AvHoFlu Rio Tocantins, o primeiro aviso hidrográfico recebido pela Marinha do Brasil, está operacional desde julho do ano passado.
Duas novas embarcações (avisos) fluviais hidrográficas fazem parte da frota da Marinha do Brasil, cuja missão é ajudar a fazer cartas náuticas da bacia do rio Amazonas, facilitando um mapeamento hidrográfico mais preciso da região, que abarca cinco milhões de quilômetros quadrados.
Autoridades dizem que esta ação eliminará um vazio cartográfico que existe nos estados do Amapá, Amazonas, Roraima, Acre, Pará, Maranhão e Mato Grosso, todos pertencentes à Amazônia Legal. Mapas serão produzidos na escala de 1:100.000, e a Marinha vai atualizar os dados existentes em uma miríade de rios nessa vasta região, que abrange 59% do Brasil.
“Esse é o segundo aviso dos quatro previstos pela Marinha”, diz Carlos Alberto de Freitas, gerente regional do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), do Ministério da Defesa. “O projeto também inclui um navio hidroceanográfico fluvial.”
O primeiro aviso, AvHoFlu Rio Tocantins, iniciou suas atividades em julho, e o segundo, AvHoFlu Rio Xingu, navegou em 6 de fevereiro. Os outros dois – AvHoFlu Rio Solimões e Rio Negro – serão entregues à Marinha ainda este mês. Todos os quatro foram custeados pelo Projeto da Cartografia da Amazônia, que foi lançado em setembro de 2008.
Esse projeto abrangente envolve todas as Forças Armadas brasileiras, detalha Freitas. A Marinha é responsável pelas cartas náuticas, enquanto o Exército e a Força Aérea irão elaborar as cartas geológicas. O investimento total dos três projetos é de US$ 107 milhões (R$ 208 milhões), de acordo com o Censipam.
“Cada parceiro vai gerar os produtos cartográficos necessários, baseados no investimento do governo federal”, comentou Bruno da Gama Monteiro, diretor do Centro Regional de Manaus do Censipam – que cobre os estados do Amazonas e Roraima – à Agência Brasil. “Isso vai melhorar o planejamento de trabalhos na Amazônia, incluindo a construção de importantes rodovias e usinas hidrelétricas, porque o projeto vai apresentar mapas regionais em detalhes acurados.”
A Marinha não tinha os meios de manobrar e executar o monitoramento de segurança dos extensos rios e afluentes da Bacia Amazônica, segundo autoridades. Esses navios de menor porte irão mapear o interior dos canais de navegação, utilizando sensores batimétricos que medem a profundidade do rio quando tocam o fundo. Essa iniciativa irá atualizar 74 cartas náuticas, das quais 18 já foram concluídas.
Autoridades dizem que o trabalho está sendo executado de acordo com a Estratégia Nacional de Defesa, cujo um dos objetivos é aumentar PIB do Brasil. Mas isso é particularmente importante, afirmam, porque contribui para a melhor proteção e segurança da navegação, especialmente nas regiões de fronteira.
FONTE: Revista Diálogo – Isabel M. Estrada