Por Alexandre Gonzaga
Os Emirados Árabes estão interessados no projeto de desenvolvimento da corveta classe Tamandaré, da Marinha do Brasil. A manifestação foi feita durante reunião do ministro Raul Jungmann com seu homólogo dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed Albawardi Alfalasi. “Temos interesse em participar de projetos em todas áreas, seja militar ou comercial”, afirmou o ministro Mohamed.
O ministro Jungmann mostrou-se favorável à parceria. “Vemos com bons olhos a cooperação neste projeto”, e informou que a comitiva árabe irá amanhã (12) visitar a fábrica da Emgepron, empresa naval vinculada ao Comando da Marinha.
Jungmann também afirmou ao colega dos Emirados Árabes que a parceria poderá ser ampla, incluindo outros setores da economia, inclusive, com compensação em offset. O ministro brasileiro lembrou durante o encontro das tratativas do governo dos Emirados com a empresa Embraer sobre o cargueiro KC-390.
Presente na reunião, o comandante da Marinha, almirante Eduardo Leal Ferreira, explicou a comitiva a configuração da corveta Tamandaré e suas vantagens comerciais e de emprego militar. “O projeto tem um conceito estratégico de média intensidade e de baixo custo. Creio que atende as necessidades de ambos os países”, acrescentou o almirante.
Os Emirados Árabes, por intermédio da empresa Calidus, desenvolvem com a brasileira Novaer, a aeronave B250, que se encontra em fase de certificação.
Durante a reunião, o secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa (MD), Flávio Basílio, ressaltou os instrumentos financeiros disponíveis para fortalecer a base industrial de defesa como o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Podemos nos valer desses mecanismos para dar suporte à base industrial, com a possibilidade de diversificação dos portfólios,” argumentou o secretário do MD. Ele ainda lembrou que os Emirados Árabes possuem um importante fundo soberano, considerado o maior do mundo.
Jungmann sugeriu que mais empresas dos Emirados Árabes participassem da próxima edição da LAAD – feira de defesa e segurança, prevista para acontecer em 2019. Ele recordou que em fevereiro deste ano 18 empresas brasileiras participaram da IDEX, feira internacional de defesa, que ocorreu em Abu Dhabi.
O governo dos Emirados Árabes também demonstrou interesse em conhecer o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON). Neste sentido, Jungmann falou que o Brasil possui o desafio de proteger a terceira maior fronteira do mundo. “Esse é um tema prioritário e de grande preocupação para nós.” Jungmann convidou a comitiva para conhecer o projeto piloto implantado no Mato Grosso do Sul, que “utiliza o estado da arte em termos de tecnologia.”
No encontro ficou decidido a criação de um comitê bilateral para tratar dos temas de defesa. Jungmann designou o vice-chefe de Assuntos Estratégicos, general Fernando Goulart, para participar do comitê.
Os Emirados Árabes são um dos dez maiores compradores de produtos de defesa do mundo. No Congresso Nacional tramita o acordo de proteção das informações militares, que poderá ampliar ainda mais a cooperação entre os dois países.
Esta semana a comitiva dos Emirados Árabes visitou, além da Novaer, os parques industriais da Avibras e Embraer.
Participaram também do encontro, o secretário-geral do MD, general Joaquim Silva e Luna; o brigadeiro Alvani Adão da Silva, substituindo interinamente o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (ECMFA); a embaixadora dos Emirados Árabes Unidos, Hafsa Al Ulama; além de outras autoridades civis e militares.
Memorando
Ao final do encontro, o diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), Carlos Frederico Aguiar, e o diretor da empresa da Tawazun, Saif Alhajiri, assinaram um memorando de entendimento sobre cooperação industrial de defesa. A Tawazun Holding abrange mais de 14 companhias do setor de defesa e fabrica itens como armas, tanques e outros veículos militares.
Em seu discurso, o diretor da Tawazun disse que a indústria de defesa do seu país é recente, mas possui produtos com alcance internacional. “Queremos compartilhar conhecimento com as empresas brasileiras”, disse Saif.
Já o diretor da ABIMDE, Carlos Aguiar, falou que a entidade contribui com as Forças Armadas e com o governo federal na formulação de políticas públicas para o setor de defesa. “Nos grandes eventos esportivos, com total integração entre as Forças Armadas e de segurança pública, ficou comprovada a qualidade dos nossos produtos.”
Em março deste ano, Jungmann recebeu o ministro dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes, xeique Abdullah Bin Zayed Al Nahyan. Na oportunidade, o xeique Abdullah informou que seu país gostaria de abrir um escritório no Brasil para tratar dos assuntos de defesa.
FONTE: MD
Prezado Celso, boa parte dos antigos estaleiros está sucateada. Por outro lado, os novos estaleiros são de propriedade de empresas que não eram do ramo e, portanto, não possuem competência para construir navios de ponta sem a colaboração de empresas estrangeiras.
A mão de obra brasileira é desqualificada. Pode ter um ou outro engenheiro competente, mas falta quantidade. Foi-se o tempo em que um navio era construído sob a supervisão de meia-dúzia de engenheiros. Hoje um navio é algo complexo demais para isso. Isso para não falar dos operários, formados em cursos rápidos e sem aptidão, resultando em serviços mal-feitos.
Temos péssimos exemplos da construção naval brasileira recente. NaPa 500 mal construídos ou sequer finalizados. Petroleiros tortos, cheios de remendos e incapazes de transportar petróleo na quantidade esperada. Longos atrasos para a entrega de navios caríssimos e com problemas.
Felizmente, a MB aparentemente se deu conta disso e exigiu que a CV Tamandaré seja construída por um estaleiro internacional consorciado com um nacional.
Caro Gilberto, com o preço previsto das Tamandarés, a MB não conseguirá trabalhar com uma margem de lucro de 30%-50%. Até acho que os EAU podem ajudar a financiar os navios, mas será num importe bem mais modesto, isso se não ficar apenas em empréstimos e divisão dos custos do projeto. Se ficar caro demais, certeza que outros estaleiros internacionais irão oferecer belonaves mais em conta, quiçá construídas em Abu Dhabi, e acabarão atravessando o negócio.
O que me assusta mais no Brasil é a falta de preparo de nossas autoridades, não me refiro aos militares, os quais tem um preparo intelectual bem acima da média do país, mas ao Ministério da Defesa, o próprio titular não é formado em nada, tem o curso “incompleto” de psicologia, fica difícil imaginar um sujeito destes discutindo a construção de navios. Contudo, como estamos no Brasil, tudo é possível e aceitável.
O AMRJ construiu a Barroso, o EAU pode e DEVE financiar a revitalização do Arsenal de Marinha no Rio de Janeiro para construir as covertas Tamandaré. Realmente não há estaleiro privado confiável e muito menos capaz de construir navios de guerra no Brasil.
E Rafael quando eu falo em vender duas para o EAU e fazer uma para nós significa que as duas vendas podem financiar de 50% a 30% do valor da corveta para a MB uma vez que é muito comum nestes acordos com os árabes eles pagarem um boa margem de lucro e geralmente as unidades a eles destinadas deverão ter equipamentos melhores e mais caros que as unidades destinadas a MB.
Mas sempre a MB terá que financiar um boa parte da construção de suas unidades, não existe esta deles financiarem 100% de uma unidade da MB.
Realmente simplifiquei a explicação demais e pode ter passado sim esta impressão falsa e errônea…
Rafael Oliveira……todos os estaleiros do passado ainda estao la..tipo o estaleiro Maua, o antigo Verolme o Ishikawashima, o Atlantico, etc………espaco e equipamentos c certeza ainda estao la tipo docas secas, guindastes, galpoes para oxicorte e soldas, etc. Chapas e outros materiais tbm sao disponiveis aqui mesmo pelas siderurgicas e por ai vai…..material humano como ja citei nao falta, falta sim vontade e o principal….investimento interno ou capital externo como no caso.
O que nos interessa nos EAU é o dinheiro deles.
Têm bastante dinheiro e gostam de comprar coisas boas.
Desde que não passemos informações confidenciais para eles, poderia ser avaliado como poderíamos trabalhar em conjunto, Brasil x EAU, para unir interesses.
Alguns itens nós temos, como o KC 390…
Outras coisas poderiam ser desenvolvidas pelo Brasil, com investimentos deles…
Tem que ver como funcionaria…
Se fabricar algum navio localmente, ou se contratar uma fabricante estrangeira para fabricar aqui sob medida para as necessidades do Brasil e dos emirados.
Talvez nossa tecnologia, mesmo que aquém de outros países, possa ser útil para eles.
Seria uma relação semelhante a da Rússia e da Índia.
E quanto a mectron? Está com problemas? O governo vai deixar mais uma empresa de ponta em situação difícil?
E o a darter? Não foi concluído?
Vamos deixar o conhecimento se perder?
Talvez os EAU viesse a ter interesse.
Dois países que podem auxiliar o Brasil em termos de conhecimentos são Israel e a Suécia (SAAB).
Unir-se a eles poderia nos propiciar tecnologia de ponta a baixos custos.
O iron Dome por exemplo é um espetáculo…
Muito eficiente…
Ter nossas principais áreas protegidas por um sistema daqueles seria o máximo…
Celso, qual estaleiro brasileiro hoje tem condições de projetar detalhadamente uma corveta moderna e fabricá-la sem a cooperação estrangeira? Estou falando apenas do casco e da integração dos sistemas, pois concordo que motores e outros insumos complexos serão comprados no exterior.
Prezado Rafael, eu mesmo acho q nao seria dessa forma tipo 2 x 1, mas c certez financiamento nao faltaria. Qto ao fato de sua afirmacao de que no Brasil nao tem estaleiro competente, discordo 100 % e garanto a voce q ate mesmo engenheiros navais de alto nivel temos de sobra. O q fara uma gde diferenca sao os equipamentos operacionais como motores e outros (armamentos) para colocar na belonave em questao, mas qto a isso nao me preocuparia c certeza essas aquisicoes seriam externas e de boa qualidade tendo o dinheiro. Sds
Sou contra este projeto e investimento. A Marinha precisa de foco. Seu foco deve ser o projeto caro, oneroso dos submarinos e o missil naval, além do torpeto nacional. Foco, pois o dinheiro está curto. Procure algo já testado e em operação nas marinhas europeias que achará alguma compra de ocasião, como o HMS Ocean. O Chile faz isso, assim como Peru e outros paises da região, porque o Brasil tem que ser diferente?! Entreguem os submarinos e depois voltamos a conversar.
Muito boa tratativa. Concordo com Celso, sempre preguei sem ideologias. Soberania acima de tudo. Gilberto é isto aí fazer caixa pra marinha fazer navios.
Gilberto, vai sonhando que com duas vendas será possível financiar uma para a MB.
As corvetas já são extremamente caras, US$ 450 milhões, e o Brasil não tem nenhum estaleiro apto a construí-las sem que algum estaleiro internacional apoie. Esse é mais um daqueles acordos que não vai dar em nada. Melhor focar em vender KC-390 para eles.
E a MB deveria encomendar alguma corveta que já esteja em sendo empregada por alguma marinha de ponta, em vez de querer projetar a sua com os defeitos típicos de um projeto nacional (tripulação imensa sendo o principal deles),
Isso sim pode resolver os problemas de escoltas da MB, construímos duas corvetas para eles, para financiar uma para MB…
Eh disso q se trata….sem frescuras, afinal os EAU tem como citado um dos maiores fundos de investimento do mundo…precisa mais ou ja esta bom. Sequer devemos discutir ideologia aqui sobre o assunto. Bom momento para estabelecer uma parceria. So tomar muito cuidado na questao refugiados, senao vamos virar entreposto como a Italia, Grecia e outros rrsrsrrsrsrs