O comandante da Marinha alemã, Almirante Kay-Achim Schönbach, renunciou ao cargo na noite deste sábado (22/01), após se envolver em um incidente diplomático por declarar que o presidente russo, Vladimir Putin, “provavelmente merece respeito” e que a Crimeia era um caso perdido para a Ucrânia.
Após a renúncia de Schönbach, o nome e a foto dele foram removidas da conta na rede social. Na descrição do perfil passou a constar: “atualmente vago”.
O governo alemão logo tentou se distanciar dos comentários de Schönbach. “O conteúdo e a escolha das palavras das declarações não correspondem de forma alguma à posição do Ministério Federal da Defesa”, disse um porta-voz da pasta.
A coalizão governante da Alemanha discutirá as declarações do chefe da Marinha na segunda-feira.
Ucrânia pede que Alemanha se posicione
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia pediu à Alemanha que rejeite os comentários de Schönbach sobre a Crimeia, justificando que eles prejudicam os esforços para combater a agressão russa.
Paralelamente, Kiev também destacou neste sábado sua “profunda decepção” com a posição do governo alemão “sobre o fracasso em fornecer armas de defesa à Ucrânia”. “A Ucrânia é grata à Alemanha pelo apoio que já forneceu desde 2014, bem como pelos esforços diplomáticos para resolver o conflito armado russo-ucraniano”, disse o ministro Dmytro Kuleba no Twitter.
No entanto, ele acrescentou que “os parceiros alemães devem parar de minar a unidade com tais palavras e ações e de encorajar Vladimir Putin a lançar um novo ataque à Ucrânia”, acrescentou Kuleba.
Na sexta-feira, a Alemanha chegou a impedir que a Estônia enviasse suas armas fabricadas na Alemanha para a Ucrânia. Berlim há muito argumenta que não apoia o envio de armas para zonas de conflito ativas e enfatizou que isso dificultaria uma solução pacífica para a crise.
“Pedi à ministra da Defesa, Christine Lambrecht, para me dispensar de minhas funções imediatamente”, disse o vice-almirante, em comunicado citado pela agência de notícias reuters. “A ministra aceitou meu pedido”.
A fala polêmica de Schönbach foi feita durante uma palestra na Índia, em um momento em que o mundo acompanha a escalada nas tensões na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia e em meio a críticas de Kiev por Berlim não querer fornecer armas. “O que ele [Putin] realmente quer é respeito”, disse o vice-almirante na sexta-feira, falando em inglês em um vídeo postado no YouTube. “E, meu Deus, dar respeito a alguém custa pouco ou nada. É fácil dar a ele o respeito que ele realmente quer e provavelmente merece”, disse Schönbach, referindo-se à Rússia como um país antigo e importante.
Schönbach afirmou que as ações da Rússia na Ucrânia precisam ser debatidas, mas acrescentou que “a Península da Crimeia se foi, nunca mais voltará. Isso é um fato”.
As observações contradiziam diretamente a opinião oficial da União Europeia e dos Estados Unidos. Washington e seus aliados dizem que a anexação da península da Ucrânia por Moscou em 2014 foi inaceitável e deve ser revertida.
Ainda neste sábado, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia convocou a embaixadora alemã Anka Feldhusen para enfatizar “a inaceitabilidade categórica” dos comentários de Schönbach.
Schönbach deverá ser substituído pelo contra-almirante Jan Christian Kaack.
Schönbach pede desculpas
As declarações do chefe da Marinha alemã ocorrem no momento em que a Rússia reúne dezenas de milhares de soldados nas fronteiras da Ucrânia e em meio ao temor mundial de que uma invasão esteja em andamento. A Rússia nega.
Após o incidente diplomático, Schönbach publicou um pedido de desculpas na conta oficial da Marinha alemã no Twitter. “Foi claramente um erro”, escreveu. “Meus comentários sobre a política de defesa durante uma sessão de discussão em um think tank na Índia refletiram minha opinião pessoal naquele momento. Eles não refletem de forma alguma a posição oficial do Ministério da Defesa”, disse.
FONTE: DW
Aplausos ao Vice Almirante alemão. Demonstrou que tem coragem e mais do que tudo tem VERGONHA NA CARA!
Este caso só mostra que o golpe dado pelo Ocidente em 2014 segue impassível e formou uma teiria de realidade A fala foi mais que PONDERADA, mas foi de imediato abatida com fúria santa e histeria Ucraniana…
Da parte ocidental não há a MENOR possibilidade de revisão ou atenuação da tese que a Rússia atacou e anexou a Criméia (uma parte inalienável do território do futuro membro da OTAN e tem de ser devolvida) e a região de Donbass tem de submeter incondicionalmente ao governo OTANazi da Ucrânia.
E a Federação Russa só pode assistir e não pode sequer mover suas forças militares dentro de suas fronteiras para não “tensionar” a Ucrânia e a OTAN.
Como se vê só há duas alternativas para a Rússia, invadir a Ucrânia ou acovardar-se de vez…
Os tambores de guerra rufam em alto rumor…
A Ucrânia não vai fazer parte da otan nem agora nem tão cedo, já foi falando que eles não atendem uma serie de requisitos formais para adesão ao bloco, tais como estabilidade fronteiriça, controle de 100% de sua área territorial etc..
Ademais, a otan não quer como membro um país instável cheio de problemas com a russia o que poderia arrastar o bloco para conflitos que não lhe interessam
A região do Donbass está dentro do território internacionalmente reconhecido da Ucrânia. Dito isso qual a justificativa para o governo de Kiev não combater os terroristas armados pelo Krenlim meu caro Giba!?
A propósito, depois do impeachment do presidente pró- Moscou já houveram duas eleições nas quais candidatos pró ocidente se sagraram vencedores. Ou será que democracia existe apenas quando seus candidatos de estimação vencem meu caro Giba?
A RUSSIA que invadir logo e tome o que e dela , a Europa precisa do gás Alemanha principalmente sem ele vira
picolé
A Rússia tem direito de se defender sim. Pq tanto armamento as suas portas?
E a Criméia foi presenteada à Ucrânia p krushev. Era Russa.
O referido oficial expôs a sua opinião, que diverge frontalmente da posição oficial do governo federal alemão, e arcou com as consequências do seu ato! É assim que as coisas funcionam……
Nesse sentido cabe lembrar que há três anos atrás o então comandante da Luftwaffe defendeu publicamente a aquisição do F-35 como substituto do Tornado e também precisou deixar o cargo. Ironicamente o novo governo alemão voltou a cogitar a aquisição do caça da LM
O Almirante, apesar de eu achar que a avaliação dele não pode ser tão simplória, foi mais uma vítima do politicamente correto imposto pelos ecobambis alemães.
Esses políticos são os mesmo que a 20 anos atrás estavam nos portões da usinas nucleares exigindo o fechamento destas em nome da e ecologia.
Caíram no colo dos russos como patos, e agora vão ter que baixar as calças para o Putin.
Não só dos russos amigo, mas a Alemanha caiu no colo principalmente do pior inimigo os “sapos franceses”.
Só ouvi verdades diretas vindas deste senhor. Como diz o ditado antigo, a verdade dói!
O problema é que no cargo não dá para dizer o se pensa. Há políticos, diplomatas e militares, um o que fala, não se escreve, o outro, o que se escreve e não se fala, e por último, o que não deve falar e e nem escrever, só tem que agir, na minha opinião.
Esse vice-almirante está totalmente equivocado quando diz que a perda da Criméia é um fato e não voltará mais. Acaso alguém poderia imaginar que a Alemanha voltaria a reunificar-se?? Todos imaginávamos tb que já estava dividido e não voltaria a reunificar-se, mas o tempo mostrou que não era bem assim. Um grave erro.
Assim como a Califórnia vai voltar a ser parte do México, as antigas colônias voltarão a ser incorporadas em seus mestres imperiais e as falklands vão voltar a ser Malvinas né? Pelo amor de Deus…. é cada uma
Amigo, nada pode voltar a ser aquilo que nunca foi! Essas ilhas nunca se chamaram Malvinas.
Rapaz falou bubiça com força, a Rússia avança na direção de reconduzir as nações que compunham a URSS a uma unificação com a mãe Rússia novamente, principalmente quando elas se veem seduzidas pela Otan(q de santa não tem nadinha mesmo). Por acaso vc viu alguma treta antes da Otan/EUA se oferecer de bom grado a “ajudar” a Ucrania a ver a luz???rs
Padilha e Wiltgen, a notícia está em duplicidade, mas como se fosse uma coisa só.
Feito!
Obrigado pela observação!