Os EUA estão concentrando as tropas na região do Oriente Médio, com, vários navios de guerra e um contingente de 4 mil fuzileiros navais se juntando às manobras que se realizam no Golfo Pérsico. O Irã, por sua vez, vai desenvolvendo os preparativos para efetuar exercícios das Forças de Defesa Anti-Aérea.
O ministro da Defesa norte-americano, Leon Panetta, explicou que a mobilização das forças no Oriente Médio se deve a necessidade de proteger o corpo diplomático do seu país. Assim, os reforços deverão permanecer naquela região por pelo menos sete meses. Os marines poderão aderir à maior manobra na história da Força Naval em que, sob o comando dos EUA, participam 25 países.
O objetivo dos exercícios é treinar um esquema de navegação segura e de luta anti-minas na bacia do Mar Vermelho e dos golfos Pérsico e de Omã. O Pentágono chama a atenção para o seu caráter programático, embora nos planos do Ocidente conste a tomada de medidas anti-iranianas, disse ontem, em entrevista à emissora VR, o primeiro vice-presidente da Academia de Problemas Geopolíticos, Konstantin Sivkov.
“As manobras são elemento de ações do agrupamento militar em que participam, antes de mais nada, a aviação naval e a Marinha, indispensáveis para atacar o Irã. Cumpre compreender contudo que, nessa etapa, a prontidão para tal ataque não é muito elevada.”
Entretanto, o Irã receia se tornar alvo de ataques israelenses contra as suas instalações nucleares. No caso de uma intervenção externa, Teerã promete bloquear o estreito de Ormuz, sendo essa a principal via de escoamento de petróleo. Por isso, as autoridades iranianas ficaram apreensivas com os exercícios no Golfo Pérsico.
Na próxima semana, na República Islâmica, terão início as manobras das forças da Defesa Anti-Aérea, reputadas como as maiores na história do país. O Irã irá demonstrar, dessa forma, que possui os meios de retaliação, considera o perito.
“O Irã será capaz de rechaçar um ataque de aviação se este for conduzido entre 300 ou 500 aeronaves. Se o seu número for maior (1.500 a2.000 aviões), a resistência iraniana será esmagada, bem como serão aniquiladas as instalações nucleares. No entanto, ninguém planeja criar um contingente aéreo tão numeroso.”
Claro que as forças militares do Irã não podem ser comparadas ao potencial militar dos EUA e dos seus aliados. Mas, apesar disso, no caso de um conflito real, os EUA tentarão poupar o seu Exército, opina o professor de Pesquisas Orientais do Instituto das Relações Internacionais (MGIMO, sigla russa), Serguei Drujilkovski.
“Os EUA procurarão abandonar o golfo Pérsico e retirar dali os porta-aviões sob a mira das Forças Armadas do Irã. Um único alvo norte-americano vulnerável para o Irã se encontra no Golfo Pérsico. Se for empreendida uma tentativa de um golpe contra o Irã, este será um golpe aéreo à distância do Irã.”
Além dos EUA, para eventual agravamento da situação no Oriente Médio se preparam os outros membros da OTAN – a Grã-Bretanha e a França, bem como os países-líderes regionais – os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita.
FONTE: Vóz da Rússia FOTOS: US Navy