A Marinha Indiana fez história ao receber o Indigenous Aircraft Carrier (IAC) Vikrant de seu construtor Cochin Shipyard Limited (CSL).
Projetado pela Diretoria de Design Naval (DND) da Marinha Indiana e construído pela CSL, o novo porta-aviões foi batizado em homenagem ao seu ilustre antecessor, o primeiro porta-aviões da Índia que desempenhou um papel vital na guerra de 1971.
Coincidindo com as comemorações do 75º aniversário da independência da Índia, a reencarnação do Vikrant é um verdadeiro testemunho do zelo e fervor do país na busca de capacitação para aumentar a segurança marítima.
O Navio-Aeródromo de 262 metros de comprimento tem um deslocamento total de cerca de 45.000 toneladas, muito maior e avançado que seu antecessor. O navio é alimentado por quatro turbinas a gás totalizando 88 MW de potência e tem velocidade máxima de 28 nós.
A quilha do navio foi batida em fevereiro de 2009, seguida pelo lançamento ao mar em agosto de 2013. Com um conteúdo geral de 76%, o IAC é um exemplo perfeito da busca do país pela iniciativa do Governo indiano conhecido como ‘Make in India’.
O Vikrant foi construído com alto grau de automação e foi projetado para acomodar uma variedade de aeronaves de asa fixa e rotativa. O navio é capaz de operar uma ala aérea composta por 30 aeronaves compostas por caças MIG-29K, helicópteros multifunção Kamov-31, MH-60R, além de helicópteros ALH e o LCA, de fabricação nacional.
Usando o modo de operação STOBAR (Short Take-Off but Arrested Landing), o IAC é equipado com um Ski Jump para o lançamento de aeronaves e um conjunto de cabos de arrasto para sua recuperação a bordo.
O navio possui grande número de equipamentos e máquinas de fabricação nacional, envolvendo as principais indústrias do país. Os esforços de nacionalização também levou ao desenvolvimento de indústrias auxiliares, além da geração de emprego e retorno à economia da Índia. Um exemplo foi o desenvolvimento e a produção de aço para navio de guerra, por meio de uma parceria entre a Marinha, DRDO e a Autoridade de Aço da Índia (SAIL), que permitiu que o país se tornasse autossuficiente em relação a esse aço.
Hoje todos os navios de guerra que estão sendo construídos no país estão sendo fabricados com aço indiano.
Várias iterações de design, incluindo o uso de modelos de Realidade Virtual 3D e avançados softwares de engenharia, foram usadas pela Diretoria de Design Naval para o design do porta-aviões. A CSL também atualizou sua infraestrutura de construção naval, além de aprimorar as habilidades de produtividade durante a construção do navio.
A entrega de Vikrant foi marcada pela assinatura de documentos de aceitação em nome da Marinha Indiana pelo Comandante Designado do Vikrant, representantes da Sede Naval e da Equipe de Supervisão de Navios de Guerra e pelo Presidente do Cochin Shipyard.
O Vikrant foi entregue à Marinha da Índia pela CSL após extensos testes de aceitação realizados entre agosto de 2021 e julho de 2022, durante os quais o desempenho do navio, incluindo casco, propulsão principal, equipamentos auxiliares, instalações de aviação, armas e sensores, bem como manutenção no mar e as capacidades de manobra, se mostraram satisfatórias de acordo com os protocolos de teste e os parâmetros do sistema.
A entrega do Vikrant é o ponto alto de uma longa fase de projeto, construção e testes, durante a qual a Marinha Indiana e a CSL tiveram que superar vários desafios técnicos e logísticos sem precedentes, incluindo a pandemia de COVID-19 e o cenário geopolítico. A entrega bem-sucedida do porta-aviões indiano.
Logo, o Navio-Aeródromo será comissionado na Marinha Indiana como Indian Naval Ship (INS) Vikrant, o que reforçaria a posição da Índia na Região do Oceano Índico e a sua busca por uma Marinha de águas azuis.
Projeto dentro da realidade da Índia. Estão se preparando para o que poderá acontecer no futuro.
Sr. Padilha, previsão para a conclusão dos reparos no AF-1B N-1013 ? Isto porque já se passaram quase 03 anos do referido acidente.
Caro amigo, é preciso alocar verba para isso. A MB está estudando como fazer e assim que encontrar a solução, o N1013 deverá ser reparado.
Não me conformo ver aviões da marinha e navios da marinha em treinamento tão PERTO da costa. Não poderia fazer na borda das 200 milhas ?
E quem disse que não voam lá? O fato de vc ver eles perto é pq estão voltando ou treinando voo em formação.
Importante ressaltar que devemos também desenvolver um caça para operar embarcado, assim como foi realizada a parceria com a Saab/Suécia e Embraer/FAB para desenvolver o novo caça multifunção que já tem suas primeiras unidades operando na nossa força aérea no GDA em Brasília. Podemos aproveitar o “know-How” adquirido com o desenvolvimento da nova versão do F-39 Gripen e com outros países com que temos relações econômicas e de acordos tecnológicos que também operam este conjugado aeronaval em suas marinhas de guerra, desenvolver este novo caça para a aviação militar naval brasileira. Nossa indústria aeroespacial já mostrou sua competência e capacidade de desenvolver produtos de tecnologia de defesa de ponta. A Índia também dá exemplo nesta área, onde a versão do novo caça naval será superior às versões já desenvolvidas do Hal Tejas em operação na força aérea indiana e terá o seu protótipo previsto para operar no aeródromo Vikrant em 2026.
Ainda não temos o F-39 operando no GDA.
A Índia dá exemplo ao Brasil, construindo seus navios de guerra, fortalecendo a indústria de defesa do país e a sua soberania em região onde temos potências navais militares como a China.
O Brasil deve ampliar seu projeto de defesa para a marinha de guerra de acordo com as necessidades do país, bem como temos a Amazônia Azul, além dos nossos interesses no Atlântico Sul, área importante e estratégica para nossa defesa e nosso comércio com outras nações, sendo assim estas áreas devem ter os meios necessários para sua proteção.
Se temos capacidade para construir navios, submarinos, recursos materiais, pessoal capacitado, indústria diversificada, podemos construir navio aeródromo e outras embarcações para a nossa marinha de guerra para a defesa do nosso litoral e garantir nossos interesses estratégicos no Atlântico Sul.
Para isso desenvolver projeto, fortalecer a indústria nacional, fomentar o desenvolvimento de tecnologia, capacitar e formar profissionais em diferentes áreas é o que vai permitir a nossa independência tecnológica em defesa e garantir a nossa capacidade de produzir no país os meios necessários para manter a nossa soberania. Ter capacidade industrial de defesa é fundamental para a tarefa de dissuasão frente às ameaças, inclusive de potências navais militares.
A Índia em 13 anos foi capaz de construir um navio aeródromo e entregar este importante vetor à sua marinha de guerra. Nós também podemos seguir o exemplo desta nação amiga e que tem ampla relação comercial com o Brasil.
Uma necessidade urgente é a diminuição (em muito) do efetivo, mas, infelizmente, isso só pode ser feito no decorrer de anos. A outra já estamos fazendo, mesmo que eu e muitos não concordem com a forma, que é ter uma boa força de submarinos.
Porta Aviões é devaneio.
Se o Prosuper não tivesse sido cancelado hoje já teríamos esse “exemplo” sendo seguido (teoricamente!). Teríamos fragatas pesadas, navio de apoio logístico (não se fala mais nisso ainda mais por causa da pandemia) e navio patrulha de 2.000t. O contexto geopolítico da índia e Brasil são diferentes Nelson: eles tem não só a China mas também o Paquistão como calcanhar de Aquiles, portanto o uso de um navio bem ofensivo como um porta-avião se justifica.
No nosso caso o custo operacional de um porta-avião novo não se justifica por não termos vizinhos tão ameaçadores como os indianos tem. Esse nível de ameaça passa longe de nossa situação. Além disso o Atlântico deve operar por um bom tempo. Então quando vier com essa ideia de “exemplo” lembre-se primeiro da viabilidade de se manter um navio caro como esse sem um motivo que o justifique. O Brasil não tem escoltas para acompanhar esse navio, perceba que a inviabilidade já começa na falta de navio de apoio tanto logístico como escolta.
Já em relação ao espaço aéreo da Amazônia Azul a própria Força Aérea tem meios para essa guarnição com a nova frota de Gripen que preenche essa lacuna de caças navais já que a autonomia deles pode ser garantida pelo KC390 e principalmente pelo KC30, os aviões de alerta aéreo antecipado e seus helicópteros que são muito usados em resgates oceânicos. Antes que você responda com seus argumentos lembre-se que os caças serão equipados com o Meteor, que faz a diferença tanto no território continental como no oceânico.
Sempre que se fala dos indianos me lembro do filme Indiana Jones e o templo da perdição. Perdido na Índia.
Hoje temos um vizinho na fronteira norte com a atuação de militares russos em seu território.
A geopolítica mudou nos últimos anos, temos China, Rússia ampliando sua presença e atuação no Atlântico Sul, inclusive na África e outras regiões da América Latina.
E com certeza vai mudar ainda mais depois do conflito atual na região leste da Europa e com as pretensões de expansão da China na região da Ásia.
Nossa indústria de defesa tem que ser capaz de construir todos os meios que necessitamos, inclusive navios de guerra como o Atlântico e outras embarcações de apoio e escolta, ressaltando que as tecnologias de defesa estão em constante evolução.
Os recursos de todo cidadão brasileiro contribuinte e pagador de impostos devem também priorizar a defesa do nosso país com recursos modernos e em condições de acompanhar os avanços tecnológicos de outras nações e das potências militares naval, inclusive no futuro, onde podemos ter cenários bem diferentes do atual e com certeza devemos estar preparados para estas situações de ameaças futuras que poderão afetar nossos interesses econômicos e nossa soberania.
Daher,
Um prazer ter o amigo comentando aqui no DAN e nos trazendo um pouco do seu conhecimento!
FA