Por Mark Hosenball
WASHINGTON (Reuters) – A Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos está dando início a uma das maiores reorganizações de sua história, tendo como parte dos objetivos focar em operações cibernéticas e incorporar inovações digitais à atividade de coleta de inteligência, disse o diretor da CIA, John Brennan.
Em uma apresentação a jornalistas nesta semana, Brennan disse estar criando também novas unidades dentro da CIA, chamadas “centros de missão”, com a intenção de concentrar o foco da agência em desafios ou áreas geográficas específicos, como, por exemplo, a proliferação de armas ou África.
Na frente cibernética, o diretor da CIA disse que está estabelecendo uma “Diretoria de Inovação Digital” para liderar os esforços da agência para acompanhar e tirar vantagem de avanços em tecnologias cibernéticas.
Autoridades dos EUA disseram que Brennan decidiu que a agência precisava aumentar os recursos e a ênfase direcionados ao ciberespaço devido à rápida disseminação dos avanços nas tecnologias de comunicação.
Historicamente, os encarregados pela vigilância eletrônica na Agência de Segurança Nacional (NSA) costumam ser os que se encontram na linha de frente das inovações digitais dentro do aparato do governo norte-americano. Mas a CIA sentiu que também deveria se reorganizar para acompanhar o “ritmo de mudança” na tecnologia, como dito por uma autoridade.
Brennan disse que a nova diretoria digital terá o mesmo status dentro agência do que as outras quatro diretorias que já existem há anos.
“Nossa habilidade para cumprir nossas responsabilidades de inteligência humana e responsabilidades de segurança nacional tem se tornado cada vez mais desafiadora” no mundo digital atual, disse Brennan.
“E, então, o que precisamos fazer como uma agência é ter certeza de que somos capazes de entender todos os aspectos do ambiente digital.”
Criada em 1947, a CIA é dividida em quatro diretorias principais. Duas – a Diretoria de Ciência e Tecnologia, que entre outras atividades inventa dispositivos para os espiões, e a Diretoria de Apoio, que lida com tarefas administrativas e de logística – manterão suas nomenclaturas.
A Diretoria de Inteligência será renomeada “Diretoria de Análise” para refletir melhor sua função de ser o local onde os especialistas da agência comparam e analisam informações de fontes abertas e secretas, disse Brennan.
O Serviço Nacional Clandestino, onde ficam abrigados os agentes disfarçados que atuam na linha de frente das ações e são responsáveis por arregimentar espiões e conduzir missões secretas, será renomeado como “Diretoria de Operações”, que é o nome pelo qual foi chamado pela maior parte da história da agência.
Os novos 10 “centros de missão” vão reunir funcionários da CIA especializados em uma ampla gama de disciplinas para se concentrarem em áreas específicas de interesse para a inteligência ou em questões específicas, disse Brennan.