A funcionária Stephanie Rodrigues Pavão, que trabalha no Centro de Intendência Tecnológico da Marinha em São Paulo (CeITMSP), foi contemplada com uma bolsa do Programa de Estudo Marie Sklodowska-Curie, da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Ela foi uma das cem mulheres selecionadas pela agência em todo o mundo para participar do programa que visa a inspirar e apoiar mulheres a seguir carreira na área nuclear.
O programa proporciona oportunidades de estágio na AIEA para inscritas em mestrados na área nuclear, como é o caso de Stephanie, que cursa mestrado em Tecnologia Nuclear no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) desde agosto de 2021.
Stephanie tem 29 anos e trabalha como assistente administrativa no CeITMSP, gerenciando contratos do Programa Nuclear da Marinha (PNM) e do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) no exterior. Psicóloga, fez um curso de gestão em projetos de energia nuclear na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo com duração de quase dois anos. A partir daí, passou a investigar a perspectiva psicológica da tripulação dos submarinos, tendo em vista o maior tempo de confinamento dos submarinistas, as normas de segurança exigidas e a complexidade dos riscos.
Stephanie agora se dedica a estudar no mestrado a performance humana nas instalações nucleares brasileiras. “É uma área pouco difundida no Brasil, mas que faz parte dos requisitos de segurança da AIEA”, afirma.
“Essa oportunidade foi um estímulo para continuar os meus estudos na área e reitera o quanto nós, mulheres, precisamos ocupar mais espaços e acreditar no nosso potencial. Ser mulher não é motivo para se sentir incapaz”, diz.
FONTE: Amazul
Dois aspectos importantes desse fato.
Primeiro, acho interessante ver mulheres ocupando cargos tidos como “masculino” principalmente relacionado á navios – como é o caso. Escrevo entre aspas porque não é porque o homem ocupa tal cargo que este seja feito para homens. Faço votos de que a Stephanie continue com seu trabalho e se desenvolva ainda mais nesse setor.
Segundo, ela peca nessa ideia de que ser mulher é sinônimo de incapacidade. Essa diferença de aptidão está relacionado ao aspecto físico e não intelectual ou moral. Se o corpo da mulher for submetido a uma carga de trabalho superior á sua condição natural ele será sobrecarregado e até mesmo danificado. É necessário reconhecer limites físicos: uma coisa é você se considerar capaz de exercer considerada atividade, outra é o corpo atender essa capacidade como esperado.