Por Peter Foster
O teste de disparo de uma arma hipersônica experimental, capaz de atingir alvos em todo o mundo dentro de uma hora, foi abortada “em segundos”, após teste de tiro no Alasca.
Uma arma hipersônica experimental que poderia um dia ser capaz de atingir qualquer alvo em todo o mundo dentro de uma hora, foi destruída segundos após o lançamento de uma área de ensaio militar dos EUA no Alasca.
A arma, que está sendo desenvolvida pelo exército dos EUA, se auto-destruiu quatro segundos após seu lançamento no Alasca, no início desta segunda-feira, após os controladores terem detectado um problema com a arma, disse o Pentágono.
A arma foi destruída para garantir a segurança pública, e ninguém ficou ferido no incidente, que ocorreu pouco depois de 4:00 EDT (08:00 GMT) na segunda-feira, no Complexo de Lançamento Kodiak, no Alasca, disse Maureen Schumann, porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA.
“Nós tivemos que abortar. Isso é correto “, disse Schumann. “A arma explodiu durante a decolagem e caiu de volta no complexo” disse ela, acrescentando que a arma foi destruída nos primeiros quatro segundos após seu lançamento. “Eu não sei a altura exata, mas não foi muito longe”, disse ela.
A arma foi desenvolvida pela Sandia National Laboratory e pelo Exército dos EUA, como parte do programa de desenvolvimento de tecnologia dos militares “Conventional Prompt Global Strike”.
A arma se destina a dar ao presidente dos EUA “a capacidade de atingir prontamente alvos a uma distância estratégica sem o uso de armas nucleares”, segundo um estudo de impacto ambiental desclassificado lançado em Junho de 2011.
Scott Wight, um fotógrafo local, observou o lançamento há cerca de quilômetros de distância. Ele descreveu os segundos da explosão após o foguete virar fora de controle como, “uma visão assustadora para ver” de acordo com a estação de rádio local KMXT.
Quando aperfeiçoado, projetistas esperam que a arma seja um “corpo deslizando a velocidade hipersônica”, lançada a partir do nariz-cone de um foguete que irá transporta-la até a borda da atmosfera da Terra, atingindo a velocidade de Mach 5, ou 3.600 milhas por hora.
Schumann disse que a arma, conhecida como o “Advanced Hypersonic Weapon”, foi uma das várias plataformas testadas como parte do programa Prompt Global Strike. O míssil tinha voado com sucesso 2.500 quilômetros do Havaí para o Atol de Kwajalein, nas Ilhas Marshall durante um teste anterior, em novembro de 2011, disse ela. A arma, descrita pelo Exército como primeira de seu tipo e deveria voar desde o Alasca até a Kwajalein Atoll durante o teste de segunda-feira.
Schumann disse que, além do teste de vôo anterior bem sucedido, a arma hipersônica “tinha passado por uma série de testes em solo, modelagem e simulação.” Ela disse que não iria caracterizar voo abortado na segunda-feira como um recuo significativo para o programa Prompt Global Strike. “Este era um conceito que nós estávamos olhando, dentro de uma gama de possíveis CPG (Convencional Prompt Global Strike) conceitos”, acrescentou.
“O programa todo é CPG, não tendo uma programação de eventos a ser seguida. Assim, aprendemos, continuamos aprendendo com uma variedade de testes em solo, modelagem, simulação e outros testes feitos sobre os mais diversos conceitos sob CPG. “
Schumann disse que os funcionários do programa, o Exército dos EUA, Marinha e Agência de Defesa de Mísseis, estão realizando uma extensa investigação para determinar a causa do acidente.
A investigação irá ajudar trazendo informações para testes futuros da arma e outros veículos do Conventional Prompt Global Strike, disse ela.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval
FONTE: The Telegraph
O que eu acho estranho é como se queima dinheiro público e ninguém fala nada…
O que eu acho tremendo é não podermos desenvolver nada com alcance superior aos 300 km enquanto estes senhores podem desenvolver armas deste nível. Mas colônia é colônia. Temos que obedecer.
William,
Não é isso que diz o tratado que assinamos.
O Brasil é soberano e pode qualquer coisa e assina tratados que acham que serão favoráveis a ele, podendo se desligar do mesmo a qualquer momento.
Um abraço.
Grande Bosco, sim, somos soberanos, nunca duvidei disto… entendo que alguns que desconhecem o assunto (MCTR) ‘podem o interpretar’ mal pelo que eu disse e aí você está correto. Em tempo, não estou afirmando que ‘nunca poderemos’ fazer o contrário, quis dizer: não o faremos para não contrariarmos uns e outros mais ao norte. Este é o fato (que me desagrada). Abçs!
O único modo dos EUA responder imediatamente a uma “ameaça” em qualquer lugar do mundo é usando mísseis balísticos intercontinentais dotados de ogivas nucleares.
Seria fácil se essas ogivas nucleares fossem substituídas por ogivas convencionais e os veículos de reentrada dotados de meios de controle e orientação capacitando-os a atingirem alvos com grande precisão.
A pergunta é: por que então não se faz isso?
A resposta: há um preconceito contra mísseis balísticos e eles são mal vistos na comunidade internacional. O senso comum os ligam a armas de destruição em massa e até uma fase bem avançada de sua trajetória fica difícil discernir quais são os alvos dos mesmos, e se um ICBM dotado de ogiva convencional fosse lançado dos EUA contra um alvo, por exemplo, no Irã ou na Coréia do Norte, tal lançamento poderia ser interpretado como um ataque nuclear contra a Rússia ou a China, e isso poderia desencadear uma resposta imediata por parte dessas potências nucleares.
Pra evitar essa confusão os EUA estão empenhados em desenvolver mísseis hipersônicos de grande alcance que implementem trajetória diversa dos ICBMs, de modo a não gerar mal estar e desentendidos, por vezes, catastróficos.
O SLMB Trident II estava sendo preparado para levar uma ogiva convencional, mas o projeto foi cancelado pelo temor de seu uso contra “países párias” ser interpretado como um ataque a potências nucleares.
A China não parece ter esses escrúpulos e está desenvolvendo um míssil balístico de médio alcance com ogiva manobrável convencional, antinavio, para ser usado contra uma força tarefa americana. Seria cômico se não fosse potencialmente trágico.
É imprevisível o que poderia acontecer se numa situação de tensão entre a China e os EUA fosse detectado lançamentos de mísseis balísticos vindos de bases nucleares chinesas em direção à uma força tarefa americana.
Na verdade, mesmo os americanos tendo certeza se tratar de mísseis convencionais, essa atitude chinesa teria potencial de acirrar os ânimos de forma exponencial, e os americanos bobões e feios podem ser tudo, mas não costumam fugir de uma boa confusão.
Voltando ao assunto, o que os americanos querem com esse tipo de arma é serem capazes de lançar um ataque em qualquer ponto do planeta em menos de 1 hora. Por exemplo, se a “inteligência” disser que foi confirmada a presença de um líder terrorista no prédio tal, da rua tal, do bairro tal, da cidade tal, em tal momento, o governo americano quer ter certeza que terá meios de mandar esse líder terrorista direto pra uma entrevista com o capeta, em menos de uma hora.
Outra ambição americana é relativo a um futuro bombardeiro hipersônico. Deverá ser capaz de lançar em torno de 10 t (metade da capacidade de um B-2) de armas convencionais em qualquer lugar do globo, partindo dos EUA às seis da matina e voltando antes da hora do almoço. Os bumbuns e colunas dos pilotos agradecem. Se é que será tripulado, o mais provável é que não o será.
“Voltando ao assunto, o que os americanos querem com esse tipo de arma é serem capazes de lançar um ataque em qualquer ponto do planeta em menos de 1 hora. Por exemplo, se a “inteligência” disser que foi confirmada a presença de um líder terrorista no prédio tal, da rua tal, do bairro tal, da cidade tal, em tal momento, o governo americano quer ter certeza que terá meios de mandar esse líder terrorista direto pra uma entrevista com o capeta, em menos de uma hora. ”
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Não creio que este tipo de arma possa ser usada desta maneira, dado a sua grande velocidade, a energia cinética
da ogiva em movimento ultrasônico , no momento do impacto poderá provocar uma explosão equivalente à de uma pequena bomba atômica…
Aliás esta a real a razão das tentativas de desenvolvimento deste tipo de arma, que é justamente a procura de uma forma de arma estratégica com tanto poder destrutivo como as ogivas nucleares, porém sem a radiação que não pode ser controlada…
Mais uma péssima ideia…Porque será muito mais tentador utilizar armas de destruição em massa deste tipo, especialmente depois que esta tecnologia for dominada por um crescente número de países, como sempre acontece…
Fred,
A energia produzida com o impacto é grande (na dependência da massa e da velocidade), mas está longe de ter o poder explosivo a que você se referiu. Claro que não precisará de explosivos químicos já que a energia cinética irá gerar o poder destrutivo suficiente.
Como havia dito, esse tipo de arma já existe no papel dos mísseis balísticos. Um míssil de curto alcance reentra na atmosfera a 2 km/s e um intercontinental a mais de 5 km/s. Eles se prestariam a esse tipo de arma não fosse a trajetória balística que impossibilita aos países que monitoram esse tipo de lançamento (China, Rússia) discernirem entre um armado com ogiva nuclear e um convencional. Daí, optou-se por criar um míssil intermediário, não balístico, mas que consiga atingir velocidades semelhantes e com tempo de voo também semelhante.
A energia do impacto é proporcional à massa e á velocidade. Para se ter o poder de uma pequena bomba nuclear é possível, mas seria preciso uma arma muito pesada e com velocidade muito grande.
Há estudos antigos relativos a “bombardeamento cinético” diretamente do espaço, onde “petardos” seriam lançados diretamente da órbita (projeto Thor, Rods fron God, etc.), onde uma massa de 9 t impactando a Mach 10 iria produzir um explosão equivalente a 11 t de dinamite. Mesmo hipoteticamente dobrando a velocidade não se iria conseguir nada parecido com uma explosão nuclear.
E no caso dos sistemas atuais, lançados de terra e não diretamente do espaço, os valores são bem menores. Provavelmente um míssil pesando cerca de 2 t impactando com o alvo a Mach 10, o que duvido que tenha um poder explosivo maior que uma bomba de 1 t.
Um abraço.
A questão é: Os EUA querem ter capacidade de atingir alvos em qualquer lugar do mundo num curto espaço de tempo. Hoje, eles só podem fazê-lo se utilizar mísseis balísticos dotados de ogivas nucleares.
A solução lógica seria instalar armas em órbita, mas isso é proibido por meio de tratado que proibi armas no espaço.
Outra solução seria usar mísseis balísticos intercontinentais (incluindo os SLBMs) dotados de ogivas de reentrada manobráveis guiadas. Esta solução é a mais fácil de ser implementada, mas devido à vigilância global da China e Rússia, um lançamento desses poderia ser confundido com um ataque nuclear.
Tendo isso em vista o governo americano optou por desenvolver uma nova arma, baseado em nova tecnologia.
Essa nova arma usa um foguete pra colocar um veículo de reentrada manobrável no espaço, que irá reentrar na atmosfera num ponto muito distante do alvo, vindo planando em velocidade hipersônica (usnado o fenômeno “waverider”) na alta atmosfera, provavelmente sem fazer uso de nenhum sistema de propulsão. O que o governo americano e a USAF esperam é que essa arma tenha características distintas de um míssil balístico nuclear com trajetória convencional e que por isso facilite sua identificação.
Bosco, li novamente o texto e SIM, foi a arma que falhou e o foguete lançador foi destruído. O que estranhei foi a arma não ter sistema de auto destruição nela mesma. Só se tinha e como ainda estava acoplada no foguete lançador foi acionada a auto destruição do lançador e não da arma mas o lançador se autodestruiu em virtude sim, da falha na arma.
Não se pode dizer que foi a arma hipersônica que falhou. O que falhou foi o foguete lançador.