Por Marcela Ayres em Brasília e Marta Nogueira
(Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado que o governo fará o que estiver a seu alcance para apurar o acidente ocorrido na região de Brumadinho (MG), atingida pelo rompimento de um complexo de barragens da Vale, após sobrevoar o local nesta manhã.
“Difícil ficar diante de todo esse cenário e não se emocionar. Faremos o que estiver ao nosso alcance para atender as vítimas, minimizar danos, apurar os fatos, cobrar justiça e prevenir novas tragédias como a de Mariana e Brumadinho, para o bem dos brasileiros e do meio ambiente”, escreveu ele no Twitter.
Pois é,
Royalties e compensações financeiras pela extração dos hidrocarbonetos estao na lei. Municípios, estados, união e MB recebem suas partes definidas em lei. É o tal do pré-sal. Quando a coisa aperta e não há recursos pro feijão, o Tesouro da um jeito e emite papelzinho como aquele da capitalização da Engeprom.
Do petróleo vem royalties e toda a mentira do pré-sal. Saqueiam as contas e as receitas da Petrobras. Dizem que da prejuízo e que precisa vender os ativos. Mas não vejo pagamento de royalties e de compensações financeiras pelos danos causados ao meio ambiente pela extração de minérios.
Quando eu era menino morava em BH. Existiam o Quadrilatero Metalifero e a Serra do Curral. A MBR, um negócio meio japonês meio daqui extraiu todo o minério de ferro e deixou a pobreza. Como Carajás. Ficam favelas, barragens e miséria.
O desastre de Mariana faz parte de um negócio trilionário de extração de minério. Um minérioduto. A água que fura a rocha serve para levar o minério. A condução e a contenção foram rompidas pelo descaso e pela falta de manutenção. Rios, matas, terras, mar, agricultura, animais, pesca, todo o tipo de vida pereceu. Até insetos.
Ninguém teve peito para cobrar compensações, indenizações, royalties ou sei lá dos ingleses em Mariana. Nem dos japoneses da MBR. Deixa pro estado. A Vale fica com o filé e o estado com as fezes.
As contas públicas nesse país são um conto de terror.
Esta tragédia é o retrado do Brasil, descaso com a vida humana. Para empresários, governo, juizes, a vida de um brasileiro não vale nada. Incompetência no gerenciamento de risco, nas inspeções pobres e amadoras. Como se deixa instalações de uma empresa logo abaixo de uma barragem? Como não contar com alertas eletrônicos da saúde destas paredes de areias, coisa de amadores estúpidos. A Vale deveria ser impedida de operar. Dane-se se o PIB irá cair ou se muita gente ficará sem emprego. E deveria ser auditada e suas barragens receberem barreiras de concreto e não essa pilha de paredes de barro. Lamentável. O poder judiciário que deixou o acidente da Mariana caducar na história tem sua culpa, assim como o Governo Federal dos Presidentes anteriores, além dos Governadores de Minas Gerais.