Em 2012, a estação de pesquisa foi atingida por um incêndio, e a reconstrução começou em 2015. Conheça a história do local e o trabalho realizado pelos pesquisadores.
Estabelecida em 1984, a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) fica na Península Keller, no interior da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, e foi criada para realização de estudos sobre o clima e o meio ambiente em geral. A Antártica, explica a Marinha, é o principal regulador térmico da Terra, modificando o clima e as condições de vida em todo o planeta, já que controla as circulações atmosféricas e oceânicas. Além disso, a proximidade entre o País e a Antártica faz com que os fenômenos naturais que ocorrem lá tenham influência aqui no Brasil.
O que aconteceu?
Em fevereiro de 2012, a estação foi parcialmente destruída por um incêndio — cerca de 70% das instalações foram afetadas. Dois tenentes, Carlos Alberto Vieira Figueiredo e Roberto Lopes dos Santos, morreram tentando combater o incêndio. Por causa do frio extremo, as obras só são feitas entre novembro e março de cada ano, e o local deve ficar pronto no verão de 2019. A Marinha do Brasil está supervisionando a reconstrução, com custo total de 99,6 milhões de dólares, realizada pela empresa que venceu a licitação, a Corporação Chinesa de Importações e Exportações Eletrônicas.
O que é feito na estação?
Pesquisas científicas em diversas áreas são realizadas na estação, como observação de fenômenos atmosféricos, inventário da fauna e flora local, monitoramento da qualidade do ar, entre outros estudos ligados à biologia, meteorologia, geofísica e outros campos. Os estudos, de alto nível, ajudam a compreender melhor as mudanças que o meio ambiente sofre atualmente e também fazem o País avançar no campo científico.
Como a estação ficará após a reforma?
Concluídas as obras, a nova estação terá 4,5 mil metros quadrados, 17 laboratórios e poderá abrigar até 65 pessoas. Além disso, ela ficará ainda mais moderna, com ultrafreezers para que os pesquisadores do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) possam armazenar amostras para realização dos estudos.
FONTE: Agência Brasil
Como se sabe, a obra vem sendo executada em fases que ocorrem na Antártida e na China. No verão 2016-17, acompanhamos aqui pelo DAN que, além da instalação do canteiro de obras e de uma garagem provisória, foram executadas as fundações. Entre abril e outubro, os chineses deveriam fabricar e construir os módulos internos que integrarão o complexo, além da superestrutura (pilares e treliça) que os conterá e que ficará assentada nas fundações. Também precisaria acontecer a pré-montagem da estação, ensaio necessário em função da logística da obra. Se tudo corresse certo, neste verão aconteceria a montagem definitiva da estação, composta de três blocos principais (oeste, leste e técnico).
No entanto, houve atraso, porque a empresa responsável, CEIEC, teve dificuldades técnicas nos trabalhos desenvolvidos na China durante este ano. N’O Globo saiu uma reportagem que trata desse atraso, esclarecendo que neste ano deverão ser concluídos os blocos oeste (alojamentos, biblioteca, ginásio, sala de vídeo, depósito de mantimentos e de materiais de combate a incêndio) e técnico (garagem e praça de máquinas), ficado o bloco leste (laboratórios, refeitório, cozinha, setor de saúde, oficinas e sala de secagem) para o verão 2018-19 (https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/obra-em-estacao-na-antartida-sera-concluida-sete-anos-apos-incendio-preve-marinha.ghtml) .
Sabe-se que em agosto de 2017 houve a montagem experimental da estação, pois foram divulgadas fotografias dos blocos oeste e leste. O último INFOCIRM (de novembro de 2017, disponível em https://www.marinha.mil.br/secirm/infocirm) informou que o navio Magnolia (IMO 9138123, com bandeira de Kiribati), que transporta as partes da estação Ferraz, saíra de Xangai no dia 16 de novembro, e que a CEIEC “fabricou os 226 módulos (contêineres de 20 pes) que compõem a estrutura da eacf e as unidades isoladas” (p. 13).
O informativo da SECIRM também revela que, durante a pré-montagem dos prédios, foram identificadas ”interferências e discrepâncias na montagem e no acoplamento dos módulos”, e que alguns módulos não ficaram prontos a tempo devido à “necessidade de aquisição de materiais e equipamentos em outros países”. Portanto, o PROANTAR ainda não esclareceu exatamente onde o cronograma travou.
Cada vez que vejo isso, me entra a raiva, fomos incapazes de montar uma outra base na Antartida em todos esses anos que levamos com a única que tinhamos queimada, ao final tampouco tivemos a capacidade de construir a nova base, tivemos que delegar algo tão simples como isso pros chineses, daqui a pouco vamos tambem pedir pra eles fazerem um filho nas nossas mulheres.