“Quando da construção dos submarinos da Classe Tupi, na Alemanha, o pessoal da Coreia do Sul também estava lá, recebendo submarino (igual ao nosso) e aprendendo (transferência de tecnologia). Aliás, é bom ressaltar que os Brasileiros eram em número bem maior que os Coreanos. A notícia a seguir dá uma boa ideia do que aconteceu de lá para cá em termos de construção de submarinos. Vejam onde eles estão e vejam onde estamos hoje.” Lucas Wizard
Por Juho Lee
A Coreia do Sul iniciou a construção do segundo submarino KSS-III Batch-II. O submarino, construído pelo estaleiro local Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering (DSME), será concluído em 2026 e entregue à Marinha da República da Coreia (ROKN) em 2028, após passar por testes de mar.
De acordo com um comunicado oficial da DAPA, o corte do aço ocorreu em 30 de dezembro de 2021 em Geoje. Para registro, o corte de aço no primeiro submarino KSS-III Batch II ocorreu no estaleiro DSME em 13 de agosto de 2021. Está programado para ser entregue a ROKN em 2026. A DSME ganhou o contrato para a construção do segundo navio em setembro de 2021.
Jeon Jeon-gyu, chefe do Grupo de Projetos de Submarinos Coreanos na Administração do Programa de Aquisição de Defesa (DAPA), disse:
“O início da construção do segundo submarino Jang Bogo-classe-III Batch-II significa que nossa Marinha terá cinco submarinos que deslocarão mais de 3.000 toneladas no futuro. Esperamos que o submarino desempenhe um papel central na segurança nacional.”
Submarinos KSS-III
A ROKN planeja adquirir 3 submarinos Batch-II, seguidos por outros 3 Batch-III, para um total de 9 submarinos KSS-III. O KSS-III, também chamado de Jang-Bogo-III ou classe Dosan Ahn Changho, é a última fase do programa KSS, que, quando concluído, verá A ROKN adquirir um total de 27 submarinos.
O KSS-III é a maior classe de submarinos da ROKN. A variante Batch-II de 3.600 toneladas será capaz de transportar 10 mísseis balísticos lançados por submarino, 4 a mais do que os 3.300 toneladas KSS-III Batch-I. O deslocamento de submarinos cresceu com cada fase do programa KSS; o KSS-I e o KSS-II deslocam 1.200 toneladas e 1.800 toneladas, respectivamente, quando em superfície. Os submarinos KSS-III Batch-III provavelmente terão um deslocamento de superfície de cerca de 4.000 toneladas. Os três submarinos KSS-III do primeiro lote foram todos lançados. A Agência para o Desenvolvimento da Defesa (ADD) da Coréia do Sul concluiu com sucesso o lançamento de seu K-SLBM (denominado Hyunmoo 4-4) em 15 de setembro de 2021. O primeiro submarino Batch I, ROKS Dosan Ahn Chang-ho (SS-083) foi comissionado pela ROKN em 13 de agosto de 2021.
O Batch-II tem 89 m de comprimento, 9,6 m de largura e uma tripulação de 50 pessoas. Ele usará propulsão AIP e será capaz de navegar a uma velocidade máxima de 20 nós. De acordo com a DAPA, o Batch-II será o segundo submarino do mundo a usar baterias de íon-lítio (Li-ion), depois da classe japonesa Soryu. O uso de baterias de íon-lítio permite que o navio permaneça submerso por mais tempo, tornando-o menos vulnerável na guerra anti-submarina. Ele também terá um sonar e sistema de combate mais avançados do que os submarinos anteriores.
De acordo com a DSME, 80% dos componentes dos navios do Batch-II serão produzidos no mercado interno, um aumento significativo em relação aos modelos anteriores. Espera-se que isso crie empregos e torne o navio mais competitivo no mercado de exportação. No entanto, já foi anunciado que a Indra da Espanha fornecerá os sistemas SIGINT e o ECA Group da França fornecerá os consoles de direção.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Naval News
Nota do Editor: Apesar do comentário inicial do Lucas Wizard, a Marinha do Brasil mudou sua proa e atualmente está com seu programa de submarinos em andamento (PROSUB). Vale ressaltar a busca pelo 1º submarino de propulsão nuclear, um gigantesco diferencial em comparação a outros programas de outras Marinhas.
O maior centro de pesquisa em energia nuclear da Coreia do Sul está sendo construído neste momento e nela será desenvolvido o reator nuclear de pequeno porte (SMR – small modular reactor) de uso naval que deverá equipar os futuros navios comerciais que venham a ser construídos por lá. Extra oficialmente dizem que também poderá equipar o futuro submarino nuclear deles.
http://www.businesskorea.co.kr/news/articleView.html?idxno=72476
“Apesar do comentário inicial do Lucas Wizard, a Marinha do Brasil mudou sua proa e atualmente está com seu programa de submarinos em andamento (PROSUB). Vale ressaltar a busca pelo 1º submarino de propulsão nuclear, um gigantesco diferencial em comparação a outros programas de outras Marinhas.”. Escrever isso depois do último parágrafo da matéria original é inexplicável. Depõe contra o site.
A Coreia do Sul adotou uma estratégia completa nesse cenário. O que o Brasil faz não dá nem para chamar de estratégia. Os coreanos desenvolveram três classes, com subclasses, onde a cada uma se aumentava a complexidade, a capacidade e o nível de nacionalização dos componentes. Ao mesmo, desenvolvia sua indústria naval, criando empresas inovadoras, resilientes às crises econômicas e capazes de reter mão-de-obra.
A Coreia do Sul possui um programa nuclear extremamente desenvolvido e maduro, com retorno social amplo. Vários reatores em funcionamento, em construção e exportando seus equipamentos e tecnologia. Esse mesmo país continua a desenvolver seus mísseis balísticos e utiliza equipamentos importados no estado da arte.
No futuro próximo, começarão a construir seu submarino nuclear. Com um índice gigantesco de equipamentos e tecnologias nacionais, na quantidade que julgarem necessária, no seu prazo e com vários armamentos autóctones.
Você só esqueceu de dizer, Rafael, que os Sul-coreanos tem um inimigo perigoso em sua fronteira e uma China gulosa de plataformas continentais alheias. Bem diferente do Brasil que pode se dar ao luxo de levar décadas para comprar caças sem ser ameaçado nesse período. Portanto as realidades dos dois países são completamente diferentes não sendo possível uma comparação direta. A não ser é claro que pensemos nos precedentes do país em relação ás duas grandes guerras que participamos.
Somos um país que constrói estádios para entreter o povo ao invés de investir bilhões em arsenal, pesquisa e desenvolvimento. O que significa que não tem como esperar menos de nossa política. É torcer que mesmo aos trancos e barrancos os principais projetos se concretizem.
O orçamento aprovado para esse ano destina um montante semelhante ao saneamento básico para os compromissos do programa Gripen. Isso num país que mais da metade da população toma água com coliforme fecal, inclusive em capitais.
Todo mundo é culpado, porque todo mundo caminha junto, militares, classe política, judiciário, etc. Ou pode-se acreditar em influências externas desconhecidas que travam o desenvolvimento dos projetos estratégicos tupiniquins.
É o que eu falei outra vez, em uma discussão deste assunto: Lá existiu continuidade e progresso gradual. Existiu fundamento no planejamento que elaboraram. Aqui, estamos amarrados ao mesmo pensamento da década de 80, onde tentam queimar etapas pagando fortunas para apertar parafuso de produto estrangeiro e depois, jogam esses parcos conheimentos no lixo. Estamos cometendo os mesmos erros e acompanhando mais um processo descontinuidade, com PROSUB e suas demissões, dentro de uma linha de produção completamente mal dimensionada e insustetável. O Comando da MB não conhece ou aprendeu com seu passado recente. A MB é a grande responsável pela situação atual. Não adianta falar de classe política, para desvirtuar decissões erroneas da própria Marinha. Já enterraram quase R$ 30 bilhões de Reais nesse programa e depois de malditos 14 anos, ainda aguardamos o primeiro submarino entrar no quadro de meios ativos da força. É UMA VERGONHA! E ainda falta quase R$ 30 bilhões para “finalizar” o PROSUB, que na realidade, não pode ser “finalizado”, já que isso vai totalmente contra a política de ter e manter a capacidade de projetar e construir submarinos localmente.
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A construção de submarinos não tem fim, é algo “eterno” enquanto submarinos forem necessários, mas o orçamento nunca foi planejado para isso e sendo assim, nunca permitiu isso. A força não pode comprar um mísero quinto navio convencional. A força tem que cortar várias frentes para manter tudo girando dentro do PROSUB mal dimensionado, atrasado em mais de uma década. É a receita para o fracasso.
Dentro desse processo, DESTRUIRAM A MARINHA com um programa “estratégico”… Passou mais de uma década, desde que a MB comprou o último Navio Patrulha fabricado no Brasil. Esse é o nível dessa loucura. E tome refugo e “compras de oportunidade”, para continuar tendo o que navegar.
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A diferença do PROSUB com o programa do passado, é que agora os 04 “Tupis” são muito, mas muito mais caros de manter e operar. Fora isso, até o novo “Tikuna”, que desta vez é nuclear, tem tudo para ser o primeiro do último…
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E como o histórico demonstra no tocante ao vexatório estado dos baratos Tupis que temos hoje, que a MB não pode manter e operar como deveria a totalidade de sua pequena frota, o que esperar dos futuros “Tupis” e do “Tikuna” radioativo?
Onde assino com voce Bardini……..vou acrescentar mais um pequeno comentário de um leigo. Nossa frota é pequena e em sua grande maioria obsoleta, mas temos um contingente de homens de número igual ou superior a 70 mil…..temos ou tínhamos um navio de desembarque que quando da marinha inglesa era operado por cerca de 75 homens e aqui o mesmo é ou foi operado pelo dobro dessa tripulação………verdadeiramente nosso almirantado viaja na maionese e vivem de festejos. A mesma história dos submarinos, aconteceu com as fragatas, aconteceu com as corvetas e está acontecendo com os navios patrulhas……..não conseguem errar somente uma vez, querem errar sempre pois o dinheiro não é somente deles…….
Só para conhecimento meu, sem ofensa. Qual área o senhor trabalha : Economia, administração ou engenharia ?
Onde assino? O correto seria entregar o comando de compras da MB para os civis. O almirantado não tem a menor condição de gerir, são absolutamente incompetentes!! A MB deveria ser “curatelada”, declarada interditada. São 80 mil pessoas para navegar, mas navegar em quê? Tem, no mínimo, 50% desse contingente “procurando serviço”; um total descaso com o dinheiro público.
A única alternativa para essa situação, bardini, é comprar de prateleira, ou seja, ser dependente de fornecedor externo. Nisso você contabiliza o custo do armamento, da manutenção, dos sobressalentes e da plataforma gerando emprego e mão de obra qualificada para o fornecedor. Aí continuaremos na base do eles podem nós não. Se o Brasil tiver que vender esses submarinos teria que ter a aprovação do fornecedor, como é o caso do porta-avião São Paulo. Porque o Brasil seria soberano se pode ser dependente?
O Brasil comprou três couraçados britânicos mas recebeu apenas dois: São Paulo e Minas Gerais. O terceiro foi confiscado por causa da guerra. Então, ser independente tem suas consequências que por sua vez são consequências diferentes por ser dependente. As duas alternativas são exigentes.
Você comete um erro ao isentar a classe política desses problemas já que cortes no orçamento ou destinação de recursos para construir estádios afetam o custo dos projetos. O Exército ainda teve que comprar Guepard sendo que esse tipo de artilharia não atende nossas necessidades. E que história é essa de Tikuna nuclear/ Tikuna radiativo? Navios são caros mesmo.