Declaração de Hamilton Mourão foi feita em loja maçônica. Comandante da Instituição rebate e vê “problema” superado.
Por Tânia Monteiro
O General do Exército Antonio Hamilton Martins Mourão apontou a possibilidade de uma intervenção militar diante da crise enfrentada pelo País, caso a situação não seja resolvida pelas próprias instituições. A afirmação foi feita em palestra realizada na noite de sexta-feira passada na Loja Maçônica Grande Oriente, em Brasília, e causou desconforto no governo.
“Ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos que impor isso”, disse Mourão na palestra, que foi filmada.
Ele afirmou ainda que, “desde o começo da crise, o nosso comandante (General Eduardo Villas Bôas) definiu um tripé para a atuação do Exército: legalidade, legitimidade e que o Exército não seja um fator de instabilidade”. O comentário do General, que é Secretário de Economia e Finanças do Exército, ocorreu um dia após o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciar pela segunda vez o presidente Michel Temer, por organização criminosa e obstrução da Justiça, uma das últimas “flechas” antes de deixar o cargo, entregue hoje a Raquel Dodge. Na palestra, Mourão seguiu dizendo que “os Poderes terão que buscar uma solução, se não conseguirem, chegará a hora em que teremos que impor uma solução. E essa imposição não será fácil, ela trará problemas”.
O General citou o juramento militar de “compromisso com a Pátria, independentemente de sermos aplaudidos ou não”. E encerrou: “O que interessa é termos a consciência tranquila de que fizemos o melhor e que buscamos, de qualquer maneira, atingir esse objetivo. Então, se tiver que haver, haverá”.
Procurado ontem, Mourão afirmou que não estava “insuflando nada” ou “pregando intervenção militar” e que a interpretação de suas palavras “é livre”. Ele disse que apenas respondeu a uma pergunta. O General afirmou que falava em seu nome e não no do Exército. Mourão estava fardado no evento. Ele permanecerá no serviço ativo no Exército até março, quando passará para a reserva. Oficiais-generais ouvidos pelo Estado criticaram a afirmação de Mourão, considerada “desnecessária”.
O Comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas, foi enfático e disse que “não há qualquer possibilidade” de intervenção militar. “Desde 1985, não somos responsáveis por turbulência na vida nacional e assim vai prosseguir.
Além disso, o emprego nosso será sempre por iniciativa de um dos Poderes”, afirmou Villas Bôas, acrescentando que a Força defende “a manutenção da democracia, a preservação da Constituição, além da proteção das instituições” nacionais. Segundo Villas Bôas, o assunto “internamente já foi conversado e o problema está superado”.
Anteontem, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, conversou com o comandante, que telefonou para Mourão para saber o que houve. Polêmicas. Essa não é a primeira polêmica protagonizada por Mourão. Ele assumiu o atual cargo em outubro de 2015, quando perdeu o Comando Militar do Sul, após ter feito duras críticas à classe política e ao governo. O general havia desagradado ao Palácio do Planalto ao atacar indiretamente a então presidente Dilma Rousseff ao ser questionado sobre o impeachment e dizer que “a vantagem da mudança seria o descarte da incompetência, má gestão e corrupção”.
Democracia é liberdade
A irresponsável tentativa de criminalização generalizada da política condenada neste espaço na quarta-feira passada ameaça a democracia e a liberdade, uma vez que nada substitui a política e os representantes do povo no papel de mediar os conflitos de interesse, inevitavelmente existentes no seio da sociedade, em benefício da preservação do interesse coletivo. Democracia é isso. Não se trata aqui de calar a discussão sobre se e até que ponto o instituto da representação popular está funcionando no País. Esta é, afinal, a questão central no ambiente de crise e desesperança que aflige os brasileiros.
Mas, antes de tudo, é preciso firmar a convicção de que, a despeito dos enormes problemas de disfunção do sistema político brasileiro e a corrupção não é o único, é no regime da liberdade, e apenas nele, que se encontram os mecanismos capazes de promover a correção dos desvios e equívocos que protegem privilégios e promovem injustiças. Um sintoma claro de insidiosa ameaça à democracia e à liberdade é uma peça de propaganda apócrifa, mas obviamente patrocinada por saudosos do regime militar, que circula nas mídias sociais. No alto, encimadas pelo texto “Governo militar 1964-1985 – 21 anos, nenhum ladrão”, as fotos dos cinco generais que ocuparam a Presidência da República naquele período. Abaixo: “Democracia – 31 anos, todos ladrões” e as fotos de seis dos sete presidentes eleitos depois da retirada dos militares. Por razões não explicadas, a peça omite a foto do presidente Itamar Franco.
Essa é uma escandalosa empulhação que pretende explorar a falta de informação e a ingenuidade de brasileiros que, com a melhor das intenções, apoiam o combate à corrupção. Como, entre os generais-presidentes, não figurou “nenhum ladrão”, o retorno dos militares ao poder – essa é a mensagem subentendida – seria a solução óbvia para acabar com a corrupção. Com todo respeito à memória dos cinco autocratas que ocuparam a chefia do governo no período de exceção, o que se pode dizer é que a alegação de terem sido todos honestos é mera suposição, por três bons motivos: uma rígida censura à imprensa, que não permitia a divulgação de nenhuma notícia contra o governo
militar; um rigoroso controle sobre as atividades tanto da Polícia Federal (PF) quanto sobre a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Judiciário, que desempenhavam então, principalmente os dois primeiros, um papel que pode ser considerado meramente decorativo se comparado com o que têm hoje; e, finalmente, o fato de que, mesmo dissimulada sob o manto do poder, a corrupção jamais deixou de existir sob o regime militar, apenas não se sabia a exata extensão em que era praticada.
O exemplo clássico a comprovar a vulnerabilidade ética do regime militar é bem conhecido dos paulistas e responde pelo nome daquele apoiador convicto dos militares que foi por duas vezes prefeito paulistano na segunda, eleito pelo voto popular e uma vez governador biônico do Estado. Está claro, portanto, para quem tem olhos para ver, que mesmo admitida a hipótese da integridade ética e moral dos generais-presidentes, não há como acreditar que seus governos tenham sido imunes à corrupção e que, portanto, a repetição da experiência autocrática seja uma solução para a devassidão patrimonialista que hoje impera. Daqui a 13 meses os brasileiros voltarão às urnas, agora para as eleições gerais para presidente da República, 26 governadores de Estado e 1 do Distrito Federal (DF), e também para a completa renovação da Câmara dos Deputados e das Assembleias estaduais e do DF e para renovar dois terços do Senado.
O tumultuado ambiente político em que o País está mergulhado em consequência dos desmandos do populismo lulopetista, a soma da crise fiscal com o abominável ambiente de corrupção instalado na máquina pública, não permite uma prospecção minimamente plausível do panorama eleitoral de 2018. O eleitor brasileiro parece já estar convencido e o demonstrou no pleito municipal do ano passado que a experiência do populismo de esquerda se esgotou. Para o bem do Brasil, seria bom que o eleitor também se desse conta de que não há mais clima para experimentações perigosas com a liberdade.
FONTE: O Estado de São Paulo
Não Leonardo, fui honesto na minha afirmação: convenhamos que é no mínimo suspeito a detenção de um importante cientista brasileiro. E mesmo que ele deva á justiça essa punição pode ser alternativa como uma tornozeleira eletrônica. Não acho que ele represente uma ameça á sociedade que justifique ficar trancafiado.
Mas o general disse que espera da mais alta corte brasileira uma atuação para punir os responsáveis por ilícitos, isso não é crime. Essas “ordens constitucionais” que esses artigos se referem são argumentos importantes, desde que correspondessem á realidade: essa tal ordem constitucional é uma fachada, ela camufla uma crise política que a mídia e a sociedade tem consciência que existem. A esquerda brasileira se sentiu ameaça por esses pronunciamentos do oficial por que a carapuça servia, não vi nenhum deles dando razão á punir os corruptos.
Enfim Leonardo, nossas idéias são completamente antagônicas (embora procuremos sempre debater idéias) mas faço um mea culpa porque eu já votei nesses que estão aí, aí sim concordo com você que foi ignorância já que via a política pelo ponto de vista que nos apresentavam, não por minha própria iniciativa de me aprofundar em saber como é a política. Como as coisas mudam!
André acredito que por ignorância tenha misturado os fatos. Vejamos então:
O Almirante Othon foi julgado pela justiça comum (Acredito que ele seja inocente, apenas sentimento);
O General Mourão feriu princípios constitucionais dos quais eu assisti e posso confirmar como:
1 Artigo 5º XLVI Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático.
Lei de segurança nacional 7.170/1983
Artigo 22 (É considerado crime) fazer em público propaganda:
I – De processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social;
Artigo 23 Incitar:
I – à subversão da ordem política e social;
II – A animosidade entre as forças armadas ou entre estas e as classes sociais ou as instituições civis.;
Código Penal
Incitação ao crime
Artigo 286 – Incitar publicamente à pratica de crime
Artigo 287 – Fazer publicamente , apologia de fato criminoso ou de autor de crime.
Código Penal militar do artigo 149 ao 156 conforme a fala do general que há outros militares.
Isto é crime!
Estar indignado com esta podridão é sair pra rua, protestar, pedir a saída, exigir novas eleições, substituição dos membros do Supremo por membros eleitos entre seus pares, dos parlamentares por pressão popular e assegurada pelas forças armadas é outra coisa, e está prevista a proteção e a garantia das manifestações e a segurança dos manifestantes.
Caro André que as Forças Armadas cumpram seu papel constitucional e que nossos oficiais em especial o generalato cumpra seu papel militar hierárquico.
Como prenderam o almirante Othon não é? Menos Leonardo!
Esse sistema socialista onde coloca os militares como marionetes do estado é uma forma de censura a eles e contraditória á constituição, já que é livre a manifestação até por se dizer um regime democrático. Ser militar não quer dizer que sejam menos brasileiros. Pelo contrário!
Na hora de defender os interesses dos coreanos é legítima defesa, agora dos nossos é insubordinação.
Cabe, porque eles devem zelar pela defesa da pátria e garantir a lei e a ordem. Procure evitar assistir essa mídia marxista, já que você gosta de revolução, onde coloca policia como vilão e passa a mão na cabeça de vagabundo. Não é para ninguém fazer revolução!
Mourão já devia estar na cadeia por insurgência, não cabe as forças armadas. Aos lobistas das forças armadas:
Saiam as ruas. Faça o povo a revolução e daí sim, seja assegurado pela vontade popular a intervenção legítima e constitucional. Agir assim como o general fez, mais do que insubordinação é desrespeito aos seus pares, a constituição e a própria força. Que seja feita a revolução, meu sonho, mas que seja pelo povo, pois sempre que a elite chegou ao poder seja pelo golpe militar, seja pelos golpismos parlamentares do judiciário agimos como tamanduá enquanto somos um grande elefante. Chega! façamos nós a revolução e não essa elite travestida de generais que consomem nosso dinheiro com caviar e uísque 18 anos.
Sinceramente não confio mais no Judiciário… o câncer já atingiu também esta esfera do poder… para mim a única alternativa é a intervenção… apoioado 100 % General
A mídia se fazendo de anti socialista. Hipócritas!