Futuro Escolta de 6.000 toneladas para a MB
1 – Introdução
A Marinha do Brasil (MB), por meio do Plano de Equipamento e Articulação da Marinha (PAEMB), apresentou ao Ministério da Defesa (MD) a necessidade de aquisição de navios escolta de 6.000 toneladas.
Cumprindo o que determina a Estratégia Nacional de Defesa (END), estes navios serão construídos no Brasil, em estaleiros privados, com total transferência de tecnologia, beneficiando enormemente a indústria nacional e gerando milhares de empregos diretos e indiretos.
Mas a leitura da mídia especializada em temas de defesa brasileiros nos indica que não foi compreendido o motivo destes navios terem a tonelagem requerida pela MB.
Este artigo se propõe a discutir o assunto, em uma tentativa de supor o que motivou a Marinha a especificar tal tonelagem. Ressalta-se que o mesmo materializa uma visão do autor e não a posição oficial da MB.
2 – O papel dos navios em uma Marinha
Em 1974 o Vice-Almirante norte-americano Stanfield Tunner, autor de breve artigo na edição janeiro-março de 1974 do periódico “Naval War College Review” definiu, com precisão, as tarefas que a marinha norte-americana deveria cumprir: Dissuasão Estratégica, Presença Naval, Controle do Mar e Projeção de Poder.
Estes conceitos foram adotados por todas as marinhas, tendo sido adaptados inclusive pela marinha soviética. Na mesma, foram divididos por tarefas em tempo de paz e tarefas em tempo de guerra. Na primeira, o Almirante Gorshkov agrupou as tarefas de Presença Naval e Dissuasão e, na segunda, as tarefas de “Armada contra Armada” e “Armada Contra a Costa”.
Na MB as mesmas foram definidas como as 4 Tarefas Básicas do Poder Naval, que são: Controle de Área Marítima, Negação do Uso do Mar ao Inimigo, Projeção de Poder Sobre Terra e Contribuir para a Dissuasão.
Uma força naval para ser considerada uma MARINHA de fato deve cumprir as 4 Tarefas Básicas do Poder Naval. Caso contrário, tal força poderia ser caracterizada como guarda costeira, prefeitura naval, grupamento marítimo, polícia marítima, ou qualquer outro nome, menos MARINHA.
Estas atribuições são bem compreendidas pela MB, porém resta saber se esta compreensão plena atinge os nossos governantes, políticos e formadores de opinião.
Não se pretende, neste artigo, o estudo aprofundado das 4 Tarefas Básicas mas, para melhor compreensão, as três primeiras são definidas da seguinte maneira pela MB:
a) Controle de Área Marítima: consiste em garantir certo grau de liberdade de utilização, ainda que temporário, sobre certas áreas marítimas, fixas ou móveis, incluindo, como necessário, o controle do espaço aéreo sobrejacente, da superfície e da massa líquida subjacente, exercido na intensidade adequada à realização de tarefas específicas;
b) Negação do Uso do Mar ao Inimigo: consiste em dificultar o estabelecimento ou a exploração do controle de alguma área marítima por parte do inimigo. É normalmente realizada por quem não tem condições de estabelecer o Controle de Área Marítima (portanto, um Poder Naval mais fraco ante o oponente) ou quando não há interesse em mantê-lo; e
c) Projeção de Poder Sobre Terra: consiste em realizar ações militares a partir do mar sobre objetivos em terra, como as operações anfíbias e o bombardeio naval ou aeronaval, aí incluindo ataques com mísseis por meios navais ou aeronavais.
Quanto à quarta tarefa, a mesma é consequência natural da capacitação e da credibilidade em realizar, com efetividade, as demais. Vale lembrar que a tarefa relacionada à Dissuasão exige, entre outras coisas, a aquisição e manutenção de equipamentos no estado da arte, bem como realização de exercícios militares, conjuntos e combinados, e intensivo treinamento do material humano. Sugere-se a leitura do artigo anterior a este, que trata especificamente do tema.
Em qualquer organização, existem meios que são mais capacitados, senão únicos, para realizarem determinados serviços. Na “organização naval” não é diferente.
Uma marinha é formada por diferentes tipos de navios, diferentes tipos de submarinos, diferentes tipos de aeronaves, forças anfíbias com características totalmente distintas das forças de terra, etc. E cada meio destes, distintos entre si, são os que cumprem as diferentes Tarefas Básicas do Poder Naval. A uma marinha que disponha de tais meios, que permitem cumprir todas as tarefas citadas, chamamos de Marinha Balanceada.
As tarefas relativas ao Controle do Mar são cumpridas primordialmente pelos navios de superfície e aeronaves; as que dizem respeito à Negação do Uso do Mar são de domínio dos submarinos; e as de Projeção de Poder Sobre Terra cabem às forças anfíbias, aos navios e aeronaves.
Então, como podemos ver, os navios de superfície são imprescindíveis para uma marinha exercer o Controle do Mar e Projetar Poder Sobre Terra. Dentre eles, vamos tratar dos Escoltas.
3 – Os Escoltas
O que são navios escolta?
Na publicação MD35-G-01, GLOSSÁRIO DAS FORÇAS ARMADAS, 4ª Edição 2007, o termo é definido como:
“ESCOLTA – Força Naval ou navio que acompanha, para proteger, um conjunto de navios de guerra ou mercantes, ou navio isolado.”
Mas esta definição é suficiente, cobre toda a gama de “serviços” prestados por este tipo de navio, presente em todas as marinhas do mundo?
Não necessariamente.
Escolta é a denominação genérica dos navios de superfície que, quando em operações no mar, executam a tarefa de proteger, em coberturas cerradas, os navios militares de maior porte e valor estratégico, os navios mercantes que materializam nossas Linhas de Comunicações Marítimas (LCM), as plataformas de petróleo fixas no mar, os terminais petrolíferos e portos vitais para a economia do país, contra ameaças provenientes de meios de superfície, aéreos e submarinos de uma força adversária, bem como realizam apoio de fogo naval.
São navios versáteis, empregados também na patrulha da Amazônia Azul, com ênfase na fiscalização e proteção das atividades econômicas, principalmente a petrolífera e pesqueira.
Estes navios atendem as principais diretrizes emanadas da END, em sua página 11, quais sejam:
Diretriz nº. 1: Dissuadir a concentração de forças hostis nas fronteiras terrestres, nos limites das águas jurisdicionais brasileiras, e impedir-lhes o uso do espaço aéreo nacional.
Para dissuadir, é preciso estar preparado para combater. A tecnologia, por mais avançada que seja, jamais será alternativa ao combate. Será sempre instrumento do combate;
Diretriz nº. 2: Organizar as Forças Armadas sob a égide do trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença; e
Diretriz nº.4: Desenvolver, lastreado na capacidade de monitorar/controlar, a capacidade de responder prontamente a qualquer ameaça ou agressão: a mobilidade estratégica.
Estes navios também atendem aos focos determinados pela END, em sua página 20:
– defesa pró-ativa das plataformas petrolíferas;
– defesa pró-ativa das instalações navais e portuárias, dos arquipélagos e das ilhas oceânicas nas águas jurisdicionais brasileiras;
– prontidão para responder a qualquer ameaça, por Estado ou por forças não convencionais ou criminosas, às vias marítimas de comércio; e
– capacidade de participar de operações internacionais de paz, fora do território e das águas jurisdicionais brasileiras, sob a égide das Nações Unidas ou de organismos multilaterais da região.
Além disso, a END, em sua página 49, explicita que as Forças Armadas (FA) devem possuir um poder de combate que propicie credibilidade à estratégia da dissuasão.
Como podemos perceber, os escoltas são um dos mais importantes meios de qualquer marinha.
4 – Uma breve retrospectiva dos escoltas da MB
Na década de 70 do século passado, a MB possuía como espinha dorsal de seus escoltas Contratorpedeiros (CT) de origem norte-americana, das classes ‘Fletcher’, ‘Allen M. Summer’ e ‘Gearing’.
A foto abaixo mostra o CT ‘Espírito Santo’, da Classe ‘Allen M. Sumner’ – FRAM II.
Estes navios possuíam radares de varredura mecânica rotativa; sistemas de armas simples; calculadores totalmente analógicos, onde os operadores tinham que girar manivelas; um convoo pequeno de onde operavam helicópteros WASP totalmente dependentes do controle aéreo de bordo para terem alguma efetividade quando empregados em tarefas A/S.
Esta situação começou a mudar com a chegada ao Brasil das fragatas classe ‘Niterói’, cuja foto podemos ver abaixo:
Estes navios trouxeram a MB para a era dos computadores, dos mísseis superfície x superfície, do data-link, levaram a criação do Centro de Apoio a Sistemas Operativos e do Centro de Análise de Sistemas Navais, duas Organizações Militares de primeira linha no apoio aos sistemas embarcados e na área de análise operacional.
Mas vemos que os navios continuavam com radares de varredura mecânica rotativa, sistemas de mísseis A/A conteiráveis (Sea Cat), um convoo que permitia, mesmo com muita segurança, a operação somente de uma aeronave de pequeno porte orgânica, o Lynx.
A figura abaixo mostra a classe ‘Niterói’ modernizada no Brasil:
Trata-se de um navio muito mais capaz, tendo sofrido uma modernização importante em seus sistemas embarcados, com a substituição de radares, instalação do Sistema de Controle Tático (SICONTA) nacional, instalação do Sistema “Albatroz” de mísseis A/A Aspide, instalação do Sistema de Controle de Monitoração da Propulsão e Auxiliares e do Sistema de Controle de Avarias, totalmente nacionais, etc.
Mas continua a ser um navio com radares de varredura mecânica rotativa, com as ameaças, sejam aeronaves ou mísseis, cada vez mais velozes e necessitando ser acompanhadas em tempo real.
Os lançadores de mísseis A/A continuam conteiráveis, impedindo que os mesmos sejam disparados em qualquer azimute, criando outra limitação para a defesa do navio.
O convoo permanece com a limitação já citada, podendo operar helicópteros do porte do Lynx, no momento em que a MB adquire helicópteros de médio porte que devem, prioritariamente, serem operados dos escoltas, pois o pouso e decolagem dos mesmos no Porta-Aviões ‘São Paulo’ interrompe as operações aéreas com aviões.
A tonelagem atual de nossos escoltas impede que mísseis supersônicos, mais pesados e que exigem mais da superestrutura dos navios, como o Brahmos indiano, possam sequer ser levados em consideração por nossos planejadores.
Esta situação é análoga para as outras duas classes de escoltas que dotam a MB, as fragatas classe ‘Greenhalgh’ e as corvetas classe ‘Inhaúma’ e ‘Barroso’[1].
5 – A tendência mundial no século XXI
Neste item vamos entender como duas das “escolas navais” mais importantes da atualidade, a norte-americana e a europeia, lidaram com a questão.
a) A solução norte-americana
A foto acima é de um cruzador da classe ‘Ticonderoga’ da marinha norte-americana (USN). Nela podemos ver as antenas fixas do radar phased array AN/SPY-1, parte do sistema de combate AEGIS, que dotam esta classe de navio. Também os destroyers da classe ‘Arleigh Burke’ possuem tal solução.
Tratam-se de antenas fixas, que transmitem feixes radares nos 360º que seriam cobertos por uma antena de varredura mecânica rotativa, porém permitem a visualização das ameaças em tempo real, sem a perda do “tracking” quando um radar rotativo movimenta sua antena.
Também podemos observar um convoo que permite a operação de helicópteros de médio porte, com maiores capacidades que um de pequeno porte.
Mas é importante citar que o navio que deu nome à classe, o ‘Ticonderoga’, e mais os 4 navios que se seguiram ao mesmo, foram todos dados de baixa por não possuírem o sistema de lançamento vertical de mísseis MK-41 e sim o tradicional lançador duplo MK-26, o que limitava sensivelmente sua capacidade de combate.
Abaixo a foto de um destroyer classe ‘Arleigh Burke’:
Outros países seguiram a solução da “escola americana”, como o Japão com seus navios da classe ‘Kongo’ e a Coréia do Sul, com seus KDX-III:
E a Espanha, a Noruega e a Austrália, com a classe F-100 construída pela primeira:
b) A solução europeia
A Europa adotou solução similar à norte-americana, porém com sistemas eletrônicos fabricados por sua indústria.
Por exemplo, a Alemanha e seus navios classe F-124 (foto abaixo) e F-125 (arte abaixo), onde podemos ver as antenas do radar phased array no mastro principal, muito menores que as utilizadas pela USN:
A Holanda fabricou seus navios da classe ‘De Zeven Provincien’:
Os britânicos fabricaram seus magníficos T-45:
A França e a Itália adotaram as classes ‘Horizon’ e FREMM:
Abaixo, a visualização da típica solução europeia, um navio com antenas phased array no mastro principal, um radar 3D, mísseis A/A de lançamento vertical e convoo com capacidade de operar helicóptero de médio porte:
6 – A MB e seus futuros escoltas
A MB, cumprindo as determinações contidas na END, apresentou sua necessidade de 30 escoltas, sendo 18 para a 1ª Esquadra, a ser localizada no Rio de Janeiro, e 12 para a 2ª Esquadra, a ser localizada próxima a foz do rio Amazonas.
Aqui é bom recordar que, historicamente, a MB chegou a possuir 27 escoltas em 1975.
Observamos, no item anterior, a tendência mundial de construção naval. Assim serão os navios escolta que comporão as marinhas do século XXI e a MB não pode ficar estagnada, vendo aumentar o GAP tecnológico que a separa das marinhas mais desenvolvidas.
Algo que não foi comentado e que explica a tonelagem requerida pela MB, é que os navios, sejam de uma ou outra “escola”, que aceitam os sistemas descritos e que possuem a menor tonelagem, deslocam 6.000 toneladas.
Estes navios, com tal deslocamento, serão os que permitirão a MB cumprir as demandas exigidas pelas duas Tarefas Básicas relacionadas com este tipo de meio e as diretrizes e focos exigidos pela END, apresentados anteriormente.
Desta maneira, podemos supor que foram estes os motivos do requerimento especificado pela MB. A aprovação da construção destes navios no Brasil torna-se urgente ante o envelhecimento de nossos atuais escoltas e a impossibilidade de modernizá-los além do atual patamar.
O novo escolta da MB terá as características da figura abaixo, obtida de uma palestra da MB disponível na internet[2], em uma antevisão do meio que recolocará nossa Marinha no mesmo patamar das mais evoluídas:
7 – Conclusão
Neste artigo pudemos entender o papel dos navios em uma marinha, saber quais Tarefas Básicas do Poder Naval os mesmos atendem.
Vimos o que são escoltas, para que servem, como se enquadram nas diretrizes e focos especificados pela END.
Fizemos uma retrospectiva, muito simples, dos escoltas na MB desde a década de 70 do século passado.
Observamos a tendência da construção deste tipo de navio em duas das principais “escolas navais” do mundo, a norte-americana e a europeia.
E, somando os dados disponíveis, pudemos supor o motivo da MB ter especificado que seu futuro escolta deve ter um deslocamento de cerca de 6.000 toneladas.
Para terminar, uma vez mais me utilizo da figura do Barão do Rio Branco, um político que tinha plena consciência da importância das Esquadras no apoio à diplomacia:
[1] A MB também operou os CT classe “Para” de origem norte-americana. Não vamos citá-los especificamente no artigo por não trazerem maior contribuição ao entendimento do mesmo.
[2] http://pt.scribd.com/doc/93465001/Marinha-do-Brasil-05-Ago-2009-Programa-de-Reaparelhamento-da-Marinha-Apresentacao-para-a-ABIMAQ-e-ABIMDE
É proibida qualquer reprodução dos artigos publicados nesta Coluna sem a expressa autorização de Defesa Aérea & Naval e seu autor.
Muito interessante o artigo sobre os navios de escolta.
A MB ficou muito pequena sem os CT, me parece.
Tomara que o reaparelhamento seja criterioso e não tão lento.
Tecnologia de última geração….
Espero que a MB esteja aberto enquanto a ideia de construir alguns para as marinhas amigas do outro lado do oceano atlântico no futuro bem próximo.
Sr. Vinicus, excelente sua matéria, sobre a aquisiçao de escoltas para a MB, sendo que o BRASIL, como um todo, e neste caso nossa Marinha, precisa neste momento escolher em operar navios para proteção da costa, ou possuir uma força de dissuasão e de projeção.
A opção foi aparentemente a segunda, e sinceramente espero que a coisa saia do papel.
Acredito que cfe. já colocado que a compra envolve um pacote, com vários meios diferentes, a proposta Inglesa ficou muito forte, até por que devido ao atraso já existente, os ingleses tem uma embarcação que poderia ser utilizada como uma espécie de “tampão” que seriam as TYPE 22 BATCH 3, que tem ainda uma eficiencia bastante signficativa, sedo que nem as considero como de segunda mão[forma pejorativa]. E sem dúvida eles sabem fazer navios.
Diferente de alguns, penso que a proposta Coreana, deveria ser levada mais a sério, pois as KDXII e KDXIII, tem 2 dos principais itens para que um navio de guerra tenha longa vida e sucesso, seu casco e sua propulsão, sem contar os equipamentos de guerra que neste caso são norte americanos. Claro que sei que os KDXIII, são talvez uma classe superior que neste momento não seria o objetivo da Marinha, mas sonhar não custa.
Nosso terceiro colocado, seria a oferta espanhola, que com a F100, seria uma ótima aquisição.
Agora é necessário que a decisão seja tomada, pois neste tipo de aquisição os prazos são longos.
Obrigado
parabéns ao excelente trabalho da marinha brasileira na construção da nossa defesa, não sabemos o amanhã, como sera, não temos inimigos, mas temos um povo e muitas riquezas para ser defendidas caso vier a aparecer inimigos, se algo vier a acontecer ,em 1º lugar Deus em 2º uma boa forças armadas com a melhor tecnologia no presente e no futuro é o que espero para nossa soberania, nota 10 Padilha muito bom mesmo o fórum
Prezado Cícero,
Obrigado por suas palavras elogiosas em relação ao site. Agradeço em nome daqueles que o criaram, o Padilha e o Wiltgen, com a intenção de tratar o assunto Defesa com a maior responsabilidade.
Felicidades na carreira. Se pudesse eu voltaria a ser Tenente neste momento. Aproveite cada instante, cada operação, cada manobra, cada viagem, cada curso, pois no futuro eles farão parte das memórias de nossa vida.
Um forte abraço.
É sempre muito bom encontrar um mídia responsável pelo que publica. O sitio Defesa Aérea e Naval publica ou reproduz suas matérias com responsabilidade. É comum percebermos algumas criticas aos trabalhos realizados aqui na Marinha do Brasil por conta de textos publicados e posteriormente comentados sem responsabilidade ou com uma verdadeira analise por boa parcela da dita mídia especializada e da mídia genérica. Acaba encontrando um leito pouco intimo com o assunto e que sem os devidos esclarecimentos absorve a matéria segundo a visão as vezes leiga do redator. Parabéns ao Defesa Aérea e Naval e um meus cumprimentos ao Capitão-de-Mar-e-Guerra Vinicius Castro.
Mudando para um assunto mais agradável: Fiquei sorrido aqui com o comentário do glorioso Veterano Eduardo Hollanda chamando o nosso Mar-e-Guerra Vinicius Castro de boy. Com isto o Tenente Fuzileiro Naval aqui se sentiu mais moderno do que qualquer mosquito que ronda Divisão Anfíbia. (rsrsrsrsrsrs),
Ad sumus!
Obrigado Afonso. Fico feliz em saber que vc consegue relaxar lendo nosso site. Um bom fim de semana para vc amigo.
Queria parabenizar o Defesa Aérea e Naval e salientar que é muito gratificante para mim ler as matérias quase que diariamente, em especial esta coluna. É a hora em que relaxo e descanço dessa labuta aqui no Japão.
Muito longe, e, apesar de tudo, muito patriota como todos aqui.
amigos Vinicius e Padilha agradeço pela aula, confesso que não sabia dessas informações.
Osório MTB, sempre as ordens.
Vinicius, voce é quase um “boy”. Minhas turmas de entrada no Colégio Naval são 64 e 65 (eu e quase metade da turma tomamos pau em Algebra no 1º ano). Assim, integro (embora tendo trocado rumo ainda na EN), as turmas Grenfell e RDM, que fizeram os esquadras Mendonça e Prado Maia e Wiemer e Max. Como tenho dito, voce descobre que está, digamos “velho” quando seu calouros chegam a 4 estrelas.
Gostei muito do seu artigo. Grande abraço.
E “cuidado” com meu companheiro de camarote na Unitas 2009, à bordo da Constituição.
Primeiro gostaria de agradecer os comentários e a participação de todos.
É uma responsabilidade muito grande ser lido pelos que se interessam pelo tema defesa em nosso Brasil.
Espero, dentro de minhas possibilidades e limitações, continuar a colaborar para o entendimento em área tão vital para a soberania de um país.
Vou fazer alguns comentários complementares aos já feitos pelo Padilha.
1) Jurandir, como já mostrado, temos que analisar o cenário de atuação de uma Marinha. Israel está inserido no Mediterrâneo, onde as condições de mar são favoráveis à operação de navios de pequeno porte.
Aqui, temos a nossa frente o Atlântico Sul com condições totalmente adversas a operação de navios de pequeno porte. As condições de mar muitas vezes limitam a operação de aeronaves e a utilização dos sistemas de armas, mesmo que estabilizados.
Outros fatores necessitam ser levados em consideração, como o tamanho do litoral israelense, as distâncias a serem percorridas por seus navios em operação. Lá, é fácil para uma corveta atravessar o Mediterrâneo e chegar na Itália, ou Grécia, sem maiores esforços. Aqui, temos 8.500 km de litoral e uma ZEE de 4,5 milhões de km², necessitamos de PERMANÊNCIA na área de operações por diversos dias, etc.
Veja a Dinamarca, com um litoral pequeno também, mas localizada no Atlântico Norte e por isso dotada de fragatas classe Absalon de grande deslocamento.
Outro fator eu tratei no texto, que são as ameaças as quais os sistemas de armas navais do século XXI precisam se contrapor. Aeronaves e mísseis supersônicos são um deles. A operação de helicópteros de médio porte está se tornando mandatória, pelas capacidades que os mesmos trazem em missões A/S e ASup.
Um navio de menor porte não suporta tais sistemas.
Então, navios que são ótimos para uma determinada Marinha, com determinado cenário geográfico, são péssimos para outra.
2) Bashera, é uma satisfação contar com sua presença por aqui. Obrigado pelo comentário.
Mas lembre que a MB ao apresentar seus planos tinha previsto somente a 1ª Esquadra, com seus 18 escoltas, o que não é nenhum absurdo, pois hoje contamos com 14. A decisão da criação da 2ª Esquadra foi governamental e cabe à MB apresentar as necessidades para a mesma.
Se existirá, nem eu, nem você, ou qualquer entusiasta pode responder. Só nos resta esperar pela decisão governamental de implementá-la, ou não.
3) Osório, obrigado por escrever.
Mas como o Padilha e o Bashera já adiantaram, e podemos ver no site da MB, os ESTUDOS são para 4 corvetas, idênticas a Barroso. Creio que estes estudos são para contribuir com o PAC das indústrias em época de crise. Não sabemos se isto se tornará realidade. Sendo navios idênticos ao atual, não existirão novas classes de armamento nos mesmos.
4) Manuel, agradeço enormemente suas palavras, imerecidas por virem de um amigo com quem debato a tanto tempo em outros sítios. Espero contar sempre com sua presença e, principalmente, com suas críticas.
5) Hollanda, obrigado pelos comentários. Sou GM/82.
Forte abraço.
Vinicius,
Adorei passar por este site e ler suas respostas. Mas peco licenca para fazer alguns comentarios:
a) tamanho nao eh documento, ao contrario. Um navio de grande tonelagem eh um alvo preferencial. Como voce bem apontou uma saturacao com misseis do tipo indiano, amedronta ate porta avioes americanos. A resposta a esta questao, a qual tenho lido eh se eh melhor menos navios em uma frota com navios de grande tonelagem ou uma frota maior com mais navios menores e .
Em um cenario moderno eu prefiro a segunda, pois dificulta a obtencao de alvos a distancia de embarcacoes menores.
Esta mesma linha de pensamento utiliza drones aereos e maritimos como multiplicador. Tal como a guerra terrestre onde o tanque possue o BMS – battle managment system, os navios podem utilizar uma serie de equipamentos remotos totalmente em linha com o TO. Eh muito melhor para mim, um navio com varios drones patrulhando do que um navio bilionario que eh um alvo constante.
Acredito que por questoes orcamentarias, a tendencia nos proximos anos, sera de marinhas com navios menores apoiados por drones. E este tipo de missao tem que ser ainda desenvolvido por nossa marinha.
Padilha, andei ouvindo por aqui que os ingleses estariam mesmo interessados em recuperar o terreno perdido. E, além de entrarem na disputa pelo NaPaOc – aproveitando o fato de o Brasil já ter comprado os tres que Trinidad e Tobago não teve grana para ficar – veriam com interesse a oportunidade de colocar um segundo pé no Brasil, participando para valer da disputa pelos escoltas de 6 mil toneladas. Seria uma coisa de interesse do governo de lá, ainda embrionária mas que poderia ir adiante.
E nosso amigo Sertã viaja pelo mundo com o NE Brasil. Escolha corretissima e muito merecida para o futuro almirante.
Sertã merece sim, apesar de ser tricolor. 😉
Inglês só terá chance se a MB rasgar o PAEMB.
A compra não implica em nada. ZERO obrigação e ZERO chances, pois o estaleiro que vencer, levará todo o pacote. Se o governo separar os NPaOc do resto, até pode ser, mas até este momento, nada mudou e as chances deles são iguais as do Flamengo ser campeão brasileiro este ano.
Grande Hollanda. É isso ai amigo. Acervo de qualidade tem que ser utilizado.
Vou deixar o Comandante Vinicius lhe responder a sua duvida.
Quanto ao seu comentário, sim, vc está certo na sua análise, pecando apenas no T-45.
Os outros estão fortes.
Forte abraço,
Padilha
Grande Padilha, vou virar sócio, especialmente da nova coluna. Aliás, de que turma é o Vinicius? Ótimo artigo, onde se destacam algumas fotos da Unitas Gold, como da fragata alemã.
Sobre o escolta de 6 mil toneladas, a briga deverá ser mesmo entre os franceses, italianos (com as FREEM), alemães e, correndo por fora, mas com um projeto de peso, a novissima Dauntless, os ingleses. Acho que os coreanos ficam fora porque teriam muitas dificuldades em construir no Brasil. Já o resto da turma teria todo o interesse em se associar a estaleiros brasileiros, com transferencia completa de tecnologia, seguindo o modelo bem sucedido do programa de submarinos. Em suma, a intenção inicial é termos seis desses escoltas, que se somariam, em um primeiro momento aos napas oceanicos de 2 mil toneladas, como os ingleses da nova classe Amazonas. Em suma, acho que tudo representa os imprescindiveis reequipamento e modernização da Marinha.
Gostaria de parabenizar o autor da matéria pelo excelente artigo. Ele conseguiu conciliar concisão textual 9oportuna para blogs) com riqueza de conteúdo. Exclareceu e fundamentou muito bem os motivos pelo pelo qual a nossa Marinha optou por escoltas de 6.000 toneladas além de nos proporcionar bons ensinamentos. Espero ver mais textos do Sr. Vinícius Castro. Aproveito para felicitar ao Padilha a iniciativa de trazer o autor a este blog. Sem dúvida, esse espaço mostra-se cada vez mais promissor.
Muito obrigado Manuel.
Esta ideia estava aguardando o momento certo para ser colocada em prática. Felizmente podemos contar com amigos do mais alto nível para enriquecer nosso site.
Na verdade, a nossa meta é poder esclarecer para os leigos, o “por que” de muitas coisas que são publicadas tanto em mídias especializadas quanto na geral.
O que sentimos é que as notícias são lançadas, mas o público em geral não tem conhecimento para digeri-las.
Com a Coluna Mar & Guerra, tentamos trazer o máximo para este entendimento nos assuntos abordados.
Fico feliz por suas palavras e espero que continue nos acompanhando e divulgando o nosso trabalho.
Forte Abraço,
Padilha
Jurandir, vc tem que analisar os cenários. O navio israelense não é essa Brastemp toda não. Se o fosse não teria sido atingido por um míssil lançado de terra. O mar deles não tem comparação com o nosso. É comum vermos em sites ditos “especializados” que X navios Hiper armados seriam um sonho para a MB. Na verdade são navios de conceito para um cenário específico que em nada se compara com o Atlântico Sul.
Em suma, a MB precisa SIM de navios com 6.000Ton, pois é a única forma de se equipa-los com o que a mesma deseja e poder operar no NOSSO cenário.
Osório, você leu errado ou onde leu escreveram errado. A MB nunca afirmou que iria construir novas Barrosos. Ela está estudando a possibilidade. Pode ser que não valha a pena.
E a Classe Barroso não tem a capacidade de receber os equipamentos necessários para a proteção de nossa frota.
Precisamos SIM, de navios com 6.000 Ton ou mais até, para podermos equipa-los e OPERA-LOS no Atlântico Sul.
E uma dica: Sempre que vocês verem navios pequenos “bombados”, cheios de misseis e outras coisas mais, olhem onde esses navios operam e verão que se fossem operar aqui, teriam que se refugiar em portos toda hora que o mar virasse.
Uma plataforma para poder operar e lançar seus misseis, precisa ser e estar estável. Navios de pequeno porte não possuem esta capacidade.
Confiem nos estudos de nossa Marinha. Nossos oficiais sabem o que estão fazendo.
Amigo,
Prevê-se a construção de cinco corvetas da Classe Barroso “Improved” … e não trinta.
E corveta é corveta ….. escolta é escolta…. ou vá lá…. fragata !!
Sds.
recentemente, fora publicado que o comando da marinha havia decidido construir 30 corvetas da classe barroso ao invés de comprar escoltas de grande porte. em se tratando de brasil será mais fácil dar continuidade nas corvetas barroso, vez que a marinha possui todo projeto de construção, sendo necessário apenas algumas alteações/adaptação no projeto. levando em consideração que os principais armamentos serão misseis de 300 km, torpedos leves e sistema de defesa antiaérea de médio alcance (30 km talvez), párese mais plausível a
nossas realidade.
Trinta Escoltas ??
Esta eu quero ver….. ou melhor queria ver….. do jeito que as coisas vão….. estarei do outro lado muito antes.
Mas parabéns pela matéria, simples mas elucidativa.
Sds.
Não precisamos de navios de porte, 16 corvetas classe barroso cumprem muito bem esse papel, não e o tamamnho do navio, e o seu recheio, olhem as corvetas de israel, quero ver qualquer freem bater de frente com uma corveta dessas.