função dos crimes transnacionais, o Ministério da Defesa, juntamente com o Ministério da Justiça e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, tem realizado uma ampla agenda de encontros binacionais com os países fronteiriços.
“Eu creio que diante da realidade, do poderio e do avanço do crime transnacional, dos ilícitos transnacionais, talvez esteja na hora de começar a pensar em uma autoridade sul-americana voltada para os temas de segurança porque os problemas que nos afligem são, de fato, recentes, e alcançam toda a América do Sul e estão a demandar uma iniciativa compatível com os problemas que hoje nós estamos enfrentando, especificamente aqui no Brasil, no Rio de Janeiro, que não se fala mais em segurança nas grandes metrópoles sem falar de fronteiras”, enfatizou Jungmann.
Como palestrantes participaram Nathalie Tocci, Assessora Especial da Alta Representante da União Europeia para Política Externa e Segurança; Chris Whitecross, tenente-general da Força Aérea Canadense e comandante da Escola de Defesa da OTAN em Roma; Roderich Kiesewetter, membro do Parlamento Federal Alemão (Bundestag); Alexis Goosdeel, diretor do Centro Europeu de Monitoramento de Drogas e Dependência Química.
Também participaram do encontro em três painéis o Comandante da Escola Superior de Guerra, general Décio Schons, o diretor do Instituto Brasileiro de Estudos em Defesa Pandiá Calógeras (IBED), Fabrício Neves, além de Políticos, acadêmicos, militares, diplomatas e intelectuais das Américas e da Europa.
FONTE: MD
FOTOS: Tomaz Silva/Agência Brasil