Forças Distritais
DAN – Muito pouco se lê sobre as Forças Distritais da MB. O Sr poderia nos falar sobre a modernização de seus meios, os NPa, NaPaFlu, NAsH, NTrTFlu, Rebocadores, etc?
AE Leal Ferreira – Os meios navais distritais são constantemente submetidos a modernizações técnicas, visando incorporar novas tecnologias aos seus sistemas.
Como exemplos de inovações recentemente implementadas em diversos meios distritais, podem ser citadas:
– a instalação de equipamentos de comunicação por satélite;
– a substituição de radares de navegação; e
– a modernização do sistema de propulsão.
Atualmente, encontra-se em estudo a instalação de sensores de detecção por calor (infravermelho), em Navios-Patrulha, que permitirão uma melhor identificação de alvos à noite.
Cabe destacar que, visando à atualização dos meios disponíveis aos Comandos de Distritos Navais (ComDN), recentemente a Marinha do Brasil (MB) adquiriu três novos Navios-Patrulha Oceânicos classe Amazonas de 1.800 toneladas. Esses navios possuem uma acentuada capacidade de permanência em águas oceânicas, além de disporem de conveses de voo, que permitem o emprego de helicópteros em suas missões.
A partir de 2016, o planejamento prevê o recebimento de mais cinco novos Navios-Patrulha classe Macaé de 500 toneladas, construídos no Brasil, que juntamente com outros dois já recebidos, ampliarão a capacidade de Patrulha Naval na costa brasileira.
Todos os novos navios-patrulha possuem sistemas de combate modernos, compatíveis com a sua missão e sua área de operação.
DAN – A MB vai substituir os navios varredores por modelos mais modernos? A MB recebeu alguma oferta internacional para essa substituição?
AE Leal Ferreira – A MB pretende substituir os atuais meios de varredura por Navios de Contramedidas de Minagem (NCM), a partir de processos de aquisição por oportunidade e/ou construção de novas unidades no País, ajustando o cronograma de obtenção com a baixa prevista dos Navios Varredores (NV).
Nesse sentido, a Marinha preparou uma proposta de Empreendimento Modular de Recuperação da Capacidade de Guerra de Minas na MB, que prevê a equiparação da capacidade de guerra de minas da Força à encontrada nas principais Marinhas. A MB já solicitou informações aos países que possuíam navios disponíveis para transferência e aguarda o recebimento das propostas para análise e a tomada de decisão.
DAN – Poderia falar sobre os Grupamentos de Fuzileiros distritais?
AE Leal Ferreira – Os Grupamentos de Fuzileiros Navais (GptFN) e o Batalhão de Operações Ribeirinhas (BtlOpRib), localizado em Manaus, contribuem para o preparo e aplicação do Poder Naval na área sob jurisdição dos respectivos Distritos Navais aos quais estão subordinados. Essas unidades são empregadas em operações terrestres de caráter naval, dentre elas: a defesa de instalações navais e portos; operações de segurança interna; e operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Atualmente, existem sete GptFN ativados e um em ativação, além do citado BtlOpRib, assim distribuídos:
– Com1°DN: GptFNRJ, no Rio de Janeiro-RJ;
– Com2°DN: GptFNSa, em Salvador-BA;
– Com3°DN: GptFNNa, em Natal-RN;
– Com4°DN: GptFNBe, em Belém-PA;
– Com5°DN: GptFNRG, em Rio Grande-RS;
– Com6°DN: GptFNLa, em Ladário-MS;
– Com7°DN: GptFNB, em Brasília-DF;
– Com8ºDN: GptFNSP (em ativação);
– Com9ºDN: BtlOpRib, em Manaus-AM.
Por fim, cabe mencionar a existência do Batalhão de Defesa Nuclear, Química, Biológica e Radiológica de ARAMAR, que constitui uma unidade especial, sediada em Iperó-SP, mas que foi concebido para prover a segurança física das instalações e de executar ações de controle de emergências de natureza Nuclear, Biológica, Química e Radiológica, potenciais ou reais, na área do Centro Experimental ARAMAR.
Uma questão: porque um GptoFuzvs no Rio de Janeiro, quando de tem toda a FFE lá estacionada, e um outro em São Paulo(capital creio) que não possui, até onde sei, instalações da MB?
abs
Olá FCarvalho, o fator de haver toda a esquadra estacionada no Rio de Janeiro, nada tem haver com o fato de haver um GptFN. Este grupamento atende as necessidades do Distrito Naval, isso é, normalmente estão embarcados em navios patrulha sobre a jurisdição deste DN. Para a guarda da Esquadra, existe dentro do próprio corpo da armada, pessoas para este fim, que não são necessariamente FN.
Já em São Paulo, o GptFN não será para guarda da capital São Paulo, mas para o DN que está sendo criado em Santos.
Não existem em nossa Marinha meios irrelevantes, nunca existiu isto, agora meios que estão com deficiências sim existem… Mas devemos olhar que a Marinha tem feito um trabalho bom com tão pouco e isto é culpa da sociedade brasileira em si e não da Marinha. O CFN criando batalhões especializados é muito show! Coisa de primeiro mundo mesmo!
Muito boa e esclarecedora a entrevista do nosso Comandante da Marinha.
Parabéns!
A falta/obsolescência de meios para a guerra de minas é mais uma das graves deficiências da Marinha que deve ser olhada com prioridade absoluta.
Vamos lá, Almirante… desista dos meios irrelevantes e dispendiosos, como o São Paulo, e construa logo um plano para formar uma Marinha de GUERRA.