Em 21 de fevereiro último, a Marinha do Brasil realizou um novo lançamento do Míssil Antinavio MANSUP, o sexto deles considerando as fases de desenvolvimento e pré-série do programa. O disparo foi realizado a partir da Fragata Defensora (F 41), com apoio da Fragata Liberal (F 43) e de dois helicópteros, um UH-12 Esquilo e um AH-11B Super Lynx.
O lançamento obteve pleno sucesso, com o míssil alcançando impacto direto contra o alvo. A SIATT, empresa responsável pelo desenvolvimento e fabricação do SGNC (Sistema de Guiagem, Navegação e Controle) do míssil, bem como todo o sistema de telemetria, realizou os preparativos abrangendo a integração final e testes do armamento no Centro de Mísseis e Armas Submarinas da Marinha (CMASM).
Já no período embarcado, apoiou a Marinha com testes a bordo e com a utilização de uma versão compacta de seu CLM (Console Lançador de Míssil) instalado junto ao sistema de lançamento da fragata Defensora.
O ensaio foi realizado em condições climáticas adversas, com um ciclone tropical próximo à zona de lançamento nos dias da missão. Neste cenário, um outro recurso de apoio desenvolvido pela SIATT foi de grande auxílio para a viabilização da operação: o SIATEX, um sistema de módulos de posicionamento global (GPS) e comunicação a longa distância associados a um software de consciência situacional.
Com mar alto, tempo fechado e pouca visibilidade, muitas vezes impedindo a decolagem dos helicópteros de apoio, o SIATEX possibilitou o posicionamento dos navios nas condições desejadas e monitoramento em tempo real de diversos parâmetros preparativos.
Módulo de GPS e Comunicação do SIATEX e seu software de consciência situacional do lançamento.
O Eng. Robson Duarte, sócio diretor da SIATT e Gerente do Programa MANSUP na empresa, salienta que “neste lançamento foi verificado o perfeito funcionamento do Sistema de Guiagem, Navegação e Controle (SGNC) desenvolvido pela SIATT. O míssil realizou todas as manobras que foram simuladas e testadas em laboratório e, com isto, o SGNC está pronto para utilização operacional e produção em série. Está clara a competência da SIATT em integrar sistemas complexos como o MANSUP, projeto de fundamental importância para a autonomia do Brasil na produção de mísseis. Este sexto lançamento representou uma oportunidade única e inédita, jamais vista no Brasil, de termos um míssil antinavio realizando impacto direto contra o alvo!”
Parabéns ao exercíto, cada vez mais teem que fazer o uso da tecnología pra afirmar mais o Brasil, com um bom potencial bélicos para futuro promissor.
Cadê o vídeo do alvo sendo impactado.
Já solicitei mas ainda não foi liberado.
Resolvi dividir essa participação em duas partes para não ficar tão maçante para ler.
Vou fazer uma observação aparentemente irrelevante para o momento mas que não deixa de ser um fator interessante do ponto de vista comercial e até de identidade da marca Mansup. Sabe aquela sensação de deixar passar despercebido algo que faria alguma diferença, por mais simples que seja? A criatividade é um meio de chamar atenção em vendas e a Siatt falha nesse ponto em relação a nomenclatura de seus sistemas ao empregar siglas ao invés de substantivos (nomes). O nome não precisa necessariamente estar atrelado a função do produto caso se queira usar uma identificação neutra. Mas se estiver, ele dá ênfase ao programa considerado como o sistema de combate Aegis dos Estados Unidos. Aegis é derivado da mitologia grega, trata-se do escudo de Zeus (deus). Aliás a definição de identidade é o ponto dessa minha observação. Ao invés de “SGNC” poderia ser nomes em latim como Vectra, Astra, Gladius (espada), Enigma ou mesmo Mectron que era o antigo nome da Siatt – já que a Siatt possui a propriedade intelectual do nome. “Sistema Mectron”. Soa bem para um sistema de combate!
Aí vocês podem dizer: os próprios americanos, europeus, russos etc também usam siglas, abreviaturas e acrônimos. Sim mas isso não quer dizer que sejamos obrigados a seguir uma tendência, até porque existem tendências que não deveriam servir de exemplo e não vou entrar nesses detalhes. O que estou dizendo é que junto dessa evolução tecnologia do míssil e seu sistema deveria ter também um acréscimo em relação ao nome. Como uma identidade mesmo! Ainda mais do ponto de vista comercial. Para vocês entenderem o que estou dizendo usemos o filme Titanic em que, mais do que uma hercúlea produção cinematográfica, tem também uma trilha sonora respeitada que ajudou a restituir o investimento da obra. Tanto que ela é dividida em 2 volumes. Alavancar ainda mais o que já é bom!
Esse exemplo nos ajuda a entender que por mais “irrelevante” (como eu disse antes) possa parecer um simples detalhe de como deveria ser chamado um sistema na verdade pode ser uma, literalmente, valorosa adição de recursos ao dito sistema. É como vincular automaticamente o nome ao potencial do produto. O nome KC390 tem um peso comercial, potencial e tecnológico em relação ao nome C130 Hércules no mercado atual, que tem tradição, mas que não atende padrões atuais que só o (nome) KC390 entrega.
Sempre pensei assim, um nome ajuda a dar visibilidade e identidade ao produto, siglas só dão significado a quem sabe o que significa. Exemplo é o BGM-109 que quase ningém sabe o que é, mas todos conhecem o nome Tomahawk (Um machado indigena). Ainda precisamos melhorar em muito na área de Marketing.
Boa sacada Ary! Essa do Tomahawk eu não sabia. Hawk é gavião, mas o nome do míssil ser machado é novidade.
Tomahawk era a machadinha dos nativos norte-americanos.
Com certeza um feito muito importante para a soberania nacional e vendas externas o que se traduz em desenvolvimento futuro de novos e mais diferentes tipos de mísseis já que engenharia, recursos (com as vendas) e mercado a Siatt tem para esse objetivo. Foi informado que o interesse desse sexto lançamento do Mansup era de não afundar o casco do ex Garcia D’Ávila e sim servir de teste do míssil sobre seus parâmetros de voo, tanto que ele não carregava explosivo. O Mansup atravessou o casco do navio sem afundá-lo, ou seja, estamos tratando aqui de uma fase de desenvolvimento de um importante míssil nacional e não simplesmente de um missilex.
Muito orgulho! Parabéns Siatt e parabéns Marinha.