Por Danilo Oliveira
A Diretoria de Gestão e Programas da Marinha (DGePM) receberá, até o próximo dia 30 de novembro, as propostas dos interessados na construção do Navio de Apoio Antártico (NApAnt). Previsão é que a short list, que deverá ter três a quatro proponentes que apresentarem as melhores ofertas, seja divulgada até 5 de fevereiro de 2021. Na fase posterior, as empresas então serão chamadas para melhorarem suas ofertas para se aproximarem às necessidades da Marinha. A expectativa é que a oferta vencedora seja conhecida em junho de 2021. O modelo é semelhante ao das fragatas classe Tamandaré.
“Tentaremos que a assinatura ocorra em dezembro de 2021 para que o navio possa ser construído entre 2022 e 2025”, adiantou o CMG (RM1) Archimedes Francisco Delgado, gerente do projeto NApAnt, durante o webinar ‘Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro apresenta seus projetos’, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O edital estabelece que o navio deverá ser construído em estaleiro situado no Brasil. O projeto tem expectativa de geração de 600 empregos diretos e seis mil indiretos.
A Marinha exigirá índice de conteúdo local mínimo de 45%, que será calculado a partir da divisão entre custos diretos de produção local (materiais, serviços e mão de obra direta) dividido pelos custos diretos de produção local e importados (custos totais), conforme critérios do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Delgado destacou que a Emgepron está totalmente capitalizada pelo governo com recursos financeiros necessários para fazer frente ao projeto. Ele explicou que as empresas vencedoras deverão constituir uma sociedade de propósito específico (SPE) para negociação contrato e construção navio. Esta etapa contará com assessoria jurídica e do setor de compliance da Emgepron como fiscalizadora junto a uma sociedade classificadora a ser contratada pela SPE vencedora. Os fornecedores deverão atender aos requisitos de qualidade que a classificadora exigir.
O gerente do projeto ressaltou que o NApAnt é um produto estratégico de defesa, o que facilitará aos futuros construtores a obtenção de benefícios tributários. Delgado citou que, em 2018, a Receita Federal estabeleceu a possibilidade de concessão de Drawback para construção de navios de guerra. De acordo com o edital, os equipamentos a serem instalados no navio devem, preferencialmente, ser obtidos no mercado nacional e ter desempenho comprovado.
O casco do navio precisa ser construído com aço especial, provavelmente EH-36 para navios classe PC-6 com capacidade de navegar durante o verão e outono antárticos, com gelos com espessura variando de 20 a 300 centímetros. Delgado disse que esse aço pode ser fornecido por empresas brasileiras, como a CSN e Usiminas, que podem vir a se juntar ao cluster naval e tecnológico do Rio de Janeiro.
Para propulsão principal, serão aceitas três configurações básicas: motores a diesel, motores elétricos ou propulsão combinada (diesel-elétrica). O navio também terá sistema integrado de controle de posicionamento dinâmico classe 2 (DP-2) com, no mínimo, dois bow thrusters e dois stern thrusters ou propulsores azimutais. O NApAnt será equipado com sistema remoto de controle da propulsão no passadiço e no centro de controle da máquina. O sistema de geração de energia elétrica será trifásico (440v, 220v e 115v), em corrente alternada de 60Hz de frequência, além de 24V de corrente contínua.
O gerente do projeto contou que a participação da indústria nacional pode ser grande para sistemas auxiliares, entre os quais: sistemas de ar condicionado, plantas frigoríficas (duas), sistema de ar comprimido, sistema de esgoto, sistema de combate a incêndio e sistema sanitário. As oportunidades passam pela possibilidade de fornecer itens como bombas, válvulas, redes e compressores.
Delgado disse ainda que a indústria nacional pode entrar com peso nos equipamentos de movimentação de carga (guindastes) para esse projeto, assim como na parte habitação, acomodação, mobiliário, utensílios e equipamentos de salvatagem para 92 pessoas entre tripulantes e pesquisadores. No caso da comunicação e AIS (sistema de identificação automática), a indústria nacional pode entrar com parcerias e componentes. Já para a parte de radares e sistemas integrados de navegação, a participação da indústria brasileira de navipeças passa a ser mais reduzida. Delgado salientou que as empresas podem buscar montar parcerias com empresas nacionais e estrangeiras, inclusive junto ao cluster naval. O mesmo ocorre para a parte de pesquisa, com a qual ele percebe oportunidades para participação nacional, por exemplo, com cabeamento e componentes, por meio de parcerias.
Fonte: Portos e Navios
Até 31 de novembro? Então não receberá nunca.
Talvez no “novo normal” novembro tenha 31 dias.
Desculpem. Eu errei (erro de dedo como o povo fala).
Projeto é da Marinha (desenhos)?
Se for, será que vai fazer como nas Tamandarés? Fazer um projeto e depois utilizar projeto que tem pagar royalties.
Padilha, isso é brincadeira da marinha ou incompetência? Pois novembro só tem 30 dias.
Tomara que dê certo a proposta.
É só você ler o planejamento estratégico 2040. Se você ler ele inteiro, verá que “seremos” uma das marinhas mais poderosas do mundo, mas não boto um pingo de fé!
A verdade é, o Brasil tem potencial para ser uma nação de respeito e até pode manter bases de pesquisas e navio polar como esse, mas como você disse, a hora que precisar da Marinha de guerra, o que teremos ?
Uma marinha que fez uma única corveta Barroso, um único submarino Tikuna. Criar um programa para fabricar uma unidade é sacanagem !
Infelizmente a nossa Marinha está péssima, quase desaparecendo do mapa.
O que precisa ser feito é o controle total com gasto de pessoal, e investir mais na modernização dos estaleiros além da construção de novos estaleiros, pra depois investir pesado em mais embarcações.
A Marinha fica ”presa” com tanto gasto de pessoal, aí n sobra nada para investir.
Triste e lamentável!!!
Caro editor. Não sou analista, mas um simples curioso que se importa com a defesa do País. Antes de tudo um contribuinte, o que me dá direito a opinar, ainda que não tenha expertise no ramo. Há muito não entendo o objetivo perseguido pelo Brasil no tangente à exploração científica da Antártica. Estamos lá há décadas, mas nada de proveitoso recebemos ou, quero estar enganado, receberemos. Entendo que tais pesquisas deveriam cingir-se aos países polares, e àquelas potências econômicas que certamente sabem o que procuram por lá. Petróleo não podem explorar, tampouco extrair da biodiversidade. A pesquisa sobre tempo e marés não justifica o alto gasto a que nos obrigamos. As primeiras instalações pegaram fogo causando um enorme prejuízo. A reconstrução, devido à logística empregada, causou um enorme rombo nas finanças do País. A aquisição de navios, inclusive um novo, abrirá mais buracos no combalido orçamento. Da outra banda, a nossa esquadra já ínfima, luta para não desaparecer. Falta-nos tudo. Hoje não temos escoltas modernas, mas simplesmente navios velhos. No horizonte apenas aparece a fabricação de 04 corvetas, que insistem em nominá-las como fragatas, já com o projeto de construção bastante atrasado. Ficaremos praticamente com uma frota de pequenos navios patrulha. Salvam-se os submarinos convencionais que já entram na fase final de construção. Um sub nuclear, sorvedouro gigantesco das verbas, quase inexistentes, que ninguém pode apostar se terminará ou quando. Pois bem, nesse teatro dantesco de desaparecimento da esquadra, emergem gastos injustificáveis na Antárctica, como se fôssemos alguma potência de primeiro mundo. No meu entender, rudimentar é claro, nada justifica essa empreitada. É mais um arroubo do estado brasileiro, pródigo em bravatas e projetos inexequíveis que só exploram o contribuinte. Será que nada se pode fazer a respeito ? Com a palavra o nobre editor.
Nossa presença na Antártida se faz necessária, pois no futuro, caso não estejamos presentes, não teremos o direito de opinar sobre a região, deixando que outros países ditem as normas sobre o Continente Antártico. Quero lembrar que um espirro na Antártida, afeta o clima em nosso país, o que pode acarretar problemas, leia-se prejuízos em nossa agricultura. Enfim, existem muitas justificativas para estarmos lá. Aqui no DAN se vc pesquisar nas matérias sobre a Antártida, vc poderá ver muitas delas. Entendo sua preocupação, mas não podemos abdicar de algo que no futuro poderá nos prejudicar. O custo x benefício neste caso, compensa na minha opinião.
Se não investirmos pesado na nossa Marinha, como em recursos, modernização dos estaleiros, construção de mais embarcações, daqui a 20 anos ou até menos que isso, nós perderemos os nossos mares para outros países como a China por exemplo.
Caro guilardo, sei que você direcionou sua pergunta aos editores, mas assim como o fez respeitosamente, venho agregar sobre suas duvidas. Se você fizer uma rápida pesquisa nas Universidades que fazem parte do programa Antártico, verás os resultados obtidos por elas. O continente Antártico é regulador do clima no planeta e todas frente fria que nos assola de lá vem. Nosso agronegócio representou no ano de 2019 por 30% do nosso PIB, 1,7 trilhões de reais, fonte CNA, muita grana para esperar que nossos concorrentes nos avise sobre clima (EUA). Por tudo saber o que acontece por lá, nos influencia aqui na tomada de decisão, como alertas de tempestades no mar para as nossas embarcações por exemplo, evitando naufrágios de milhões de dólares, só isso já justifica os investimentos. Mas também há o tratado assinado pelo nosso país que nos da direitos sobre aquele local, mas para isso temos que ter base no mesmo. E fica a grande questão, quando se investe em material militar reclamam por que não investe em educação, e quando se investe em educação de ponta reclama porque acham que não temos recursos, ai não dá, tem que decidir.
Lembrando que nossa base nem no continente se encontra, e sim numa ilha próxima.