A segunda fase do enriquecimento isotópico de urânio no Brasil já começou a ser preparada pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB), empresa vinculada à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). O presidente da INB, João Carlos Derzi Tupinambá, disse hoje (21) que o projeto básico e os relatórios e pedidos de autorização de licenças já foram desenvolvidos pela estatal.
A primeira fase do projeto de enriquecimento de urânio será encerrada em 2019, quando serão atendidas 100% das necessidades de urânio enriquecido da Usina Nuclear Angra 1. Atualmente, a usina de enriquecimento da INB, localizada no município de Resende, centro-sul fluminense, possui seis cascatas de ultracentrífugas em operação, o que permite atender cerca de 40% das necessidades da usina. Até o fim da primeira fase, serão adicionadas mais quatro cascatas, segundo Tupinambá.
“Na segunda fase, nós vamos ter um acréscimo de mais 11 módulos, que dariam conta de Angra 2 e Angra 3. Ainda sobraria alguma coisa para exportação. Para Angra 2, a gente precisa de mais cinco módulos e para Angra 3, mais seis”, disse o presidente da INB, que participou nesta quarta-feira do 7º Seminário Internacional de Energia Nuclear (SIEN), no Rio de Janeiro.
Segundo Tupinambá, concluída a primeira fase em 2019, os módulos da nova fase poderão ser instalados no começo de 2022.
Exportação de excedente
De acordo com o presidente da INB, a produção de urânio enriquecido sempre gera algum excedente, que é exportado para atender a pedidos pontuais. Atualmente, a estatal está atendendo a um pedido da Argentina.
“Mas o que a gente quer mesmo é se programar para fidelizar a Argentina como um cliente firme, que pudéssemos ser um fornecedor seguro para eles. Esse é o nosso objetivo maior.”
O embarque do material nuclear para o país vizinho – quatro toneladas no total – ocorrerá até o fim deste mês. Embora seja um volume pequeno, é considerado representativo pelo presidente da INB, por causa das oportunidades que pode gerar.
O contrato, de US$ 4,5 milhões, foi assinado com a empresa estatal argentina Combustibles Nucleares Argentinos (Conuar).
O Brasil faz parte do rol de 11 países que dominam hoje o ciclo de enriquecimento do urânio, o que aumenta a importância dessa primeira remessa de urânio ao exterior. “Não só consolida a presença da INB, mas a nossa capacidade tecnológica e nossa presença no cenário internacional do enriquecimento de urânio para fins pacíficos”, disse Tupinambá.
A tecnologia utilizada na unidade da INB em Resende foi desenvolvida pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen/Cnen).
Edição: Luana Lourenço
FONTE: Agência Brasil
Cara o Brasil tem total domínio nuclear centrífugas capazes de fazer ogivas nucleares só falta um míssil intercontinental só com bombas nucleares garante poder bélico isso é fato.
Nessa foi a Argentina (no de radio isotopos) que nos ajudou,e agora vamos ter o nosso reator pra ficar autosuficiente nisso, reator baseado num projeto argentino, em certos aspectos a parceria entre ambos paises foi algo bastante produtivo.
Excelente notícia apesar do atraso estratégico. Lembro que além de combustível há a necessidade de isótopos para equipamentos de diagnóstico clínico como densiometria óssea que com o fim das exportações canadenses o Brasil que rra importador ficou sem o produto e milhares de pacientes sem diagnóstico. Esta situação de dependência parece durar até 2025 segundo governo.