Os últimos militares que compõe o 26º Batalhão Brasileiro de Infantaria de Força de Paz (BRABAT26), embarcaram no C-767 da Força Aérea Brasileira nesta quinta-feira (01) no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP).
Por Guilherme Wiltgen e Rubens Barbosa Filho
A cerimônia de despedida dos nossos soldados foi presidida pela Ministro da Defesa, Raul Jungmann, e contou com as presenças do General de Exército João Camilo Pires de Campos, Comandante Militar do Sudeste, General de Exército Fernando Azevedo e Silva, Chefe do Estado Maior do Exército, que representou Comandante do Exército, General de Exército César Augusto Nardi de Souza, chefe de operações Conjuntas do Ministério da Defesa, do General de Exército Carlos Sardinha , do General de Divisão Eduardo Diniz, Comandante da 2ª Divisão do Exército, General de Brigada David Anísio de Oliveira Júnior, 3º Subchefe do Comando de Operações Terrestres, do Contra-Almirante Rogério Ramos Lage, Subchefe de Operações de Paz, do General de Brigada Carlos Sérgio Saú, Comandante da 11ª Brigada de Infantaria Leve, do General de Brigada Mario Fernandes, Comandante da 12ª Brigada de Infantaria Leve Aeromóvel, além de diversas autoridades civis, militares e de familiares dos militares.
O comandante Militar do Sudeste (CMSE), General Campos, ressaltou que dos 26 contingentes enviados, sete foram compostos por militares do CMSE, ressaltando em sua palavras a importância da presença dos militares brasileiros na missão, “Tenho convicção de que a tropa deixará ótima lembrança à população do Haiti”.
Com relação ao BRABAT26 ser o último contingente brasileiro a atuar no Haiti, o CMSE também afirmou que uma operação é marcada pelo 1º e pelo último contingente, “Historicamente, nos grandes eventos e nas grandes missões, dois contingentes são marcados pelo êxito: o primeiro e o último. Por isso, temos a certeza do grande êxito desta tropa”, assegurou o General Campos.
Em suas palavras, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, despediu-se dos militares transmitindo uma mensagem de esperança a todos eles e a seus familiares, “Vão em paz. Levem a paz e em paz voltem ao solo de seu País. Outras missões esperam o Brasil mundo afora”, afirmou o MD que ainda em seu discurso, explicou que os militares brasileiros que atuam em missões de paz, sob a liderança das Nações Unidas, “são sinônimos de respeito”. Segundo ele, o Brasil possui o reconhecimento mundial como sendo um país provedor da paz.
Para os familiares que acompanharam a cerimônia, Jungmann afirmou que a tropa regressará tranquilamente e que todos voltarão em segurança, pois estão muito bem treinados e preparados. “Em agosto, estaremos no Haiti para o início do retorno da tropa ao Brasil. Quero dizer aos familiares que todos vão bem e regressarão bem”.
Novas Missões de Paz
Falando aos jornalistas presentes, o Ministro da Defesa informou que o Brasil tem “de 13 a 14 possibilidades [de destinos em novas missões]. Mas, aquela que vem despontando – portanto não é uma decisão, compete ao presidente da república e sobretudo ao Congresso Nacional – será muito provavelmente na África. E, na África, um dos três locais que desponta com a maior possibilidade, mas que não é definitivo, é a República Centro Africana”, disse o ministro durante a solenidade de embarque.
Em Abril desse ano, uma comitiva da United Nations Peacekeeping Capability Readiness System (UNPCRS) esteve no Brasil, e acompanhado por Militares do Ministério da Defesa (MD), do Centro Conjunto de Operações de Paz no Brasil (CCOPAB), do Comando de Preparo (COMPREP) e do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER). Ao todo, cinco aeronaves da FAB foram colocadas à disposição para atuarem em missões de paz: um C-105 Amazonas, dois H-60L Black Hawk e dois A-29 Super Tucano. A visita da ONU visa avaliar as condições de emprego, assim como o histórico de missões. O Brasil, atualmente, está no nível 1 do UNPCRS, quando coloca à disposição os meios aéreos e se candidata a operações de paz.
MINUSTAH
A missão foi iniciada em 2004, quando o governo brasileiro foi convidado pela ONU para liderar as forças internacionais com o objetivo de prover a paz no país caribenho. Nesses 13 anos, mais de 35 mil militares passaram pelo País. Na avaliação do ministro Jungmann, além do começo da operação, quando os militares brasileiros tiveram que entrar em confronto com as milícias haitianas, os dois momentos mais marcantes foram: o terremoto que devastou parte do Haiti, em 2010, e o furacão Mattew, que atingiu diversas regiões no ano passado.
A retirada das tropas do Haiti foi decidida pelo conselho das Nações Unidas. Dentro dos próximos dois dias haverá a substituição dos militares que estão há seis meses naquele país e que retornarão para o Brasil neste final de semana.
Os componentes dos 26º Contingente Brasileiro começam o retorno para o Brasil em 31 de agosto. A meta é que em 15 de outubro, toda tropa já tenha regressado para o Brasil. “Nós iremos a Porto Príncipe recebê-los na cerimônia de partida daquele país”, afirmou o Ministro da Defesa.
O 26º Contingente Brasileiro a integrar a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH) é composto por 970 militares, sendo 639 do Exército, 181 da Marinha e 30 da Aeronáutica.
Despedida
Como não poderia ser diferente, a emoção dos militares ao se despedir de seus familiares foi o ponto alto da cerimônia. Todos se abraçavam em uma bonita despedida, dando a tônica daquele momento inesquecível.
O início do embarque é a hora de se despedir, pais, mães, filhos, muitas lágrimas e acenos acompanham o C-767 da FAB, enquanto o mesmo realiza o taxi e é recepcionado com o tradicional “Water Salute”, marcando o fim da cerimônia e o início da missão para os nossos soldados.
Bônus: Por dentro do C-767 FAB2900
O Defesa Aérea & Naval, foi autorizado pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), a ir a bordo do FAB2900 e mostrar aos nossos leitores com exclusividade, o interior e o cockpit da aeronave que levou o BRABAT26 para o Haiti.
NOTA do EDITOR: O Defesa Aérea & Naval agradece a sempre cordial e atenciosa recepção do Ministro da Defesa, ao General de Brigada Mario Fernandes (Comte. 12ª Bda Inf L Amv), ao Major Luiz Claudio (Chefe da ComSoc da 12ª Bda Inf L Amv), ao Major Da Cás (Comte. 12ª Cia E Cmb L) e aos Tenentes Humberto, Vitor e Iris (CECOMSAER) e as Ten. Kramer e Aline (ComSoc BASP).
João, por favor não compare a rapidez de um avião com a de um navio. O Bahia é um navio destinado justamente ao transporte de tropas e veículos blindados em larga escala. Se o avião transporta muitos soldados em uma viagem, que dirá um navio muito mais pesado e espaçoso?
São categorias muito diferentes de transporte.
Que bom que o avião está servindo para alguma coisa. Essa besteira de que o NAM Bahia é necessário para transportar tropas…
Um avião desses é mais rápido e barato.
São muitos soldados numa viagem só.
Esses bonés azuis são horríveis.
Esses panos verdes nos assentos de aeronave também…