Por Sergio Barreto Motta
Até opositores da gestão de Dilma Rousseff reconhecem que a presidente está atenta ao que ocorre em Defesa, tendo atuado em diversas partes, especialmente no fortalecimento das Empresas Estratégicas de Defesa – decisão fundamental para evitar desnacionalização no setor.
Recentemente, o governo anunciou que empresas dos setores aeroespacial e de defesa vão receber, já neste ano, novo incentivo para o desenvolvimento de projetos e produtos. Serão R$ 291 milhões não reembolsáveis que beneficiarão estudos, absorção de tecnologias, sistemas de vigilância e supervisão de bordo. Trata-se do plano Inova Aerodefesa, que tem o objetivo de impulsionar a produtividade e competitividade do setor.
O projeto é parte de um programa maior do Governo Federal chamado Inova Empresa, que prevê a articulação de órgãos, entre eles o Ministério da Defesa (MD), para dar apoio financeiro a projetos por meio de instituições de fomento. Os recursos vêm da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Fundo Tecnológico (Funtec) do BNDES. Entre as instituições apoiadas pelo Inova Aerodefesa estão Embraer – é a preferida do governo – Avibras, Odebrecht e Imbel. Estão previstas propostas sobre comunicações submarinas e sonar nacional; visão multiespectral para veículos blindados; radares; desenvolvimento de fibra de carbono; e bateria de uso militar. Os departamentos de ciência e tecnologia das Forças Armadas vão trabalhar em conjunto com as empresas contratadas.
O setor recebeu muito bem, como não poderia deixar de ser, a decisão, muito boa no sentido de impulsionar a inovação. O Brasil tem muitos engenheiros capacitados à inovação. Um exemplo de nossa capacidade está no sucesso do programa da Marinha de desenvolvimento do míssil antinavio nacional. Mas os observadores estão atentos e detectam problemas. Frisam que de nada adianta ter o produto novo, realmente brasileiro, se os orçamentos para o setor de defesa ficam congelados, contingenciados ou cortados. Diz uma fonte: “O comprador desses novos produtos é o próprio governo, através das Forças Armadas, que sempre sofre cortes no orçamento. E, se o próprio governo não compra, fica difícil exportar”. E acrescenta que o Brasil está perdendo mercado na América do Sul, em razão da política bolivariana de dar colher de chá a países menos pujantes.
A construção naval tem a quarta maior carteira de encomendas do mundo, mas o Brasil comprou lanchas para Marinha e Exército na Colômbia. A própria Emgepon, uma respeitada empresa do Ministério da Defesa, vai usar o projeto colombiano no navio de patrulha fluvial, mesmo estando o Brasil muito à frente no segmento.
A União das Nações Sulamericanas (Unasul), uma espécie de Organização dos Estados Americanos (OEA) sem os Estados Unidos, já definiu qual avião de treinamento irá usar: a aeronave Unasul I, equipamento produzido pela Fábrica Argentina de Aviones Brigadier San Martín. Quatro empresas nacionais estão credenciadas a suprir o avião a ser montado na Argentina: Novaer, Akaer, Flight Technologies e Avionics. Mas, com a crise da dívida, não há muito entusiasmo de parte dos fabricantes brasileiros para o Unasul I.
FONTE: Monitor Mercantil
O Brasil é um caso atípico , desde a nossa descoberta somos roubados ou somos subtraidos de alguma forma , nunca mais nunca houve realmente um plano bem elaborado para que pudéssemos ter uma infraestrurura de defesa a altura de nosso país , sempre compras de oportunidade e nada mais , quando o Brasil reinventou a roda com a Avibras , Engesa , Bernardini e etc , nossos politicos para variar não fizeram um pedido minimo ,pois tinham uma rixa com os militares.Coisa de terceiro mundo .E saliento nunca vamos nos desenvolver enquanto o povo for ignorante e sem estudo sendo comprado com bolsas da vida ,pena para um país que tem tanto e tudo para dar certo.
Acredito que para haver um avanço real, expressivo e sistemático na aquisição pelo GF de produtos de defesa de origem nacional, será preciso que haja uma ruptura no modelo político estratégico atual adotado pelo Brasil e estabelecido na END. Pois, o modelo em foco privilegia a dissuasão, ou seja tem o caráter iminentemente intimidativo do tipo: ” Não mexa comigo, pois você pode se dar mal ” mesmo que os resultados não sejam bem assim…. – esta premissa, a grosso modo, se coaduna exatamente com a nossa política exterior de não intervenção nos domínios ou conflitos alheios em respeito aos princípios de soberania. Todavia, tal conduta se choca com as suas mais recentes pretensões que é a de conquistar um assento no Conselho de Segurança da ONU.
Para exercer esse papel teria que sair um pouco da dissuasão, abandonar a zona de conforto e enveredar pelo exercício da estratégia política de coação ou da demonstração de poder real. Mas, será que a nossa sociedade estar pronta para arcar com os possíveis e prováveis desfechos que essa transposição pode causar ?
Se os nossos governantes não assumiram esse comprometimento é porque talvez saibam melhor do que alguns, os riscos inerentes a essa nova postura. Depois que entrarem nesse jogo ou vai ou racha… não tem mais essa de ficar procurando se escamotear. E pasmem ! penso até que nós não estamos muito longe de ver alguma mudança de perfil na política de defesa, pois não dá para ficar em cima do muro a vida toda e os indícios de instabilidade política pelo mundo a fora estão sinalizando que todos devem se acautelar. Se buscamos a igualdade com os ditos grandes protagonistas, temos que pagar um tributo, que pode até vir a ser de sangue.
Prezados, bom dia.
A verdade é que o País caminha a passos trôpegos. Discursos existe às centenas, talvez milhares. Gasta-se muito com propostas, anteprojetos e projetos, mas o que falta mesmo é ação, é execução. No meio dos longos e tortuosos caminhos sempre surgem “contingências”, “crises” e quaisquer outras intercorrências que fazem com que algo sonhado simplesmente não se concretize – ou até se concretize, mas muito mais adiante, com atrasos inconcebíveis e custos bem maiores do que os inicialmente programados.
É evidente que a realidade é complexa e os assuntos, em sua individualidade, também, porém o principal problema existente no Brasil se chama “gestão eficiente”, o que significa partir do plano abstrato para o concreto com a eficiência e a economicidade que compatibilizem o atendimento do interesse público (primário) com o ambiente de mercado.
Difícil tarefa, não é mesmo, ainda mais se considerando as opções que estão aí… Aliás, pergunto: alguém já assistiu à propaganda política? Dá até desânimo…
Quando isso acontecer, e diante do imenso potencial que o nosso País nos oferece, seremos de fato uma potência. Até lá os corruptos, os sanguessugas e os traidores da pátria se refestelarão, sob o aplauso dos estrangeiros que querem mais que nos explodamos (para não dizer “que nos f…”).
Perdoem-me, mas há um erro de concordância logo no começo. Onde se vê ” Discursos existe às centenas…”, por favor, leiam “… existem…”. Grato.
A meu ver não tem que ficar inventando a roda.
Simples.
ABAIXEM OS MALDITOS IMPOSTOS E INCENTIVEM AS ENCOMENDAS…
RAIOS!!!!
Oh coisa que não engrena.!!!!
Nunca vi.
O tempo passa , o tempo voa, e os mesmos procurando a culpa nos empresários, nos seus antecessores políticos, no PIG e etc..e procurando alguém para imputar a responsabilidades de seus atos insanos no plano econômico e social.
meus amigo enquanto neste pais prevalecerem leis trabalhistas que oneram a produção, incentivem o sindicalismo vassalo e inibam a flexibilidade de contrato de trabalho que privilegiam a produtividade, vai acontecer o que está acontecendo, pois hoje produzir aço no Brasil é mais caro do que no EU.
Alguém aqui em sã consciência acha que um dia teremos um indústria de defesa sólida com isto tudo e mais a atual carga tributária???
Grande abraço
Eu já disso isso aqui e torno a repetir, o que falta para a industria nacional de defesa é garantia de pedidos, simplesmente isso. As empresas de uma maneira geral e com as de defesa não seria diferente, visam acima de tudo o lucro, se o cliente (o governo) mostra as verdinhas e fala “…olha preciso de um equipamento com tal característica, etc…, você pode me fornecer? o dinheiro está aqui.” eu tenho certeza que a empresa assume o desafio e desenvolve o material em cima do pedido e dentro do prazo. Agora desenvolver um equipamento sofisticado sem ter para quem vender, por exemplo um míssil anti navio, que vantagem a empresa tem com isso?
Fomentar a indústria nacional de defesa é comprar os equipamentos nacionais e também exigir qualidade e requisitos sólidos; isso gera um ciclo de desenvolvimento de tecnologia e ao mesmo tempo fortalece as forças armadas e a industria nacional e ainda serve de espelho para que outras nações adquiram os equipamentos desenvolvidos e fabricados aqui.
Incompetência são as razões de tais incongruências! E não é só apenas desse governo não é de todos os governos que já passaram e passarão nesse Brasil. O mundo esta entrando nas fazes políticas e militares mais tumultuadas é agora, e esses planos sem perder de vistas como FX….2, PROSUPER, PROSUB e etc… não vão conseguir ser finalizados. Na primeira necessidade de agir em combate real o Gripen o PROSUB etc é suspenso por causa de verba e futuro viável.
Pra quem nunca viu um texto lobista taí o exemplo.
Eu não gostei da compra de lanchas da Colômbia, mas por outro lado aonde estaria a ousadia empresarial tupiniquim em propor um sistema de armas sem que isso necessariamente surja de iniciativa/necessidade governamental? A minha opinião é que essa ousadia empresarial não existe. Um governo adquirir um equipamento produzido localmente é realmente boa coisa, mas daí a associar isso com incapacidade de inserção no mercado internacional já é exagero.
Complemento
Talvez se aplicassem esforço e recurso em suas plantas industriais equivalente ao que aplicam na propaganda “anti-bolivarianista” teriam maior possibilidade de sucesso.
Pensando ainda no Osório, se o GF não tivesse avacalhado tudo hoje,creio eu, estaríamos possivelmente com um blindado bem mais moderno que o Leopard 1A5 e com certeza estariamos abocanhando uma fatia do mercado de mbt’s, espero que os bons ventos da indústria de defesa voltem a soprar por aqui novamente nos anos vindouros e isso só depende do GF.
Para os empresários investirem em defesa o governo tem que tirar o escorpião do bolso e liberar as verbas para as 3 forças e o que se produzir aqui tem que ser mais barato do que buscar no exterior. Se eu tenho uma empresa que produz material de defesa há uma compra feita pelas 3 forças e depois ficam 10 anos sem comprar o jeito vai ser eu fechar a empresa eu não conseguiria competir com as empresas estrangeiras na exportação desse produto. Foi o que aconteceu com a ENGESA com a produção do tanque Osório na época culparam os americanos mais se o governo tivesse feito sua parte pelos menos uma encomenda de uns 100 tanques tinha mantido a linha de produção e a empresa não tinha fechado suas portas.
O tanque nem foi feito pro exército brasileiro, só pra começar…