Indonésia descartou a compra do navio após visita realizada por representantes de seu governo no Arsenal de Ferrol
O porta-aviões “Príncipe de Astúrias” tem vários pretendentes desde que a Armada Espanhola deu baixa no mesmo em fevereiro passado. No momento, o mesmo está atracado no Arsenal de Ferrol, que é o responsável pelo processo de liquidação e, ao mesmo tempo, pela retirada de seu material útil. Os planos que foram originalmente previstos para o navio, que foi a jóia da coroa da Armada Espanhola, seria o desmonte, mas o Ministério da Defesa abriu a possibilidade de sua venda. Esta opção tornou-se mais forte nas últimas semanas, como anunciou LA VOZ em abril passado, ante o interesse demonstrado pela compra do navio por parte de países asiáticos e árabes. A Marinha espanhola confirmou que existem potenciais compradores, mas que até agora não havia se concretizado qualquer operação de venda.
Uma delegação da Marinha da Indonésia deslocou-se no final de março para Ferrol a fim de visitar o navio e conhecer suas capacidades. No entanto, seu governo descartou a compra. O leilão está agora nas mãos das Filipinas. Se definitivamente der o passo de comprar, entraria no seleto clube dos países que possuem barcos com essas características em sua frota. Apenas nove governos possuem porta-aviões e, entre eles, os mais próximos à Indonésia são a China e a Tailândia. Este último possui um porta-aviões quase idêntico ao “Principe de Asturias”, construído em Ferrol entre 1994 e 1996 e entregue ao governo tailandês em 1997.
A Marinha espanhola indicou que não há outras visitas programadas semelhantes a realizada pelos indonésios, embora a porta esteja aberta. No caso de ver-se realizada a venda a uma dessas nações, o acordo de comercialização poderia incluir uma necessária modernização que poderia ser executada nos estaleiros de Navantia, o que daria um volume de trabalho significativo para a empresa. Precisamente o custo da reforma e os altos custos de manutenção do porta-aviões foi o que levou o Ministério da Defesa a determinar sua baixa. Em fevereiro, o navio atracou em Ferrol, depois de deixar sua base em Rota, para retirar de seu interior todos os equipamentos que pudessem ser reutilizados. Se finalmente nenhum país adquirir o porta-aviões, seu fim será um leilão, depois de uma convocatória pública, para ser vendido como sucata.
O Ministério da Defesa teria um retorno econômico com a operação de venda à outro país e, ao mesmo tempo, seria uma saída digna para este navio, que foi o insígnia da Marinha por mais de duas décadas. O Ministério da Defesa anunciou, em 22 de novembro, a aposentadoria do navio após 25 anos de serviço, mas não revelou o seu destino final, embora em alguns fóruns tenha sido comentada a venda como sucata. Esta possibilidade, é claro, não convence as autoridades navais e continua a busca por opções menos traumáticas.
O porta-aviões deixou, a 7 de fevereiro, sua base em Rota para dirigir-se ao Arsenal de Ferrol, onde se levam a cabo as atividades que permitem a baixa dos navios da esquadra. A despedida do “Principe de Asturias” se deu com todas as honras durante um desfile naval que contou com a presença de Don Felipe e do Ministro da Defesa, Pedro Morenés. Em seu convoo teve lugar uma cerimônia militar e uma exibição dos aviões militares que integraram o seu destacamento aéreo: helicópteros e aviões Harrier.
O processo de baixa do porta-aviões durará entre seis e nove meses. A Marinha confirmou recentemente para LA VOZ que o processo de desmilitarização do navio começou no início deste ano na base da Rota e segue agora no Arsenal de Ferrol. As mesmas fontes destacaram que já foram desmantelados uma série de equipamentos, principalmente bens de valor histórico, também os equipamentos para operações de aeronaves e equipamentos de transmissão, bem como munições e sistemas de combate. De maneira prévia, a Marinha fez um inventário do material do navio e, no momento, estuda a incorporação de alguns em outras unidades da frota espanhola. Este processo de baixa é semelhante ao realizado em 2009, com duas fragatas da classe Baleares (F-71), que foram substituídas pelas novas F-100. A Marinha não se desfez destes barcos dados de baixa na última década e os mesmos, fora do serviço ativo, se encontram atracados.
Reconstrução do navio
A Marinha insiste que, uma vez concluído o processo de baixa, o porta-aviões estará pronto para sua alienação, ou seja, para a venda. No entanto, esclarece que se durante o processo de desarmamento um país interessado na sua aquisição aparecer, interrompe automaticamente o processo de desmontagem, a fim de que o porta-aviões não perca toda sua capacidade militar. Neste ponto, que é o que se busca, se firmaria um acordo com o país interessado que abrangeria os trabalhos de adaptação e remodelação com alguma indústria espanhola.
Ou seja, a opção de compra inclui que a reconstrução do barco para as novas necessidades do país comprador seja feita na Espanha. Assim, Navantia, empresa construtora do navio, tem estudos muito competitivos para a possível adaptação do barco para as necessidades de terceiros países.
FONTE: LA VOZ DIGITAL
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DEFESA AÉREA & NAVAL