Segundo Itamaraty, Brasil confia que medidas contribuirão para solução. Síria terá sete dias para dar informações sobre seu arsenal e evitar ataque.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou neste sábado (14) por meio de nota que o Brasíl “saúda” o acordo firmado entre Estados Unidos e Rússia sobre a crise na Síria. A nota informa que o governo brasileiro confia que a medida contribuirá para uma “solução negociada” que atenda às aspirações da sociedade síria.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, anunciou neste sábado, após três de reuniões com o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, a assinatura de acordo solicitando que a Síria entregue em uma semana informação sobre seu arsenal de armas químicas para evitar um ataque.
“O Brasil saúda o acordo alcançado pelos Estados Unidos e pela Rússia acerca da eliminação das armas químicas sírias. O Governo brasileiro confia em que tais medidas contribuirão significativamente para emprestar novo vigor à busca de uma solução negociada e para atender às legítimas aspirações da sociedade síria”, diz a nota do Itamaraty.
O MRE informa, ainda, acolher a decisão da Síria de aderir à convenção global contra armas químicas e aplicá-la imediatamente. O governo sírio anunciou a medida na quinta-feira. “Como um dos signatários originais da Convenção, o Brasil espera que a acessão da Síria à convenção impulsione a universalização desse instrumento e leve à consecução do objetivo de um mundo livre de todas as armas químicas”, informa o Itamaraty.
Pelo acordo firmado entre Estados Unidos e Rússia, se a Síria não cumprir os procedimentos para eliminar suas armas químicas, a ameaça de uso de força será incluída em uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, disse John Kerry. “Nós temos o compromisso de impor medidas sob o Capítulo 7 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, disse.
Inspetores devem chegar na Síria até novembro para fazer uma avaliação do arsenal. Até meados de 2014, todas as armas químicas sírias devem ser destruídas ou removidas.
Repercussão
Outros líderes mundiais saudaram a decisão tomada pelos dois países neste sábado. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou esperança de que isso leve ao fim do “horrível sofrimento” dos sírios, informou seu porta-voz.
O Reino Unido também “saúda” o acordo, conforme declarou o chefe da diplomacia britânica, William Hague, afirmando que a tarefa ‘urgente’ de aplicar o texto vai começar a partir de agora. “Conversei com o secretário (de Estado americano John) Kerry. O Reino Unido saúda o acordo Estados Unidos-Rússia sobre as armas químicas na Síria”, declarou Hague em seu perfil no Twitter.
O líder cubano Fidel Castro elogiou a ‘inteligente iniciativa’ da Rússia que conseguiu evitar um ataque ‘demolidor’ dos Estados Unidos contra a Síria, que teria provocado uma ‘catástrofe mundial’, em um artigo publicado neste sábado (14) pela imprensa local.
O líder da oposição síria, chefe do Conselho Militar Supremo, general Selim Idris, disse que o acordo é um golpe contra a revolta de dois anos e meio que tenta derrubar o presidente Bashar al-Assad. O general Selim Idris disse que o acordo permitirá que Assad se livre da prisão pelas mortes de centenas de milhares de civis no ataque químico em Damasco em 21 de agosto. Assad negou ser responsável pelo ataque.
FONTE: G1