Por Claudia Trevisan
Embaixadora dos Estados Unidos no Brasil de 2002 a 2004, Donna Hrinak diz que a desconfiança que marca a relação bilateral vai além do escândalo provocado pela revelação de que a agência de espionagem americana, a NSA, monitorou comunicações da presidente Dilma Rousseff. “A maioria dos que tomam decisões no Brasil pensa que, se algo é bom para os Estados Unidos, ele deve de alguma forma ser ruim para o Brasil. E para a maioria dos que tomam decisões ou têm influência nos Estados Unidos, o Brasil não é considerado um parceiro confiável”, afirmou Hrinak, representante no Brasil da Boeing, a “empresa mais prejudicada pelo escândalo”.
Na sua avaliação, o que seria uma visita bem-sucedida?
Nós queremos o Acordo de Cooperação em Defesa e o GSOMIA (Acordo Geral de Segurança de Informação Militar). No Fórum de CEOs, realizado na semana passada em Brasília, houve recomendações para a criação de um diálogo na área de defesa semelhante ao que existe no setor de aviação, que envolva os setores público e privado.
O que mudará com a ratificação dos dois acordos?
O GSOMIA significa que nós poderemos dar ao Brasil uma gama mais ampla de informações militares. Isso significa que poderemos compartilhar mais tecnologia, o que abre as portas para mais vendas. Há um outro acordo, de salvaguardas tecnológicas, que permite maior cooperação.
A sra. chegou a dizer que a Boeing foi a grande perdedora do escândalo da NSA.
Acredito que não há nenhuma companhia em nenhum dos lados que tenha perdido um grande contrato como nós perdemos, principalmente em razão das revelações da NSA.
Isso está superado?
Sim. Os Estados Unidos foram adiante dois dias depois e eu temo que não tenham manifestado isso de maneira muito construtiva. E acho que o Brasil está pronto para fazer o mesmo. O Brasil entende que há muitas áreas nas quais o trabalho conjunto pode trazer benefícios para ambos os lados.
Como a situação atual do País afeta a percepção dos investidores estrangeiros?
Nós (Boeing) estamos no Brasil a longo prazo. A área que estamos expandindo é a de pesquisa e desenvolvimento. Falando com outras pessoas da comunidade empresarial, eu vejo que pesa o fato de o Brasil ter um grande mercado doméstico. Se estão no setor de bens de consumo, eles dizem ‘há dificuldades, mas são 210 milhões de pessoas, eu tenho que estar aqui’. Essas companhias estão adotando uma visão de longo prazo.
A sra. foi embaixadora no Brasil. Qual a importância do País para os Estados Unidos?
A questão é qual a importância do Brasil para o mundo. Essa é a sétima maior economia do mundo. É um País com 18% das reservas de água doce do planeta. É o primeiro ou seguramente o segundo maior exportador de alimentos. O mundo enfrentará algumas questões críticas nos próximos 30 anos. Se quisermos resolver os problemas de segurança alimentar, energia, mudança climática, o Brasil precisa estar na mesa. Se os EUA querem aliados importantes que serão úteis na promoção de nossas próprias posições, nós temos que trabalhar com o Brasil.
A relação atual reflete essa posição do Brasil no mundo?
Ainda não, mas está melhor. Na embaixada, nós tínhamos uma proposta de convidar o Brasil para os encontros do G7 ou G8. As pessoas em Washington não tomaram a proposta de maneira séria. Hoje, nós temos o G20 e o Brasil está lá. Há mudanças.
A Boeing será anfitriã do encontro de Dilma com representantes do setor aeroespacial em San Francisco. O que podemos esperar?
Que haja uma discussão aberta sobre inovação aeroespacial e sobre como os países podem se preparar para participar da cadeia de produção e produzir inovação. É algo que Dilma quer. É uma chance de olhar o que é preciso para o Brasil participar de maneira mais intensa na cadeia global de produção desse setor. Tomando o exemplo da Boeing, a cada ano nós compramos US$ 1 bilhão de produtos do México. Do Brasil, é zero. O mais interessante é que o Brasil tem uma indústria aeroespacial, por causa da Embraer, mas, se quiser participar da cadeia global de produção, precisa olhar para outras opções.
FONTE: O Estado de São Paulo
os EU e seus porta-vozes querem nos iludir essa senhora é cobra criada!
Lindinha mesmo ela!
Os EUA deveriam dar voz de prisão para a Dilma lá mesmo e durante o jantar.
Argumentos a Justiça NA tem de sobra para realizar tal ação. Afinal a roubalheira extrapolou nossas fronteiras.
Podiam até colocar junto com o ex-presidente da CBF.
Muito mais motivo de prisão tem os dirigentes de lá. E é por genocídio de centenas de milhares de pessoas. Ou matar famílias Iraquianas e Afegãs não é crime?
Caro,
Estamos falando do Brasil! Não vamos trocar ou manipular assuntos.
Se os EUA tem alguma pendencia com a justiça, neste caso o problema deve ser resolvido pela Comunidade Internacional.
Se atentarmos AOS NOSSOS problemas acho que aos poucos vamos melhorando como nação.
Agora se analisar os países que mais criticam os EUA mantém embaixadas e empresas lá. Ou seja não largam o osso.
………………..outrossim, se comprarmos armamento aos EU deveria ser pouco pois aqui tbm teremos indústria de caças e comprar caças meia vida (ou qualquer material que seja) matará nosso nascente complexo industrial militar donde voltaremos a ser dependentes dos EU e ficar a comer poeira de realpolitik ao sabor de suas vontades…..comprar o estritamente necessário,para que em um conflito não dependamos de……….outros…
…………te enganas…realmente “capital não tem bandeira” mas moeda “dólar”é cotada como moeda de referencia o que da poder de manipulação ao dólar americano e que porisso “per omnia secula seculorom” sempre será a moeda mais forte por expansão sem o devido lastro- ouro mas tão sómente porque se “acredita” nele……..russos e chineses fazem negocios em suas moedas e so fazem negõcio em dolar como moeda de reserva ou para comprar ouro para grandes estoques……
Nao sei da onde esse pessoal daqui enventa tanta idiotice. 1-O BRICS não é uma aliça nunca foi e provavelmente nem terá futuro índia,Rússia,China não são amigas nem aliadas e nem vao criar uma nova ordem mundial .2-Nao a guerra fria entre EUA e China e os dois vão continuar comercializando com agente.3-A política externa a China tem relações melhores com EUA do que com Brasil ou mesmo a Rússia que alguns dizem q é aliada da China kkkkk.
Aí você acordou !!!
A coisa vai azedar no pacífico… O Brasil não poderá ficar em cima do muro em caso de guerra, fornecendo aço e alimentos para a China e continuando sendo parceiro dos EUA, vai ter que escolher de que lado está…
topol,
Não há lado a escolher… E o é pelo simples fato de que o Brasil não pode entrar de lado algum…
O que aconteceria? O País seria obrigado a declarar neutralidade e limitar as exportações a alimentos e itens sem valor militar…
RR
Na guerra tudo tem valor militar, desde um saco de feijão, um galão de óleo, um rolamento, um litro de álcool…
Não tem essa de sem valor militar… Pode não servir para matar alguém mas serve para mantê-lo vivo portanto ajuda do mesmo jeito…
Ou o senhor acha que em caso de guerra, que os EUA permitiriam de boa que carregamentos de grãos do Brasil para a China chegassem lá sem ser incomodados ? Claro que não…
E se insistir em enviar mais produtos o país que está fornecendo (no caso nós) vira alvo também…
Topol,
Em se tratando de uma guerra total e sem restrições, sim… Mas uma guerra irrestrita também tem suas consequências, principalmente se a vitória militar não for decisiva.
Uma guerra também se trava através da mídia, visando convencer a opinião pública ( tanto interna quanto externa ) de que a “causa” pela qual se luta é justa. É uma maneira de atrair aliados ou manter outros países afastados do conflito, evitando sua ampliação… Logo, seria um desastre afundar um navio carregado de comida pra bebe ou coisa que o valha; ainda mais se o navio for de bandeira neutra…
Um exemplo de como uma situação como essa pode se degenerar, é encontrada no ataque ao transatlântico Lusitania, na Primeira Guerra, que foi um dos fatores que precipitou a entrada americana naquele conflito.
RR
Não concordo com o que você diz e vou te dizer porque…
Se o país cismar da mão não passa nada…. nem petroleiro, nem minério e muito menos comida de bebê!
Isso é uma tática de guerra, cortar as linhas de suprimentos do inimigo.
Primeiramente será tentada de forma diplomática, depois com sanções, embargos e retaliações e em última instancia se o fornecedor não desistir e continuar a fornecer materiais e matérias primas para o inimigo instantaneamente aparece um X bem grande em cada navio de sua marinha mercante e seu brincar em sua fábricas também e talvez até nos palácios do governo.
César, Topol, pessoal…
Dinheiro não tem “lado”. E a confiança vai até onde se pretende avançar a relação… E os americanos sabem disso. O Brasil é para eles um parceiro potencial para negócios futuros, assim como está sendo o sudeste da Ásia e Índia. E isso, evidentemente, pode envolver a venda de bilhões de dólares em equipamentos de defesa… Logo, não tem nada demais aí… E o Brasil, se quer mesmo se inserir na comunidade internacional, não pode se dar ao luxo de dispensar parcerias quando elas aparecem…
RR eu não sou contra parcerias, pelo contrário sou a favor delas,mas devemos ver em que condições elas se darão, se vão acabar com a indústria nacional,se vão beneficiar só um dos lados,se haverão protecionismos por parte de um dos lados,tudo isso deve ser levado em consideração!
Por décadas temos vistos que os EUA não querem uma parceria de verdade conosco,sempre tentam se apoderar do que é nosso,em parcerias desiguais, mas se agora for diferente então podemos aceitar ! SE A PROPOSTA FOR DIFERENTES DAS ANTERIORES !
César,
Concordo integralmente. Avaliações criteriosas devem ser feitas para se saber o que se ganha e o que se perde…
Acontece que nesse instante, há um momento político favorável, com a estabilização das relações entre EUA e Brasil e a necessidade de ambos estimularem seus negócios. Simples assim…
Seja como for, o País não pode se dar ao luxo de dispensar qualquer parceria que possa ser oferecida pelo seu segundo maior parceiro comercial…
Ianques não sao confiaveis !!!
Relação confiável é o Brasil confiar cegamente nos EUA e parar de brincar de BRICS com a Rússia e a China…
Gilberto, me desculpe perguntar, voce está falando sério ou brincando ???
Aí eu discordo totalmente de você. O Brasil precisa do comércio com todos os países.
Uma pândega
O BRASIL falta pouco entregar-se como escravo dos EUA e ainda assim não é considerado um parceiro confiável , a Boeing foi prejudicada, mas a tal vitória que ela supostamente teria no FX2 é apenas boato, o mesmo aconteceu com o Rafale !
Acredito que essa viagem de Dilma aos EUA, não sera nada produtiva,vamos é ouvir as mesmas balelas, o Obama vai dar um daqueles showzinhos dele, ou seja vai falar mansinho com um porrete nas mãos ! O BRASIL tem que procurar parceiros de verdade,se os EUA quiserem parceria real conosco,vão ter que mudar da água para o vinho !
Concordo plenamente com o Topol essa senhora Donna Hrinak, é a simpatia em pessoa, uma gracinha ,como dizia a Hebe !
Só de eles nos oferecerem f-18 SH com aim-120 e vc acha que eles não nos trata bem ????a uns 60 anos atrás partidos como o Pt se elegeram e sofreram golpes de estado patrocinados pelos EUA e hj eles conversão e oferecem SH e vc fala que não nos trata bem ????
Que gracinha ela… que mulher simpática e verdadeira, cheia de boa vontade e sem segundas intenções nenhuma.
Quando perguntado a ela “Qual a importância do Brasil para os EUA” ela tasca se na cara mesmo :
__ O Brasil possui 18% das reservas de água doce e é o 1º ou o 2º produtor mundial de alimentos… depois diz que daqui 30 anos vão carecer desses recursos e que pretendem “trabalhar” com o Brasil…
Essa visita da Dilma está mais com cara de ‘Intimação Judicial’, ela vai ter que deixar claro lá para o Obama de que lado nós estamos… do lado deles ou do lado da China !!! Pois parece que a coisa vai azedar entre os dois países nos próximos anos…
Infelizmente de qualquer forma que seja nosso destino é mesmo virar um caminhão pipa e um fazendão para as potencias econômicas e nucleares seja ela qual for…
Como topol?? não existe guerra fria mais se liga !!
Não declaradamente meu chapa… o que você acha que está se formando nesse novo contexto mundial? Pense num futuro próximo de 20 anos e faça uma projeção do que essas picuinhas entre EUA x China e EUA/UE x Rússia irão se transformar…
Vai chegar uma hora que será exigido de nós uma posição do tipo “ou está com nós ou contra nós” e esse exigência não vai demorar não…
Tanto a paz quanto a guerra são condições temporárias da inquietude e ganancia humana.