Por Connie Lee e Mandy Mayfield
A Força de Defesa Finlandesa está desenvolvendo novas capacidades para poder operar de forma mais independente sem a ajuda dos países vizinhos, segundo Raimo Jyväsjärvi, diretor geral do Departamento de Política de Recursos do Ministério da Defesa da Finlândia e diretor nacional de armamentos. Ele disse que a posição geográfica única do país ao lado da Rússia e do Ártico exige que ele tenha um exército forte e autossustentável.
“A posição geográfica isolada da Finlândia dos aglomerados industriais da Europa, obriga a Finlândia a inserir capacidade autossustentável em áreas críticas”, ele disse no Seminário do Setor de Defesa e Segurança dos EUA-Finlândia. O governo gasta cerca de 1,5% do seu produto interno bruto em defesa. No entanto, isso deve aumentar para 2% na década de 2020 devido a um aumento no investimento em programas de capacidade estratégica, disse ele durante o evento, promovido pela Associação Industrial de Defesa Nacional de Washington, DC.
Diferente de muitos países da Europa, a Finlândia não é membro da OTAN. Como um país militarmente desalinhado, a Finlândia deve poder se defender, acrescentou. “Embora possamos esperar algum apoio de nossos amigos durante um período de crise, não podemos dar isso como garantido”, disse ele. É por isso que o país precisa reforçar suas capacidades e, na pior das hipóteses, se preparar para lutar sozinho. As áreas que precisam de melhorias são: cyber; comando, controle, comunicações, computadores, informação / inteligência, vigilância, aquisição e reconhecimento de alvos, de acordo com a apresentação de Jyväsjärvi.
“Temos que conhecer as ameaças futuras, mas manter nossas capacidades de defesa para atender às ameaças existentes”, ele diz. “O resultado tem que se tornar uma combinação.” Entre 2017 e 2020, a Força de Defesa Finlandesa priorizou prontidão, defesa cibernética, engajamento de longo alcance e seu exército, de acordo com a apresentação. De 2021 a 2024, reforçar as forças de prontidão será uma prioridade. Em meados da década de 2020, o foco será direcionado para as capacidades de defesa aérea, que coincidem com os sistemas legados de defesa aérea terrestres da Finlândia que atingem o final de sua vida útil, observou ele.
Parte dos planos das forças armadas inclui substituir os sete navios de combate de sua marinha por quatro novas “Corvetas”* da classe Pohjanmaa sob um programa chamado Squadron 2020. Em setembro de 2019, a Rauma Marine Constructions e a Saab foram escolhidas para o esforço. A construção está programada para 2022 à 2025 e a capacidade operacional total está programada para meados da década de 2020, de acordo com o Ministério da Defesa da Finlândia.
O projeto foi lançado em 2015
As novas embarcações “responderão a várias necessidades de capacidade da Finlândia, incluindo aprimoramento de combate de superfície, defesa aérea, ataque preciso preciso, capacidade de minas e submarinos, alguns sistemas construídos pelo apoio dos EUA”, Jyväsjärvi disse. Eles também serão projetados para trabalhar em condições geladas e atender aos requisitos especiais da Finlândia, observou ele.
Outro programa importante inclui a substituição dos F/A-18 C/D da Força de Defesa Finlandesa. A vida útil planejada dos jatos atuais terminará entre 2025 e 2030, disse Jyväsjärvi. O governo está examinando propostas da Eurofighter, Boeing, Dassault, Lockheed Martin e Saab. As empresas foram escolhidas com base na acessibilidade e na capacidade militar, observou ele. A adjudicação do contrato está prevista para 2021.
Os militares precisam se adaptar aos novos ambientes de ameaças, o que exige a substituição do principal sistema de defesa da força aérea a partir de 2025, observou ele. A Força de Defesa Finlandesa também está valorizando a melhoria da mobilidade de suas forças terrestres, especificamente na região do Ártico. “O conceito é desenvolver uma plataforma de próxima geração capaz de operar em condições climáticas e geográficas extremas”, disse Jyväsjärvi. O país também está trabalhando para obter centenas de veículos novos na década de 2020, disse ele, embora ainda esteja determinando quais serão necessários.
FONTE: National Defense
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
NOTA do Editor: Colocamos a observação porque um navio com deslocamento previsto de 3.900 toneladas, causou espanto vê-lo ser chamado no texto original como Corveta. O que demonstra que cada Marinha classifica seus navios de forma independente, não seguindo um critério global. No caso do Brasil, teremos nossas Fragatas leves classe Tamandaré com 3.400 toneladas.
Coincidência, li ontem reportagem justamente da modernização das forças finlandesas na revista ED&S de Fevereiro.
Eles têm uma marinha baseada em navios anti-minagem e navios missileiros de menos de 300Tn. No teatro deles é interessante, de mares fechados (Mar Báltico e da Finlândia) e com muitos fiordes.
Importante dessas “corvetas” é que serão bem multi-propósito mesmo, com boas capacidades ASW, AA, ASuW e anti-minas.
Abraços.
“o foco será direcionado para as capacidades de defesa aérea, que coincidem com os sistemas legados de defesa aérea terrestres da Finlândia que atingem o final de sua vida útil”
Bom saber que os caras se planejam, ao contrário de certo pessoal, deitado em “berço explêndido”.