Por Luiz Padilha
O NHi Sirius (H 21) é o primeiro navio da Marinha do Brasil especialmente projetado e construído para o serviço de hidrografia. É, também, o primeiro da Marinha a ter capacidade de operar com helicópteros.
Sirius, a alfa da constelação do Cão Maior, a estrela mais brilhante do céu.
Construído nos estaleiros da Ishikawawajima Heavy Industries Co Ltda, de Tóquio, Japão, o navio teve a quilha batida no dia 13 de dezembro de 1956, foi lançado ao mar no dia 30 de Julho de 1957, recebido no dia 17 de Janeiro de 1958 e passado por mostra de armamento na mesma data.
No dia 08 de fevereiro de 1958 seguiu para Kobe, Japão, de onde iniciou sua viagem para o Brasil, em 15 de fevereiro do mesmo ano. Chegou ao Rio de Janeiro no dia 19 de maio de 1958, tendo visitado os portos de Honolulu, São Francisco, Acapulco, Balboa, Curação, Belém, Recife e Arraial do Cabo.
Dentre os muitos feitos do NHi Sirius, vale pontuar que foi nele o primeiro pouso a bordo de uma aeronave de asa rotativa em um convôo de um navio da Marinha do Brasil. Esse feito ocorreu ainda na cidade de Kobe no Japão, por ocasião do recebimento, no ano de 1957.
Seu primeiro comandante foi o capitão de fragata Hélio Ramos de Azevedo Leite e o atual que irá encerrar o belíssimo ciclo de vida deste navio é o capitão de fragata Dante José de Andrade Alexandre.
O navio totaliza mais de 100 levantamentos hidrográficos concluídos, em mais de 4.000 dias de mar realizados. Ele foi, por exemplo, o primeiro navio a realizar levantamento hidrográfico com sistema GPS, além de contribuir na formação de universitários das áreas de biologia marinha e oceanografia.
Bom dia.
Sirius e Canopus (H 21/H 22)sempre estiveram nas mentes de minha família. Meu pai que esteve na Marinha de 1939 até 1959, participou por 9 meses da comissão de contrução dos dois navios na IHI no Japão,
tendo retornado ao Brasil no Canopus (1957-1958). Saindo da Marinha, ingressou na IHB
(Ishikawajima do Brasil – Estaleiros S.A.) em 1960, tendo sido ‘Garantia’ do
NT-Marajó (G-27) ainda no fim dos anos 60. Nos 27 anos que esteve no estaleiro atuou como Inspetor/Chefe de algumas seções e Sub-Chefe de Departamento, sempre no Controle de Qualidade.
UBALDO DE AQUINO era seu nome.
Tive o prazer de servir neste navio, muito orgulho, muito aprendizado e muitas estórias.
Este belo navio representou muito bem nossa Marinha.
Boa noite amigo vc sabe ße a MB desiistiu de comprar os três navios rebocadores de alto mar tipo AHTS?
Meu pai teve o privilégio de comandar o H21 entre 79 e 81. Lembro-me de ir buscá-lo no fim do dia quando o Sirius estava atracado no mole da DHN (Ilha Fiscal). Bons tempos…
Não citaram a grande reforma realizada nesse belo navio.
Participei da reforma.
Troca de motores, redutoras, linhas de eixo. Ar condicionado.
Modernização da da máquina do leme. E mais.
Provas de mar. Tudo isso realizado no AMRJ. Inspetor da Qualidade AMRJ-23.
64 anos = 23.360 dias-> SIC 4.000 dias / 23.360 dias = 0,1712 -> 17,12 % de dias no mar…+ Periodos de manutenção , talvez chegaremos a 25% em operação regular…desconhecemos os ciclos variaveis operacionais de desempenho para avaliar esta disponibilidade…havendo alguma info, agradecemos…abs ao DAN.
Prezado Neto: entendo que um fator de utilização da ordem de 17% é um resultado que demonstra que o Sirius foi muito bem aproveitado.
É comparavel, por exemplo com:
– 17 % referido a placas solares (relação entre energia gerada média em um dia na cidade de São Paulo e a energia gerável se houvesse exposição plena do Sol 24 horas por dia),
– 17% do automóvel que utilizo para ir trabalhar na fábrica (2 horas dia por cinco dias úteis por semana),
– 15% de utilização efetiva de uma fresa 5D em uma fábrica de mecânica de base,
– 2% de uso de uma broca de um cirurgião dentista (8 pacientes por dia útil da semana, com uso de 5 minutos de broca operando por paciente),
– 8% de um caça F-5BR (60 horas médias por mes),
– 12% de um helicoptero Mi-35 (supondo que os 12 operaram, cada um, 8000 horas ao longo de 12 anos),
– ~0% de um fuzil do exercito atirando em inimigos (auto explicativo) e assim por diante.
No caso de um navio especializado em hidrografia, o principal parâmetro que conduz a um determinado fator de utilização consiste em definir qual é o serviço específico ao qual seja destinado em cada operação. Por exemplo, anos atrás estive envolvido em um trabalho no qual fizemos um levantamento de um leito marinho com vistas a desenvolver um projeto para o encaminhamento de cabo de comunicações. Nosso envolvimento em escritório correspondeu a mais do que 95% do tempo total, tempo total esse no qual incluo uma parcela de navegação. Assim, mesmo que o navio esteja disponível, ( e aqui no periodo total há que se considerar um fator de “perda” por indisponibilidade forçada (da ordem de 2%, imagino) mais um outro fator de indisponibilidade programada (da ordem de 10%)), sua operação efetiva navegando, por ordem de serviço, da ordem de 17% do tempo é excelente.
Abs
olá Rommel, interessante as premissas, talvez , seguindo este raciocínio, possamos analisar como a utilização de um automóvel, 20 anos rodando ou 20 anos praticamente na garagem, o que importa é a quilometragem, disponibilidade e utilidade para as necessidades de cada usuário…abraços
Vale meu amigo. Obrigado e um abraço.
Valeu! Muito obrigado!
Abraços.
Sete meses do batimento da quilha até o lançamento ao mar? Tá certo isso?
As datas são essas mesmas:
Batimento de Quilha: 13 de dezembro de 1956
Lançamento: 30 de julho de 1957
Incorporação: 17 de janeiro de 1958
“Made in Japan”
E está aí até hoje! Parabéns!
Apesar de que, como disse ou perguntei no post anterior, ele não foi subutilizado?
Eu, sinceramente, não entendo “bufas” nenhuma de náutica. Por isso gostaria que alguém que entende pudesse explicar ou indicar onde posso conseguir mais informações.
Já procurei na internet, mas não achei nada parecido.
Valeu Guilherme e obrigado por existirem. Abraços!
TMJ ⚓🇧🇷
Tanto o Sírius (H-21) quanto o Canopus (H-22) foram baseados num casco de um Destroier japonês da II GM, fabricado em série para o conflito.
Lindo Navio! Espero que tenham um substituto a altura.
Mas, fiz umas contas “de padaria”:
4.000 dias de mar seria, sei lá, terem aproveitado somente aproximadamente 1,4% da da vida útil de um navio de pequisas tão importante como este? É isso mesmo ou estou redondamente enganado?
Se alguém puder ajudar, agradeço.
Abracos a todos.
Infelizmente a maior parte da frita fica ancorada por anos a fio pois os governos brasileiros, inclusive os do período militar, pouco gastam com as FA. Logo se não tem dinheiro não tem missão.
Olha aí Museu da Marinha a Céu Aberto.
Será que vai ter coquetel?