Por Alexandre Gonzaga
Manaus (AM), 16/07/2015 – O maior programa de expansão das comunicações na Amazônia Ocidental foi lançado nesta quinta-feira (16), em Manaus. O programa Amazônia Conectada, coordenado pelo Ministério da Defesa, consiste na construção de uma rede de cabos subfluviais ópticos utilizando-se dos leitos dos principais rios da bacia amazônica.
O objetivo é levar serviços de internet de alta velocidade, telemedicina, telesaúde, ensino à distância, entre outros, para populações ribeirinha e indígena, escolas, organizações militares e órgãos públicos.
Para o ministro da Defesa, Jaques Wagner, a inauguração do primeiro trecho do Amazônia Conectada representa também a capacidade do povo brasileiro em apresentar soluções inovadoras. “O programa possibilita a integração da região e vai trazer mais dignidade e resgate do povo amazônico”, destacou.
Ainda de acordo com o ministro Wagner, o programa traz segurança para as informações das Forças Armadas e proteção das fronteiras. “O programa vai dar mais capacidade de monitorar a região, com tráfego de informações seguro e veloz”, acrescentou.
O ministro ainda anunciou a implantação do segundo trecho de 200 km, de Coari a Tefé, com investimentos de R$ 15 milhões. Orçado inicialmente em R$ 1 bilhão, o custo total do programa deve ser reduzido na ordem de R$ 500 milhões, com previsão de conclusão em três anos.
O coordenador do Amazônia Conectada – que foi concebido inicialmente pelo Exército – e chefe do Centro Integrado de Telemática do Exército, general Decílio de Medeiros Sales, fez uma apresentação do programa, destacando os benefícios e a tecnologia empregada.
Para a Defesa, o projeto contribui para melhorias nas comunicações militares na fronteira com a finalidade de proteger o território nacional. Por suas características de inovação e abrangência, trata-se de um projeto dual (aplicação militar e civil) e que representa um marco histórico nas comunicações do país.
Videoconferência
Na sede do Centro de Telemática de Área do Comando Militar da Amazônia, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, acompanhado dos ministros das Comunicações, Ricardo Berzoini, e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Aldo Rebelo, juntamente com o governador do Estado do Amazonas, José Melo de Oliveira, assistiram uma demonstração do primeiro trecho inaugurado de 10 km, que interliga, por meio do leito do Rio Negro, em Manaus, o 4º Centro de Telemática de Área (4º CTA) até a 4ª Divisão de Levantamento Geográfico (4ª DL).
Em tempo real, foi realizada uma videoconferência tendo como interlocutores o ministro Wagner com o professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Luiz Verçosa, que se encontrava na 4ª DL.
O ministro Jaques Wagner elogiou a qualidade da conexão e o trabalho desenvolvido pelo Exército e demais parceiros do programa.
Os ministros Aldo Rebelo e Ricado Berzoini, juntamente com o governador José Melo, também conversaram o professor da UEA, que destacou a importância da informação e do conhecimento. “Com o programa Amazônia Conectada, teremos, finalmente, a integração de nossos municípios e a possibilidade de todos os professores e alunos terem uma Internet com conectividade de qualidade e acesso a informações e pesquisa dos recursos da Amazônia”.
As peculiaridades da região Amazônica foram decisivas para a escolha dos cabos subfluviais, evitando o desmatamento da floresta e a entrada em terras indígenas.
Ainda durante a solenidade de lançamento do Amazônia Conectada, os três ministros assinaram a portaria interministerial que institui o Programa. Também participaram do evento, o chefe do Comando Militar da Amazônia, general Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, o chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, general Juarez Aparecido de Paula Cunha (representando o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas), além de autoridades civis e militares.
Amazônia Conectada
O programa Amazônia Conectada, concebido inicialmente pelo Exército Brasileiro, prevê a instalação de cerca de 7,8 mil quilômetros de cabos de fibra óptica nos leitos dos rios Negro, Solimões, Madeira, Juruá e Purus, interligando 52 municípios e atendendo 3,8 milhões de pessoas da região.
O Amazônia Conectada, que compreende cinco infovias, receberá recursos do Ministério da Defesa e de outros Ministérios, além de captar recursos de P&D da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e de outras fontes de investimentos.
O Amazônia Conectada contribui com as ações do Governo Federal, na região, por meio do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), do Ministério das Comunicações, além de apoiar as políticas públicas de inclusão digital, de incentivo as atividades de pesquisa e educação e sensoriamento e monitoramento ambiental, e a segurança de dados nacionais.
Atualmente, a solução de internet na região é com acesso via satélite, que possui um alto custo e conexão instável. A tecnologia de fibra óptica permitirá conexões de até 100 gigabit por segundo.
O programa conta com parceiros como a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), ligada ao MCTI, o Exército Brasileiro, a Telebras, subordinada ao Ministério das Comunicações, a empresa de Processamento de Dados do Amazonas (PRODAM S/A), o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), a Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás), a Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A (Eletronorte), além da empresa Padtec, desenvolvedora das fibras ópticas especiais para bacias hidrográficas.
FONTE: Ascom
Uma ideia excepcional para a qual acorreram todos os atores possíveis para apoio ao projeto e mais interessante é o da empresa PadTec que desenvolveu um cabo específico para esta aplicação de usar a calha dos rios para deitar uma rede de fibra ótica.
Tenho certeza que vários países com grandes redes hidrográficas que possam servir como vias de cabos de fibra ótica subfluvial como Egito (Nilo) e a China (o Rio Amarelo) ficarão atentos a esta iniciativa e poderão se tornar clientes ou copiarão esta solução tecnológica brasileira.
Acho que o Governo brasileiro deveria incluir este projeto nas discussões BRICS e com outros países…
Ótimo programa, mais uma vez o exercito dando o exemplo e servindo de exemplo, onde as forças armadas estão, os parasitas de recursos públicos não tem vez.
Orçado inicialmente em um 1Bi custara 500mi, semelhante a uma obra do aeroporto de Guarulhos, obra sem termo aditivo, com valor total da execução inferior ao orçado e a obra entregue com 3 meses de antecedência. Onde vimos isso no Brasil?
Com relação ao projeto Amazônia conectada, para um lugar onde não se tem nada, é muito importante, porém para comunicação militar em tempo de guerra é muito vulnerável, a comunicação segura será a realizada pelo satélite que será lançado “espero eu” o ano que vem.
Parabéns aos militares.
Abc