Parte de armamento pesado veio da Venezuela, através das Farc, alerta especialista
Por Francisco Edson Alves
O Rio de Janeiro está enfrentando uma derrama de fuzis e munição de AK-47 (Avtomat Kalashnikova 1947), de fabricação russa. As armas estão chegando em larga escala às mãos de traficantes desviadas de países que fazem fronteira com o Brasil, principalmente a Venezuela, através das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) — guerrilha que atua também em território venezuelano.
O alerta é de especialistas em segurança pública. Só nos últimos dois meses, dos 70 fuzis apreendidos na capital carioca pela polícia, 30 eram do modelo AK-47, conforme antecipou na sexta-feira a coluna ‘Informe do DIA’. Esse tipo de equipamento é considerado a arma mais letal e a mais usada no mundo, inclusive por integrantes do grupo terrorista mais temido no momento, o Estado Islâmico, que se espalha pela Síria e pelo Iraque.
“Os fuzis AK-47 sempre foram os mais apreendidos, porque têm em maior quantidade no mundo. Mas apreensões seguidas e em tão pouco tempo, como estão ocorrendo, são sinal claro de uma derrama desse tipo de arma”, justifica Paulo Storani, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), consultor e especialista em negociação de conflitos.
Na quinta-feira, o próprio comandante-geral da Polícia Militar, coronel Pinheiro Neto, também admitiu a hipótese, incluindo ainda a Colômbia como possível origem dos equipamentos. Ele disse que há indícios de “suposta relação de bandidos desses países com traficantes brasileiros”.
Storani lembra que em 2005 o então governo Hugo Chávez comprou tecnologia para a fabricação de 100 mil fuzis nas versões AK-103 e AK-47. “A Venezuela não tem 100 mil homens em suas Forças Armadas. Logicamente, boa parte desses armamentos caiu nas mãos de guerrilheiros, que negociam o arsenal com traficantes brasileiros”, ressalta, cobrando mais empenho do governo federal na vigilância das fronteiras. Há desconfiança de que o armamento já apreendido tenha vindo de países do Leste Europeu, que se encontram em conflito, como a Ucrânia. Atualmente o AK-47 é fabricado em Israel, Geórgia e Irã.
Em determinadas operações, policiais militares chegaram a apreender até cinco fuzis AK-47 de uma vez, como aconteceu nas comunidades do Dendê, na Ilha do Governador, no dia 29 de janeiro, durante ação do Grupamento de Ações Táticas (GAT) e 17º BPM (Ilha), quando 500 projéteis para esse tipo de arma também foram recolhidos em uma boca de fumo.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que “as armas apreendidas passíveis de identificação são analisadas pelo núcleo de rastreamento da Coordenadoria de Inteligência e Informações Policiais (Cinpol)”. Tais análises levam entre quatro e seis meses para serem concluídas.
‘Bandidos não saem para comprar armas no exterior’
Para o advogado João Tancredo, presidente do Instituto dos Defensores dos Direitos Humanos, há falhas nas investigações no contrabando de fuzis. “Os setores de inteligência da polícia têm que identificar e prender os maus policiais que atuam na intermediação dessas armas, até chegar aos traficantes. Bandidos não saem das comunidades para comprar armas no exterior”, criticou.
De acordo com João, enquanto houver grande quantidade de armas em circulação, novas “tragédias anunciadas” serão inevitáveis. “O povo indefeso está no meio dessa guerra estúpida”, disse, lembrando que dados da Organização das Nações Unidas apontam que o Brasil é o segundo com maior número de casos de bala perdida na América Latina, ficando atrás apenas da Venezuela. No país, 35% das ocorrências terminam em morte e 45% das vítimas são crianças e adolescentes.
Beltrame já pediu ajuda
No dia 22 de fevereiro, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, causou polêmica ao dizer que a polícia do Rio está “atuando sozinha no combate à criminalidade”. Só neste fim de semana, dois PMs foram mortos por bandidos, outros nove militares e quatro civis também foram assassinados este ano, e cinco ficaram feridos. “Vamos seguir esperando que outras instituições que entendem e compõem o conceito de segurança nos ajudem. A segurança é um monte de coisas, e a ponta disso tudo é a polícia. E na ponta, a polícia está sozinha”, desabafou o secretário na ocasião.
Paulo Storani disse ontem que Beltrame tem razão. “Na questão do tráfico de armas e drogas, se não houver empenho maior do governo federal nas fronteiras, a PM vai continuar enxugando gelo”, lamentou.
O Ministério da Justiça não retornou e-mail enviado pelo DIA à sua assessoria de imprensa na tarde de ontem, mas em seu site informa que, em 2014, entregou 20 novos veículos para reforçar as ações de combate à criminalidade nas regiões limítrofes com a Venezuela e a Guiana. O valor do investimento foi de R$ 2.492.654,40. Além disso, prorrogou a permanência da Força Nacional de Segurança na fronteira com o Peru, com a Colômbia e com a Venezuela.
FONTE: O Dia
Na verdade, já era previsto. Com a desmobilização das FARC, com o processo de paz, armamentos de todos os tipos inundaram o mercado negro…..e não só isso. Combatentes e narcoguerrilheiros que não conseguirão se enquadrar na sociedade seguirão o caminho de soldados do trafico.
Ora, com a perda de contingente das FARC e a sua iminente desmobilização como força armada, os seus líderes precisam tirar dinheiro de algum lugar rápido, porque as fontes tradicionais vão secar ou mudar de mãos em breve.
Assim, se o dinheiro não vem mais das drogas ou dos sequestros, o negócio é vender as armas das FARC para quem possa interessar no continente. Assim, o primeiro comprador sondado tinha que ser o narcotráfico brasileiro, até porque este já tinha laços com a narcoguerrilha colombiana e as mesmas rotas para trazer as drogas da Colômbia para o Rio servem para trazer as armas.
Foi juntar a fome com a vontade de comer.
Vc esta certo Wolfpack, esses fuzis AK 47 são modelo antigo.
O “especialista“ diz que parte do armamento veio da Venezuela,mas o material já apreendido pode ter vindo do leste europeu ?
Que bagunça é essa? esse setor de inteligência e composto por burros, não dizem nada com nada,apenas especulam,cadê as provas da origem das armas ?
Parem de especular e levantar suspeitas,ainda mais envolvendo outros países,trabalhem direito,mostrem provas !
Eu odeio a turma do Chavez mas tenho que admitir que esta matéria está equivocada, os fuzis comprados pelo Chapolim são Kalashnikov AK-103 mais modernos do que estes que estão sendo apreendidos no Rio. O mais provável mesmo é troca na Colombia ou mesmo alguma rota da Africa e/ou Foz do Iguaçu/Guaira. Nesta o Chapolim se salvou! Apesar de estar morto.
Eu acho q vc esta equivocado…..as AK 47 tbm foram adquiridas, nao se sabe extamente a qde, mas conforme declaracoes aa epoca feitas em alta voz pelo chapolim , estas armas serviriam ao intuito de armar suas milicias……..ditos ignorantes a servico de um ditador…….. posso estar enganado, mas me lembro muito bem do noticiario abrangente aa epoca sobre este perigo….e isso foi a mais de 7 ou 8 anos atras…..entao pergunto….se isso ocorreu onde foram parar estas armas…principalemmente num estado q esta em plena derrocada e falido…o q vc acha q o povo q teve acesso a esta arma ou sei la quem passando necessidades nao faria para ter alguma grana para sobreviver….tenha absoluta certeza q la na venezuela se vive o caos sob todos os aspectos…..e nos estamos caminhando celere para o mesmo destino se nao dermos um breque…..sds
Wolpack está certo,
Chavez comprou os famosos 100 mil fuzis , más foram todos AK-103 e foram estes fuzis, que ele disse que iria distribuir, coisa que não sei se de fato fez….
Isso vai além da segurança pública dos estados, o atual momento político que estamos vivendo podem desencadear algo mais grave.
Sabe-se que o MST vem sendo treinado pelas FARCS, a mesma que está negociando paz na Colômbia como cordeirinho … vejam.
Não raro o crime organizado pode ser arregimentado como mercenário , se analisarem a experiência que já possuem com explosivos em caixas eletrônicos somados a armas automáticas vislumbra-se , se ninguém tomar providência, um futuro tenebroso .
Alguém tem que ter coragem.